Ministério da Saúde destina verba para o Samu/Campinas

04/03/2004

Denize Assis

O Ministério da Saúde vai destinar verba para ampliar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campinas. O investimento será anunciado às 15h da próxima sexta-feira, 5 de março, em Campinas, pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. A cerimônia acontece em frente ao Paço Municipal. Além dos recursos, o ministro vai comunicar que o município de Campinas passa a integrar, a partir de agora, a rede nacional do Samu e que a cidade está incluída na Política Nacional de Atenção às Urgências.

Para custeio do serviço, já em funcionamento, o Ministério da Saúde irá disponibilizar, mensalmente, R$ 300 mil, o que representa aproximadamente 50% do custo do Samu/Campinas. Além disso, serão destinados R$ 200 mil para investimentos na ampliação da central do Samu/Campinas. A cidade deve receber, ainda, cinco ambulâncias de suporte básico e duas de suporte avançado (Unidade de Terapia Intensiva) adquiridas pelo Ministério da Saúde.

"O investimento do Governo Federal permite que Campinas possa melhorar e ampliar a qualidade do atendimento aos cidadãos nos casos de urgência à saúde", diz o médico emergencista Joaquim José de Oliveira Filho, coordenador da área de urgência da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo ele, já de início, a cidade será beneficiada porque os recursos viabilizam a ampliação das ações de prevenção de acidentes e de promoção da vida.

Samu. A população de Campinas já conta com o Samu, que atua conforme modelo proposto pelo Ministério, há oito anos. A unidade, da Prefeitura, presta atendimento de urgência e emergência no local onde o cidadão se encontra e, se necessário, após estabilizar a vítima, transporta-a para um serviço médico. O serviço atende às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e psiquiátrica.

Para tanto, o serviço conta com equipes de suporte básico (motoristas, socorristas, auxiliares e técnicos de enfermagem), capacitadas para atendimento das urgências com risco moderado de vida e equipes de suporte avançado (motoristas, médicos e enfermeiros) para atendimento das urgências graves, que necessitam resposta imediata e intervenção mais complexa.

Atualmente a frota do Samu/Campinas é composta por 11 ambulâncias básicas e 3 UTIs ou suporte avançado e central de regulação médica de urgência para coordenar os atendimentos. O serviço recebe 5 mil solicitações por mês e ainda realiza o transporte de 2,5 mil pacientes crônicos, que, sem recursos próprios, carecem de ser transportados para serviços de hemodiálise, fisioterapia, radioterapia e quimoterapia.

Para acionar o Samu, basta um telefonema gratuito para o número 192. Os pedidos de socorro são atendidos nas Centrais de Regulação Médica de Urgência, que funcionam 24 horas por dia sempre com a presença de um médico. O médico regulador vai avaliar as necessidades de cada pedido de ajuda e dará a melhor resposta para cada caso, que pode ser uma orientação, um conselho ou o envio de uma ambulância.

A Central de Regulação, elemento fundamental no SAMU, garante o acesso aos serviços de urgência que darão a resposta necessária e continuidade ao atendimento de cada caso.

O Samu/Campinas é referência nacional e internacional. A revista Brasil Saúde apontou o serviço de Campinas, na edição de abril/maio de 2003, como modelo juntamente com o de Porto Alegre e outros da Espanha, França e Argentina.

Histórico. No Brasil, já são 16 os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em funcionamento nos municípios de Aracaju (SE); Araras (SP), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), São Paulo (SP); Belém (PA); Betim (MG), Belo Horizonte (MG); Maceió (AL); Fortaleza (CE); Natal (RN); Porto Alegre (RS); Recife (PE); Vitória da Conquista (BA); Piracicaba (SP) e Região do Vale do Ribeira (SP), que através de consórcio intermunicipal engloba 23 Municípios, além da BR-116 do trecho de Itapecirica da Serra à Barra do Turvo (divisa de SP com PR). Estes municípios, até então, financiavam seu próprio serviço de atendimento às urgências em Saúde.

Num primeiro momento, os serviços já existentes serão beneficiados com recursos de custeio e posteriormente receberão mais investimentos para que possam equipar-se às normas de qualificação estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Impacto social. A experiência internacional comprova que o atendimento precoce oferecido pelas equipes do Samu contribui para reduzir a mortalidade, o tempo de internação e as seqüelas. Além disso, organiza a assistência, agilizando o atendimento.

O trabalho do Samu também permite a adoção de ações intersetoriais. Por exemplo, se em uma esquina ocorre um grande número de atropelamentos, o Samu identifica a necessidade de medidas de educação para o trânsito, melhoria de sinalização e fiscalização.

Em outra frente, a ação do Samu permite ampliar a identificação de doadores potenciais de órgãos para transplantes, melhorar a notificação de acidentes de trabalho e violências contra mulheres, crianças e idosos. Se aumentar a ocorrência de uma determinada doença transmissível, como a meningite, a Central Samu-192 também faz a notificação às autoridades sanitárias precocemente, permitindo a adoção de medidas preventivas.

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