Denize Assis
A Secretaria
de Saúde de Campinas informou nesta terça-feira, dia 1 de
março, que exames do Instituto Adolfo Lutz confirmaram os
primeiros quatro casos de leptospirose do ano na cidade. As
notificações referem-se a moradores do Jardim Samambaia
(Região Sul), Jardim Belmonte (Leste), Jardim Novo Maracanã
(Noroeste), e Jardim Eulina (Norte).
Todos foram
diagnosticados como suspeitos de leptospirose entre o final de
janeiro e o início de fevereiro, receberam tratamento e
passam bem. Em 2004, nos dois primeiros meses do ano, a Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas confirmou três casos. No ano de
2003, sete ocorrências foram notificadas no igual período.
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva
Municipal, embora ocorram casos de leptospirose durante o ano
todo, a maior incidência da doença se dá nos meses de verão,
quando a população fica mais exposta a enchentes.
"A
leptospirose é causada por uma bactéria, a leptospira,
presente na urina de roedores como o rato. Em situações de
enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em
esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. O homem,
ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode
infectar-se", diz.
A sanitarista
informa que a infecção também pode se dar por meio da
ingestão de alimentos, medicamentos e da água de beber
contaminados. Outro fator de risco, segundo Brigina, é a
presença de roedores. "Além disto, em Campinas, têm
sido confirmados casos em que a infecção provavelmente
aconteceu durante atividade de lazer", afirma.
O médico
sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância em
Saúde de Campinas, informa que, após ser infectado, o homem
pode manifestar os sintomas da leptospirose num prazo de 7 a
14 dias. Os sintomas da doença podem ser inespecíficos, com
febre e dores no corpo e cefaléia (dor de cabeça), ou, nas
formas mais graves que inclui a ictérico-hemorrágica, o
paciente pode apresentar, além do quadro já descrito, dor na
panturrilha (barriga da perna), icterícia (coloração
amarelada da pele), calafrios, alteração do volume urinário,
fraqueza e hemorragias na pele e mucosas.
"Ao apresentar sintomas, principalmente se tiver se
exposto a risco para a leptospirose como ter entrado em
contato com enchente ou alagamento, a pessoa deve procurar
rapidamente o centro de saúde de referência para o bairro
onde reside ou - se for à noite no final de semana ou feriado
- o pronto-socorro da sua região", diz André.
O médico
informa que o diagnóstico e tratamento precoces são
fundamentais para a cura da leptospirose, doença para a qual
é esperada uma letalidade entre 9% e 20%, conforme a
gravidade do caso e as condições de assistência. Em
Campinas, em 2004, foram confirmados 18 casos da doença. Não
houve mortes. No ano de 2003, houve 38 notificações
confirmadas, entre as quais quatro óbitos.