Denize Assis
O Ministério
da Saúde vai destinar verba para ampliar o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas. O
investimento será anunciado às 15h da próxima sexta-feira, 5
de março, em Campinas, pelo ministro da Saúde, Humberto Costa.
A cerimônia acontece em frente ao Paço Municipal. Além dos
recursos, o ministro vai comunicar que o município de Campinas
passa a integrar, a partir de agora, a rede nacional do Samu e
que a cidade está incluída na Política Nacional de Atenção
às Urgências.
Para custeio do
serviço, já em funcionamento, o Ministério da Saúde irá
disponibilizar, mensalmente, R$ 300 mil, o que representa
aproximadamente 50% do custo do Samu/Campinas. Além disso, serão
destinados R$ 200 mil para investimentos na ampliação da
central do Samu/Campinas. A cidade deve receber, ainda, cinco
ambulâncias de suporte básico e duas de suporte avançado
(Unidade de Terapia Intensiva) adquiridas pelo Ministério da Saúde.
"O
investimento do Governo Federal permite que Campinas possa
melhorar e ampliar a qualidade do atendimento aos cidadãos nos
casos de urgência à saúde", diz o médico emergencista
Joaquim José de Oliveira Filho, coordenador da área de urgência
da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo ele, já de início,
a cidade será beneficiada porque os recursos viabilizam a
ampliação das ações de prevenção de acidentes e de promoção
da vida.
Samu.
A população de Campinas já conta com o Samu, que atua
conforme modelo proposto pelo Ministério, há oito anos. A
unidade, da Prefeitura, presta atendimento de urgência e emergência
no local onde o cidadão se encontra e, se necessário, após
estabilizar a vítima, transporta-a para um serviço médico. O
serviço atende às urgências de natureza traumática, clínica,
pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e psiquiátrica.
Para tanto, o
serviço conta com equipes de suporte básico (motoristas,
socorristas, auxiliares e técnicos de enfermagem), capacitadas
para atendimento das urgências com risco moderado de vida e
equipes de suporte avançado (motoristas, médicos e
enfermeiros) para atendimento das urgências graves, que
necessitam resposta imediata e intervenção mais complexa.
Atualmente a
frota do Samu/Campinas é composta por 11 ambulâncias básicas
e 3 UTIs ou suporte avançado e central de regulação médica
de urgência para coordenar os atendimentos. O serviço recebe 5
mil solicitações por mês e ainda realiza o transporte de 2,5
mil pacientes crônicos, que, sem recursos próprios, carecem de
ser transportados para serviços de hemodiálise, fisioterapia,
radioterapia e quimoterapia.
Para acionar o
Samu, basta um telefonema gratuito para o número 192. Os
pedidos de socorro são atendidos nas Centrais de Regulação Médica
de Urgência, que funcionam 24 horas por dia sempre com a presença
de um médico. O médico regulador vai avaliar as necessidades
de cada pedido de ajuda e dará a melhor resposta para cada
caso, que pode ser uma orientação, um conselho ou o envio de
uma ambulância.
A Central de
Regulação, elemento fundamental no SAMU, garante o acesso aos
serviços de urgência que darão a resposta necessária e
continuidade ao atendimento de cada caso.
O Samu/Campinas
é referência nacional e internacional. A revista Brasil Saúde
apontou o serviço de Campinas, na edição de abril/maio de
2003, como modelo juntamente com o de Porto Alegre e outros da
Espanha, França e Argentina.
Histórico.
No Brasil, já são 16 os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência
em funcionamento nos municípios de Aracaju (SE); Araras (SP),
Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São Paulo (SP); Belém
(PA); Betim (MG), Belo Horizonte (MG); Maceió (AL); Fortaleza
(CE); Natal (RN); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Vitória da
Conquista (BA); Piracicaba (SP) e Região do Vale do Ribeira
(SP), que através de consórcio intermunicipal engloba 23 Municípios,
além da BR-116 do trecho de Itapecirica da Serra à Barra do
Turvo (divisa de SP com PR). Estes municípios, até então,
financiavam seu próprio serviço de atendimento às urgências
em Saúde.
Num primeiro
momento, os serviços já existentes serão beneficiados com
recursos de custeio e posteriormente receberão mais
investimentos para que possam equipar-se às normas de qualificação
estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Impacto social.
A experiência internacional comprova que o atendimento precoce
oferecido pelas equipes do Samu contribui para reduzir a
mortalidade, o tempo de internação e as seqüelas. Além
disso, organiza a assistência, agilizando o atendimento.
O trabalho do
Samu também permite a adoção de ações intersetoriais. Por
exemplo, se em uma esquina ocorre um grande número de
atropelamentos, o Samu identifica a necessidade de medidas de
educação para o trânsito, melhoria de sinalização e
fiscalização.
Em outra
frente, a ação do Samu permite ampliar a identificação de
doadores potenciais de órgãos para transplantes, melhorar a
notificação de acidentes de trabalho e violências contra
mulheres, crianças e idosos. Se aumentar a ocorrência de uma
determinada doença transmissível, como a meningite, a Central
Samu-192 também faz a notificação às autoridades sanitárias
precocemente, permitindo a adoção de medidas preventivas.