Prefeitura mobiliza esforços para conter surto de leishmaniose cutânea

31/03/2003

A Secretaria de Saúde de Campinas iniciou nesta segunda-feira, 31 de março, uma série de ações para impedir o avanço da leishmaniose cutânea numa comunidade rural que fica às margens do rio Capivari Mirim e Córrego Aeroporto, região Sudoeste da cidade. As atividades devem durar toda semana. A Secretaria de Saúde de Indaiatuba também iniciou trabalhos no seu território, já que a localidade está localizada na divisa entre os dois municípios.

A medida é necessária porque, desde o início deste ano, a Covisa (Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas) já registrou, naquela comunidade, sete casos da doença, sendo que dois ainda aguardam confirmação de exames laboratoriais. Todos foram notificados num curto espaço de tempo e tiveram início de sintomas no verão.

A leishmaniose cutânea, também chamada de úlcera de bauru ou ferida brava, é uma doença causada por um micróbio (protozoário) chamado de Leishmânia. É transmitida ao homem pelo mosquito flebótomo, conhecido popularmente como mosquito palha ou birigüi.

Equipes, compostas por supervisores de controle ambiental, agentes comunitários e outros profissionais do Distrito de Saúde Sudoeste, estão visitando chácaras, cadastrando famílias e investigando se há casos suspeitos da doença.

A pessoa com leishmaniose apresenta febre, mal-estar e feridas que não cicatrizam, sendo que a característica principal da doença são feridas indolores, que aumentam de tamanho lentamente e não se curam com terapias convencionais.

A pesquisa iniciada nesta segunda, 31, servirá como base para que funcionários do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) iniciem, na próxima quarta-feira, 2 de abril, a busca de animais domésticos suspeitos da doença. O procedimento é necessário porque a transmissão da leishmaniose ocorre quando o mosquito palha pica um animal doente, contaminado com o Leishmânia, e depois pica o homem ou outros animais.

O trabalho de propriedade em propriedade inclui ainda ações de conscientização com os moradores da comunidade atingida. De acordo com o médico veterinário Cláudio Castagna, da Secretaria de Saúde de Campinas, as pessoas vão receber esclarecimentos sobre a leishmaniose cutânea, sintomas e quando procurar a equipe de saúde.

A comunidade será orientada a colocar telas em todas as janelas e portas e a utilizar mosquiteiros nas camas, para evitar o acesso do mosquito. E também receberá dicas sobre como arrumar o quintal, mantendo-o limpo, e sobre como dispor corretamente o lixo. Ainda serão divulgadas informações sobre como cuidar da saúde dos animais e como proceder para manutenção das condições de higiene do canil e do estábulo.

Profissionais da Sucen (Superintendência do Controle de Endemias) também vão participar dos trabalhos. Cabe a eles, pesquisar, na comunidade atingida, o mosquito transmissor da doença. O estudo será feito em parceria com o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Campinas e ainda não tem data definida para começar.

A leishmaniose cutânea ocorre em todo País. A doença tem cura e o tratamento está disponível, gratuitamente, na rede pública. A doença não é transmitida por contato com mãos ou pele.

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