Denize
Assis
A Vigilância
em Saúde (Visa) Noroeste promove nesta quinta-feira, dia
17 de março, mais uma etapa do Treinamento Básico em
Vigilância em Saúde (TBVS), desta vez com o tema hanseníase.
O evento acontece das 8h às 17h, no campus 2 da Pontifícia
Universidade Católica (Puc-Campinas), e é direcionado a
profissionais dos núcleos de saúde coletiva, médicos,
enfermeiros e auxiliares de enfermagem que atuam nas
unidades de saúde da Região Noroeste da cidade.
"O
objetivo é capacitar e sensibilizar os profissionais para
diagnóstico, tratamento e prevenção de incapacidades,
além de atualizá-los com relação à situação
epidemiológica da doença em Campinas", informa o médico
sanitarista Rubem Borges Fialho Júnior, da Visa Noroeste.
O sanitarista afirma que o Ministério da Saúde, por meio
do Plano Nacional de Erradicação da Hanseníase, tem
como meta eliminar a doença no Brasil até o final de
2005. "Para isto é necessário reduzir o índice da
hanseníase para menos de um caso a cada grupo de 10 mil
habitantes", diz.
Segundo
dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde,
Campinas já atingiu esta meta e, hoje, apresenta prevalência
de aproximadamente 0,9 para cada 10 mil habitantes. Com
relação à detecção da doença, o município registra
cerca de 60 casos novos por ano.
Os
principais eixos para eliminação da hanseníase na
cidade, em conformidade com o Plano Nacional de Erradicação,
são identificar precocemente novos casos – cerca de 80%
das ocorrências são diagnosticadas nas formas mais avançadas
- e facilitar acesso ao tratamento para todos os
pacientes. Além disso, todos os casos deverão ser
curados. O índice de cura na cidade é alto, fica em
torno 80%. No Brasil como um todo, a cura varia de 60% a
71,5%. O tratamento é feito gratuitamente pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) e dura de seis a 12 meses.
Segundo
Rubem Júnior, outro desafio do município é melhorar a
ampliar as atividades de orientação e informação para
a população, com enfoque para o combate ao preconceito
contra o portador da doença. "Estes aspectos também
são abordados na capacitação", diz o sanitarista.
O acordo
para a eliminação da hanseníase até 2005 foi firmado
entre os países membros da Organização Mundial de Saúde
(OMS), em 1999, durante a III Conferência Mundial de
Eliminação da Hanseníase, em Abdjan, na Costa do
Marfim.
Saiba
mais
O que é
a hanseníase:
é uma
doença incapacitante, causada pelo bacilo Mycobacterium
leprae ou bacilo de hansen.
Como se
pode contrair:
A
transmissão da doença se dá pelas vias aéreas
superiores pelo contato direto e prolongado com uma pessoa
doente, não tratada. Para desenvolver a doença, a pessoa
deve aspirar uma grande quantidade de bacilos, situação
que é favorecida quando há contato prolongado com o
doente que não esteja em tratamento que é o caso de
contato familiar.
Como
identificar os sinais da doença:
Manchas
claras (esbranquiçadas) ou vermelhas e dormentes (que não
coçam e não doem e são insensíveis ao calor e ao frio)
na pele podem ser consideradas suspeitas de hanseníase.
Nesse caso é necessário procurar um centro de saúde.
O
tratamento:
É feito
com ingestão de comprimidos. É simples e é de graça em
todos os centros de saúde. Não pode ser interrompido e,
na maioria das vezes, dura seis meses. Nas primeiras doses
do medicamento, os bacilos deixam de infectar e, portanto,
a doença deixa de ser transmitida.