Campinas confirma quatro casos de leptospirose

01/03/2005

Notificações são as primeiras confirmadas de 2005

Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta terça-feira, dia 1 de março, que exames do Instituto Adolfo Lutz confirmaram os primeiros quatro casos de leptospirose do ano na cidade. As notificações referem-se a moradores do Jardim Samambaia (Região Sul), Jardim Belmonte (Leste), Jardim Novo Maracanã (Noroeste), e Jardim Eulina (Norte).

Todos foram diagnosticados como suspeitos de leptospirose entre o final de janeiro e o início de fevereiro, receberam tratamento e passam bem. Em 2004, nos dois primeiros meses do ano, a Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas confirmou três casos. No ano de 2003, sete ocorrências foram notificadas no igual período.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva Municipal, embora ocorram casos de leptospirose durante o ano todo, a maior incidência da doença se dá nos meses de verão, quando a população fica mais exposta a enchentes.

"A leptospirose é causada por uma bactéria, a leptospira, presente na urina de roedores como o rato. Em situações de enchentes e inundações, a urina destes animais, presentes em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. O homem, ao entrar em contato com lama ou com a água contaminadas pode infectar-se", diz.

A sanitarista informa que a infecção também pode se dar por meio da ingestão de alimentos, medicamentos e da água de beber contaminados. Outro fator de risco, segundo Brigina, é a presença de roedores. "Além disto, em Campinas, têm sido confirmados casos em que a infecção provavelmente aconteceu durante atividade de lazer", afirma.

O médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Vigilância em Saúde de Campinas, informa que, após ser infectado, o homem pode manifestar os sintomas da leptospirose num prazo de 7 a 14 dias. Os sintomas da doença podem ser inespecíficos, com febre e dores no corpo e cefaléia (dor de cabeça), ou, nas formas mais graves que inclui a ictérico-hemorrágica, o paciente pode apresentar, além do quadro já descrito, dor na panturrilha (barriga da perna), icterícia (coloração amarelada da pele), calafrios, alteração do volume urinário, fraqueza e hemorragias na pele e mucosas.

"Ao apresentar sintomas, principalmente se tiver se exposto a risco para a leptospirose como ter entrado em contato com enchente ou alagamento, a pessoa deve procurar rapidamente o centro de saúde de referência para o bairro onde reside ou - se for à noite no final de semana ou feriado - o pronto-socorro da sua região", diz André.

O médico informa que o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para a cura da leptospirose, doença para a qual é esperada uma letalidade entre 9% e 20%, conforme a gravidade do caso e as condições de assistência. Em Campinas, em 2004, foram confirmados 18 casos da doença. Não houve mortes. No ano de 2003, houve 38 notificações confirmadas, entre as quais quatro óbitos.

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