A Secretaria de
Saúde de Campinas iniciou nesta segunda-feira, 31 de março,
uma série de ações para impedir o avanço da leishmaniose
cutânea numa comunidade rural que fica às margens do rio
Capivari Mirim e Córrego Aeroporto, região Sudoeste da
cidade. As atividades devem durar toda semana. A Secretaria de
Saúde de Indaiatuba também iniciou trabalhos no seu território,
já que a localidade está localizada na divisa entre os dois
municípios.
A medida é
necessária porque, desde o início deste ano, a Covisa
(Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental de Campinas)
já registrou, naquela comunidade, sete casos da doença,
sendo que dois ainda aguardam confirmação de exames
laboratoriais. Todos foram notificados num curto espaço de
tempo e tiveram início de sintomas no verão.
A
leishmaniose cutânea, também chamada de úlcera de bauru ou
ferida brava, é uma doença causada por um micróbio (protozoário)
chamado de Leishmânia. É transmitida ao homem pelo
mosquito flebótomo, conhecido popularmente como mosquito
palha ou birigüi.
Equipes,
compostas por supervisores de controle ambiental, agentes
comunitários e outros profissionais do Distrito de Saúde
Sudoeste, estão visitando chácaras, cadastrando famílias e
investigando se há casos suspeitos da doença.
A pessoa com
leishmaniose apresenta febre, mal-estar e feridas que não
cicatrizam, sendo que a característica principal da doença são
feridas indolores, que aumentam de tamanho lentamente e não
se curam com terapias convencionais.
A pesquisa
iniciada nesta segunda, 31, servirá como base para que
funcionários do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) iniciem,
na próxima quarta-feira, 2 de abril, a busca de animais domésticos
suspeitos da doença. O procedimento é necessário porque a
transmissão da leishmaniose ocorre quando o mosquito palha
pica um animal doente, contaminado com o Leishmânia, e
depois pica o homem ou outros animais.
O trabalho de
propriedade em propriedade inclui ainda ações de
conscientização com os moradores da comunidade atingida. De
acordo com o médico veterinário Cláudio Castagna, da
Secretaria de Saúde de Campinas, as pessoas vão receber
esclarecimentos sobre a leishmaniose cutânea, sintomas e
quando procurar a equipe de saúde.
A comunidade
será orientada a colocar telas em todas as janelas e portas e
a utilizar mosquiteiros nas camas, para evitar o acesso do
mosquito. E também receberá dicas sobre como arrumar o
quintal, mantendo-o limpo, e sobre como dispor corretamente o
lixo. Ainda serão divulgadas informações sobre como cuidar
da saúde dos animais e como proceder para manutenção das
condições de higiene do canil e do estábulo.
Profissionais
da Sucen (Superintendência do Controle de Endemias) também vão
participar dos trabalhos. Cabe a eles, pesquisar, na
comunidade atingida, o mosquito transmissor da doença. O
estudo será feito em parceria com o CCZ (Centro de Controle
de Zoonoses) de Campinas e ainda não tem data definida para
começar.
A
leishmaniose cutânea ocorre em todo País. A doença tem cura
e o tratamento está disponível, gratuitamente, na rede pública.
A doença não é transmitida por contato com mãos ou pele.