Associação entre tuberculose e HIV preocupa a saúde

23/03/2006

Os casos de tuberculose (TB) entre portadores do HIV é o tema principal da campanha que será desenvolvida pela Prefeitura de Campinas, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na próxima sexta-feira, dia 24, Dia Mundial da Tuberculose. A associação entre as duas doenças tem sido um dos maiores problemas para o controle da TB.

A campanha de conscientização será veiculada em faixas, cartazes e sessões educativas nas salas de espera dos centros de saúde. Alguns CS prepararam atividades para esta sexta-feira, entre eles o CS Parque da Figueira, que terá uma barraca na feira que fica ao lado da Igreja Santa Cruz, na Avenida Estados Unidos. Funcionários do CS distribuirão panfletos e orientarão a população sobre os sintomas e cuidados com a doença. O mesmo procedimento será realizado no próprio CS. Também está previsto para abril um encontro com gestores para avaliar a situação da TB no município.

De janeiro até agora foram registrados 67 casos de TB em Campinas. Os dados são provisórios e sujeitos a alteração. Em 2005, foram registrados 275 novos casos da doença em Campinas, sendo que 15% estão associados a portadores de HIV. Deste total, 70% obtiveram cura, enquanto que apenas 56% dos portadores de HIV tiveram sucesso no tratamento. Ou seja, enquanto que a taxa de mortalidade entre os casos de tuberculose gira em torno de 12%, entre os portadores de HIV o índice sobe para 21%.

"É um número bastante alto e que deve ser reduzido com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado", diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).

Segundo ela, o município avançou na luta contra a doença nos últimos anos. Houve melhora na taxa de cura, ampliação da cobertura do tratamento supervisionado e melhora do diagnóstico de co-infecção pelo HIV entre pacientes com tuberculose.

"Os desafios ainda são muitos e entre as metas da Secretaria Municipal de Saúde está a busca ativa de casos, ampliar o tratamento supervisionado, diminuir o abandono do tratamento, melhorar a taxa de cura, ampliar o controle da tuberculose nos presídios e aprimorar o sistema de informações", diz Carmo Ferreira.

De acordo com a sanitarista, o controle da tuberculose é uma das prioridades da Secretaria de Saúde de Campinas, que atua em conjunto com os Programas Nacional e Estadual de Controle da Tuberculose.

Prioridade

O combate a tuberculose foi incluído entre as prioridades da Organização Mundial da Saúde, cujo projeto é erradica-la até 2050. A tuberculose atinge hoje um terço da população mundial, com cerca de 8 milhões de casos novos a cada ano, o que significa 23 mil doentes detectados por dia. São 2 milhões de mortes por ano, 5 mil mortes a cada dia, uma morte a cada 15 segundos.

O Brasil está entre os 20 países com maior carga da doença, onde são notificados cerca de 80 mil casos novos por ano, sendo 17 mil deles no estado de São Paulo. O estado comporta também um taxa média anual de mil óbitos provocados pela TB. No entanto, a taxa de cura vem aumentando. Há cinco anos não passava de 70% e hoje está em 78%. Porém, para interromper a cadeia de transmissão e controlar a doença é necessário que sejam curados pelo menos 85% dos doentes.

Sintomas

A tuberculose é uma doença grave, transmitida pelo paciente ao falar, espirrar ou tossir, por meio das gotas de secreção respiratória que se propagam pelo ar. Causada por um microorganismo, o bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis, a enfermidade pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões. O tratamento, que dura seis meses, é fornecido pela rede pública de saúde e não pode ser abandonado em hipótese alguma.

O sintoma mais freqüente da tuberculose é a tosse, muitas vezes acompanhada de escarro. Também pode surgir febre baixa, geralmente no final da tarde, fraqueza no corpo, perda de apetite, dores no peito e nas costas, suores noturnos e, às vezes, escarro com sangue.

A orientação para a população é que procure o centro de saúde ao apresentar tosse há mais de três semanas.

Jorge Massarolo
Assessor de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde
(19) 2116-0176 / 8137-8565

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