Denize Assis
A
Prefeitura de Campinas aumentou em 50% os investimentos na
área de saúde nos últimos três anos. A previsão é de
que, em 2004, sejam gastos R$ 282 milhões no setor, R$ 92
mi a mais que os R$ 188 mi investidos no ano de 2000. Os
valores incluem recursos municipais e do Governo Federal.
Com relação aos recursos próprios, os investimentos também
têm aumentado a cada ano. Em 2004, a previsão é a de que
65,9% da verba destinada à saúde saia dos cofres
municipais.
"O
aumento dos gastos com saúde, desde 2001, superam a inflação
do período, que foi de 45,91% conforme o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (INPC-IBGE)", diz Fábio Forte
Andrade, diretor do Fundo Municipal de Saúde de Campinas.
Ele informa que a Prefeitura investiu, em 2.002, o
percentual equivalente a 22,46% dos recursos próprios em saúde,
mais de 7% a mais do que o mínimo exigido pela Emenda
Constitucional 029 que é de 15%.
Melhora na
infra-estrutura.
E o Governo Municipal não se preocupou apenas em aumentar
os recursos, mas em fazer com que a verba fosse melhor
aproveitada. A cidade passou a contar com mais três Centros
de Saúde (CSs), o Carvalho de Moura (região Sul), o União
dos Bairros (região Sudoeste) e o Parque Itajaí (região
Noroeste). Atualmente, o município disponibiliza 47 CSs
para a população. Estão previstas ainda, em 2004, a
construção do CSs Parque Vista Alegre, do Conjunto
Campinas-E, Carlos Lourenço, Joaquim Egídio e 31 de Março.
Para
garantir o acesso às comunidades mais distantes, foram
inaugurados 13 módulos Paidéia de saúde da família. O módulo
funciona como um centro de saúde pequeno, com uma equipe de
saúde da família. Até o final de 2004, será instalado
mais um módulo Paidéia no Jardim Campo Belo (região Sul).
O Complexo
Ouro Verde (região Sudoeste) foi ampliado com a inauguração
do novo Laboratório Municipal e do Centro de Imagens. O
serviço ainda passou a contar com o ambulatório do
Iluminar, programa que acolhe e cuida das vítimas de violência
sexual. Este é o primeiro ambulatório para este fim
instalado no interior de São Paulo.
Para
ampliar e melhorar a qualidade do atendimento às pessoas
portadoras de necessidades especiais, a Prefeitura
inaugurou, em Sousas, o novo Centro de Reabilitação Física
onde, diariamente, são atendidas 250 pessoas.
"Hoje,
70% da população campineira (700 mil) é assistida, de
alguma forma, pelo sistema público de saúde. Por mês, 300
mil pessoas passam pelos diversos serviços da rede
municipal de saúde incluindo os 47 centros de saúde, três
prontos-atendimentos, Hospital Municipal Mário Gatti,
centros de referência e a rede conveniada", informa o
médico sanitarista Roberto Marden, diretor municipal de Saúde.
Os
investimentos possibilitaram a implantação do Paidéia –
Saúde da Família. Atualmente, Campinas conta com 137
equipes de saúde da família compostas por médicos de família,
ginecologista e pediatra, enfermeiro, auxiliar de
enfermagem, dentista, auxiliar de consultório dentário e
agentes comunitários de saúde.
Menos
dengue.
Para reduzir a dengue, a Secretaria de Saúde distribuiu e
instalou, desde 2001, mais de 2 mil caixas d´água, além
de 31,5 mil metros quadrados de tela milimetrada e centenas
de tampas e capas para vedação dos recipientes em ações
contra a dengue em toda cidade.
No ano
passado, Campinas registrou uma redução de quase 70% nos
casos de dengue em relação a 2002. Em todo País, de
acordo com o Ministério da Saúde, houve uma redução média
de 62%.
Combate à
Aids.
Mesmo tendo um programa reconhecido no Brasil e exterior, o
governo municipal não deixou estagnadas as ações de
controle da Aids e doenças sexualmente transmissíveis. A
distribuição de preservativos passou de 80 mil unidades
para 230 mil por mês. Foram firmadas parcerias e o programa
municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids
fortaleceu a política de prevenção a essas doenças
inclusive junto às escolas.
