Saúde prepara equipes para tratar hanseníase

16/03/2005

Denize Assis

A Vigilância em Saúde (Visa) Noroeste promove nesta quinta-feira, dia 17 de março, mais uma etapa do Treinamento Básico em Vigilância em Saúde (TBVS), desta vez com o tema hanseníase. O evento acontece das 8h às 17h, no campus 2 da Pontifícia Universidade Católica (Puc-Campinas), e é direcionado a profissionais dos núcleos de saúde coletiva, médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem que atuam nas unidades de saúde da Região Noroeste da cidade.

"O objetivo é capacitar e sensibilizar os profissionais para diagnóstico, tratamento e prevenção de incapacidades, além de atualizá-los com relação à situação epidemiológica da doença em Campinas", informa o médico sanitarista Rubem Borges Fialho Júnior, da Visa Noroeste. O sanitarista afirma que o Ministério da Saúde, por meio do Plano Nacional de Erradicação da Hanseníase, tem como meta eliminar a doença no Brasil até o final de 2005. "Para isto é necessário reduzir o índice da hanseníase para menos de um caso a cada grupo de 10 mil habitantes", diz.

Segundo dados preliminares da Secretaria Municipal de Saúde, Campinas já atingiu esta meta e, hoje, apresenta prevalência de aproximadamente 0,9 para cada 10 mil habitantes. Com relação à detecção da doença, o município registra cerca de 60 casos novos por ano.

Os principais eixos para eliminação da hanseníase na cidade, em conformidade com o Plano Nacional de Erradicação, são identificar precocemente novos casos – cerca de 80% das ocorrências são diagnosticadas nas formas mais avançadas - e facilitar acesso ao tratamento para todos os pacientes. Além disso, todos os casos deverão ser curados. O índice de cura na cidade é alto, fica em torno 80%. No Brasil como um todo, a cura varia de 60% a 71,5%. O tratamento é feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e dura de seis a 12 meses.

Segundo Rubem Júnior, outro desafio do município é melhorar a ampliar as atividades de orientação e informação para a população, com enfoque para o combate ao preconceito contra o portador da doença. "Estes aspectos também são abordados na capacitação", diz o sanitarista.

O acordo para a eliminação da hanseníase até 2005 foi firmado entre os países membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1999, durante a III Conferência Mundial de Eliminação da Hanseníase, em Abdjan, na Costa do Marfim.

Saiba mais

O que é a hanseníase:

é uma doença incapacitante, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae ou bacilo de hansen.

Como se pode contrair:

A transmissão da doença se dá pelas vias aéreas superiores pelo contato direto e prolongado com uma pessoa doente, não tratada. Para desenvolver a doença, a pessoa deve aspirar uma grande quantidade de bacilos, situação que é favorecida quando há contato prolongado com o doente que não esteja em tratamento que é o caso de contato familiar.

Como identificar os sinais da doença:

Manchas claras (esbranquiçadas) ou vermelhas e dormentes (que não coçam e não doem e são insensíveis ao calor e ao frio) na pele podem ser consideradas suspeitas de hanseníase. Nesse caso é necessário procurar um centro de saúde.

O tratamento:

É feito com ingestão de comprimidos. É simples e é de graça em todos os centros de saúde. Não pode ser interrompido e, na maioria das vezes, dura seis meses. Nas primeiras doses do medicamento, os bacilos deixam de infectar e, portanto, a doença deixa de ser transmitida.

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