Saúde registra 23 casos de dengue neste verão

13/03/2006

A Secretaria de Saúde de Campinas intensificou suas ações contra a dengue após a confirmação de novos casos da doença. Levantamento feito pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) revela que neste verão foram registrados 23 casos, contra 14 no verão de 2005. O mais preocupante é que 13 casos são considerados autóctones, ou seja, a pessoa foi infectada pelo mosquito contaminado no próprio município. No mesmo período em 2005 haviam sido registrados 14 casos, sendo apenas 3 autóctones.

Outro fator considerado importante é que as pessoas contaminadas estão distribuídos por todas as regiões da cidade. A região Sudoeste lidera, com quatro casos, seguida da Norte e Sul, com três casos cada, a Noroeste com dois casos e a Leste com um . "Isso demonstra que o vírus da dengue está em circulação pela cidade", diz a médica sanitarista Naoko Silveira, da Covisa.

Na região Sudoeste, os quatro casos estão concentrados no bairro Itatinga, uma região de grande trânsito de pessoas de outros estados, como motoristas de caminhões. "Estamos tomando todas as precauções para não exportar a doença para a região e o país", diz o médico veterinário Cláudio Castagna, da Vigilância em Saúde Ambiental do Distrito de Saúde Sudoeste.

Entre estas medidas está o levantamento e controle de criadouros, busca ativa de suspeitos com sintomas em uma área de até nove quarteirões a partir da residência do contaminado e nebulização dos quarteirões dos casos positivos, em parceria com a Sucen.

O levantamento mostrou também um alto índice de larvas do mosquito Aedes aegypti em praticamente todos os bairros da cidade. A maior concentração está no bairro Taquaral e o prato de vaso de flores aparece como o principal criadouro positivo.

"Os meses de chuva e calor são mais propícios à proliferação do mosquito Aedes aegypti. Também é considerado o grande fluxo e circulação de pessoas no período de férias e o fato de a cidade receber estudantes de todas as regiões do País nesta época do ano", diz Naoko. Dos 23 casos confirmados de dengue, 10 são importados de Mato Grosso do Sul, São Félix (CE), Rondônia, Espírito Santo, Tanabi (SP), Santos (SP) e Uberlândia (MG).

A Vigilância orienta aos profissionais de saúde para que estejam atentos a pessoas com febre, acompanhada ou não de outro sintoma como dor de cabeça, dor no corpo, mal-estar e exantema (manchas vermelhas na pele). "É necessário que os profissionais suspeitem, investiguem e notifiquem imediatamente os casos para que a Vigilância possa ser ágil para desencadear todas as medidas ambientais e sanitárias necessárias para evitar a propagação da doença", afirma.

Segundo Naoko é fundamental a participação de todos os setores da sociedade nas medidas de combate ao Aedes aegypti. A expansão da epidemia está diretamente relacionada às ações de controle, principalmente as de eliminação de criadouros.

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