Em
apenas uma clínica oftalmológica da cidade, na última semana,
média de atendimento chegou a mais de quarenta casos diários
Como medida
para reduzir a ocorrência de surtos de conjuntivite no município,
a Secretaria de Saúde de Campinas reforça o seu trabalho de
orientação aos seus profissionais de Saúde. A doença já se
alastrou para todas as regiões da cidade. Já são 700 casos,
sendo mais de 300 somente os verificados na última semana.
A procura pelos
Centros de Saúde aumentou. Só no pronto-socorro oftalmológico
da Clínica Raskin, conveniada com a Secretaria de Saúde, na última
semana, a média de atendimento diário chegou a mais de 40
casos. E os atendimentos estão em curva ascendente. De acordo
com a Clínica Raskin, 70% das ocorrências são conjuntivite
viral e os 30% restantes são bacteriana.
A conjuntivite
viral não tem tratamento. Contra ela, não há remédio, nem há
vacina. "Só a adoção de medidas como lavar as mãos e o
rosto com freqüência e não compartilhar objetos de uso
pessoal como toalhas, lençóis e travesseiros de quem está com
conjuntivite podem evitar o contágio. Além desses cuidados,
piscinas também devem ser evitadas, orienta a enfermeira Salma
Balista, coordenadora da Covisa (Coordenadoria de Vigilância e
Saúde Ambiental).
A coordenadora
ressalta que o impacto sócio-econômico provocado pela doença
é um fator importante que deve ser considerado. Isso porque,
uma vez infectados, o trabalhador ou o estudante têm que ser
afastados de suas atividades. "A medida é necessária para
a interrupção do surto", diz Salma.
A última
epidemia nacional de conjuntivite ocorreu em 1984, há 19 anos.
Em 2003, o surto que começou em Joinvile, Santa Catarina, e já
chegou a Campinas, ameaça se espalhar para todo País. São
Paulo é o segundo Estado com o maior número de casos, atrás
apenas de Santa Catarina.
As primeiras
investigações da Secretaria de Saúde do Estado na região de
Campinas apontam que a conjuntivite é viral. Porém, no município
de Campinas, as autoridades sanitárias ainda não descartaram a
probabilidade de ser conjuntivite bacteriana. A Vigilância em
Saúde do município está tentando viabilizar exames
laboratoriais para checar qual é o agente causador da doença.
A conjuntivite
é um dos tipos de inflamação da membrana que recobre a parte
externa do olho (conjuntiva). É uma doença benigna, que tem
começo, meio e fim, independentemente de o doente procurar
ajuda médica.
A doença
costuma durar cerca de duas semanas e causa inflamação nos
olhos e lacrimejamento excessivo. Os primeiros sintomas são
olho vermelho, inchaço nas pálpebras e secreção. O paciente
sente desconforto, dor e mostra intolerância à luz e visão
embaçada. O contágio ocorre pelo contato direto com a secreção
dos olhos da pessoa infectada.
Pode ser
causada, também, por bactéria. No caso das conjuntivites
bacterianas, existe tratamento com antibiótico. Apesar de não
ser uma doença grave, é muito importante que a pessoa procure
o serviço de saúde se tiver sinais da doença.