Tratar em
liberdade.
Na área da saúde mental, Campinas consolidou nos últimos
três anos a política do tratar em liberdade que
transformou o município em referência nacional e
internacional. Com uma proposta arrojada, a cidade inaugurou
mais Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e criou
moradias para aqueles que não podem contar com cuidados
familiares.
São 32
casas com 134 ex-moradores de hospitais e mais de 300 postos
de geração de renda. Além dos nove Centros de Atenção
Psicossocial (Caps), cinco deles com leitos 24 horas,
ampliou serviços nos centros de saúde e colocou
psiquiatras de plantão no Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu/192).
Samu.
A Secretaria de Saúde também fortaleceu o Samu, com a
ampliação e renovação da frota. A cidade passou a
integrar a rede nacional de Samu/192. Para custeio do serviço,
em funcionamento há oito anos na cidade, a Prefeitura
estabeleceu convênio com o Ministério da Saúde que irá
disponibilizar, mensalmente a partir de abril, R$ 300 mil. O
valor representa quase 50% do custo estimado
Ainda em
2004, o Samu passará por reformas e ganhará mais
equipamentos e viaturas. A unidade será descentralizada com
a instalação de bases em pontos estratégicos da cidade.
Por mês, o Samu recebe 5 mil solicitações e ainda realiza
o transporte de 2,5 mil pacientes crônicos que, sem
recursos próprios, carecem de ser transportados para serviços
de hemodiálise, fisioterapia, radioterapia e quimioterapia.
Terapias
complementares.
A Secretaria de Saúde deu início a um processo de expansão
das terapias complementares para oferecer mais opções para
os usuários do Sistema Único de Saúde. Todos os Centros
de Saúde já disponibilizam ginástica chinesa Lian Gong
(diz-se liam cum). Mais de 2 mil pacientes já praticam o
exercício.
Os cidadãos
também podem optar por práticas como acupuntura,
fitoterapia e homeopatia. As agulhas de acupuntura e os
medicamentos homeopáticos e fitoterápicos estão disponíveis
nos Centros de Saúde.
Atualmente,
segundo dados do Grupo de Estudos e Trabalhos em
Racionalidades Integrativas (Getris), da Secretaria de Saúde,
mais de 10 mil pacientes já recorrem ao tratamento homeopático
na rede municipal de saúde.
"A
medicina alternativa recupera a questão do vínculo médico-paciente
porque trabalha a relação com o sujeito, com a vida, com o
trabalho e com as questões sociais", diz o médico
sanitarista e homeopata Alexandre César de Conti,
coordenador do Getris. Alexandre informa que poucos municípios
no Brasil disponibilizam estas terapias na rede pública de
saúde.
Intersetorialidade.
A Secretaria Municipal de Saúde procurou, junto a todas as
outras secretarias municipais, Organizações não
Governamentais e representantes da sociedade civil,
desenvolver trabalhos intersetoriais.
Uma das
parcerias, estabelecida com a Centrais de Abastecimento S/A
(Ceasa) e com o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares, possibilitou a implantação, em setembro de
2002, do Selo de Qualidade Alimentar. O título é concedido
aos estabelecimentos que cumprem com excelência as normas
sanitárias na produção e comercialização dos alimentos,
de segurança no trabalho e de atendimento ao consumidor.
Segundo a
enfermeira sanitarista Salma Balista, coordenadora da Saúde
Coletiva de Campinas, este método favorece a prática
educativa nas ações de vigilância sanitária e faz distinção
pela qualidade. "A distinção é pelo aspecto positivo
e não com a punição do erro. O selo estimula uma relação
de co-responsabilidade entre o poder público, a iniciativa
privada e os consumidores", diz Salma.
Assistência
à Mulher.
Desde 2001, a Prefeitura de Campinas iniciou uma série de ações
para ampliar e melhorar a qualidade da assistência à saúde
da mulher. Com a implantação do Paidéia – Saúde da Família
e do Cidade-Mãe, programa de humanização do pré-natal e
nascimento, atualmente, 80% das gestantes começam o pré-natal
antes do terceiro mês de gravidez. Até o ano de 2000, 59%
das mulheres de Campinas iniciavam o pré-natal somente
depois do quarto mês de gestação.
