Rede de Saúde reforça trabalho para controle da conjuntivite

25/03/2003

Em apenas uma clínica oftalmológica da cidade, na última semana, média de atendimento chegou a mais de quarenta casos diários

Como medida para reduzir a ocorrência de surtos de conjuntivite no município, a Secretaria de Saúde de Campinas reforça o seu trabalho de orientação aos seus profissionais de Saúde. A doença já se alastrou para todas as regiões da cidade. Já são 700 casos, sendo mais de 300 somente os verificados na última semana.

A procura pelos Centros de Saúde aumentou. Só no pronto-socorro oftalmológico da Clínica Raskin, conveniada com a Secretaria de Saúde, na última semana, a média de atendimento diário chegou a mais de 40 casos. E os atendimentos estão em curva ascendente. De acordo com a Clínica Raskin, 70% das ocorrências são conjuntivite viral e os 30% restantes são bacteriana.

A conjuntivite viral não tem tratamento. Contra ela, não há remédio, nem há vacina. "Só a adoção de medidas como lavar as mãos e o rosto com freqüência e não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas, lençóis e travesseiros de quem está com conjuntivite podem evitar o contágio. Além desses cuidados, piscinas também devem ser evitadas, orienta a enfermeira Salma Balista, coordenadora da Covisa (Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental).

A coordenadora ressalta que o impacto sócio-econômico provocado pela doença é um fator importante que deve ser considerado. Isso porque, uma vez infectados, o trabalhador ou o estudante têm que ser afastados de suas atividades. "A medida é necessária para a interrupção do surto", diz Salma.

A última epidemia nacional de conjuntivite ocorreu em 1984, há 19 anos. Em 2003, o surto que começou em Joinvile, Santa Catarina, e já chegou a Campinas, ameaça se espalhar para todo País. São Paulo é o segundo Estado com o maior número de casos, atrás apenas de Santa Catarina.

As primeiras investigações da Secretaria de Saúde do Estado na região de Campinas apontam que a conjuntivite é viral. Porém, no município de Campinas, as autoridades sanitárias ainda não descartaram a probabilidade de ser conjuntivite bacteriana. A Vigilância em Saúde do município está tentando viabilizar exames laboratoriais para checar qual é o agente causador da doença.

A conjuntivite é um dos tipos de inflamação da membrana que recobre a parte externa do olho (conjuntiva). É uma doença benigna, que tem começo, meio e fim, independentemente de o doente procurar ajuda médica.

A doença costuma durar cerca de duas semanas e causa inflamação nos olhos e lacrimejamento excessivo. Os primeiros sintomas são olho vermelho, inchaço nas pálpebras e secreção. O paciente sente desconforto, dor e mostra intolerância à luz e visão embaçada. O contágio ocorre pelo contato direto com a secreção dos olhos da pessoa infectada.

Pode ser causada, também, por bactéria. No caso das conjuntivites bacterianas, existe tratamento com antibiótico. Apesar de não ser uma doença grave, é muito importante que a pessoa procure o serviço de saúde se tiver sinais da doença.

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