O município
reduziu a mortalidade materna – quando a mulher morre
durante a gravidez e até um ano após dar à luz. Segundo a
médica ginecologista Verônica Gomes Alencar, coordenadora
municipal da saúde da mulher, o coeficiente de mortalidade
materna caiu em quatro pontos percentuais depois de sete
anos sem registrar redução.
Nos últimos
três anos, Campinas também avançou muito no diagnóstico
e tratamento do câncer de mama. A Prefeitura comprou um mamógrafo
e, com a aquisição, a cidade passou a ser a que realiza o
maior percentual de diagnósticos precoces da doença na
rede pública no País. Todo mês, mais de 2 mil cidadãs
campineiras são submetidas à mamografia na rede municipal
de saúde e rede conveniada. São mais de 24 mil exames por
ano.
Em 2002,
49.637 mulheres campineiras realizaram exames para prevenção
e detecção do câncer de colo de útero (papanicolau) nos
Centros de Saúde da Prefeitura, um aumento de 14% em relação
a 2000, quando foram realizados 43.312. A doença passou a
ser a sétima causa de morte entre as mulheres no município,
depois de ter se mantido por vários anos em terceiro lugar.
Campinas
também implantou o Iluminar, programa que presta assistência
a mulheres vítimas de violência sexual. Desde 2001, quando
foi lançado, o Iluminar já atendeu mais de 1 mil mulheres
adultas e crianças.
Controle
social.
Nesse processo de fortalecer a saúde pública em Campinas,
a participação e a cobrança da sociedade são
fundamentais. Por isso, a Secretaria de Saúde tem
estimulado a criação de Conselhos Locais de Saúde (CLSs)
atuantes. Hoje cerca de 90% dos serviços contam com CLS
instalado. Nos hospitais conveniados, o usuário também
atua participando das comissões gestoras como é o caso da
Maternidade de Campinas, Serviço de Saúde Cândido
Ferreira e dos hospitais Celso Pierro e Albert Sabin.
Ainda é
necessário avançar. Os desafios são muitos. Embora nos últimos
três anos a Secretaria de Saúde tenha aumentado de 100 mil
para 170 mil o número de consultas na rede básica de saúde,
em alguns serviços o cidadão ainda precisa esperar pelo
atendimento. Problemas como o desrespeito ao cidadão,
embora poucos, ainda ocorrem.
No entanto,
não se pode negar que os últimos três anos provam que
este governo tem enfrentado estes problemas e está dando
novo rumo à saúde da população campineira.
Ontem x
hoje
Aumento dos
investimentos na saúde
2000 R$ 188
milhões
2004 R$ 282
milhões
Campinas é
um dos municípios que mais investe em saúde no Brasil
Melhorias
na infra-estrutura
2000 44
Centros de Saúde
2004 47
Centros de Saúde e 13 Módulos Paidéia de Saúde da Família
Evolução
do Programa Paidéia Saúde da Família
2000
nenhuma equipe
2004 (março)
135 equipes e 568 comunitários de saúde
Combate à
aids
Distribuição
de preservativos
2000 80 mil
por mês
2004 230
mil por mês
Saúde
mental
2000 3
Centros de Atenção Psicossocial (Caps)/dia, nenhum leito
2004 9
Centros de Atenção Psicossocial, com 32 leitos
2000 Nenhum
Centro de Convivência
2004 três
Centros de Convivência e um Tear das Artes
Terapias
complementares
2004 2 mil
pessoas praticam Lian Gong, 10 mil utilizam homeopatia
Saúde da
mulher
Melhorias
no pré-natal
2000 59%
das mulheres iniciavam pré-natal antes do 3o mês de gestação
2004 80%
iniciam pré-natal antes do 3o mês de gestação
Mais
mamografias
2000 sem
informação
2004 2 mil
mulheres realizam mamografia por ano
Mais exames
de papanicolau
2000 43.312
2002 49.637
Violência
sexual
2000 sem
informação
2004 1 mil
mulheres receberam assistência completa desde 2001
Mais
Consultas médicas
2001 100
mil mês
2003 170
mil mês
Mais
medicamentos
2001 R$ 350
mil era o gasto mensal
2004 R$ 930
mil mês