Confirmados dois casos de dengue hemorrágica

06/03/2007

Jorge Massarolo

Exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) confirmaram os dois primeiros casos de dengue hemorrágica em Campinas este ano. Uma menina e um homem foram infectados pelo mosquito Aedes aegypti em fevereiro. Os dois já tiveram alta e passam bem. A menina, de cinco anos, ficou internada no hospital Albert Sabin entre os dias 19 e 25. Ela é de Hortolândia, mas foi atendida inicialmente no HC da Unicamp e encaminhada ao Hospital Albert Sabin.

Um teste rápido realizado no HC identificou a probabilidade de dengue hemorrágica. A comprovação sorológica definitiva veio nesta terça-feira, do Instituto Adolfo Lutz, que descartou outras patologias como a leptospirose. O outro caso é de um homem, morador do Jardim Floresta, em Campinas. Ele ficou dez dias na UTI e agora passa bem.

De acordo com o médico sanitarista da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas, André Ribas de Freitas, até o momento não existem outros casos suspeitos de dengue hemorrágica em Campinas. Em 2006 não foi registrado nenhum caso de dengue hemorrágica no município.

Nos dois casos, todos os indícios, como manchas vermelhas pelo corpo, levavam tratar-se de dengue hemorrágica. “Outro sintoma é a pressão baixa, que diminuiu a contagem de plaquetas (células que fazem a coagulação)”, diz.

A dengue hemorrágica é o tipo mais grave. Os sintomas iniciais são os mesmos da dengue comum. Só que, quando a febre acaba, começam a surgir sangramentos, a pressão cai, os lábios ficam roxos, a pessoa sente fortes dores no abdômen e uma hora fica sonolenta, outra hora agitada. A dengue hemorrágica pode levar à morte.

Casos

O último boletim divulgado pela Covisa, nesta terça-feira, mostra que o número de casos confirmados de dengue subiu para 302. Deste total, 130 são autóctones, 30 importados e 142 estão em investigação quanto ao local de residência e de infecção. O boletim anterior, divulgado no dia 26 de fevereiro, registrava 207 casos confirmados.

O Distrito de Saúde Norte lidera o ranking, com 77 casos, seguido do Distrito Sul com 17, do Sudoeste com 15, do Noroeste com 14 e do Leste com 7 casos. Também foram atendidos em Campinas 90 casos de pacientes com dengue vindos de outros municípios, principalmente de Sumaré e Hortolândia.

Arrastão

Diante do crescente número de casos, a Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, tem intensificado o número de ações de combate ao mosquito Aedes aegipty.

Desde segunda-feira, a Vigilância em Saúde do Distrito Sudoeste realiza uma operação arrastão nos Jardins Novo Campos Elíseos e Santo Antônio. Nas duas áreas vivem cerca de 20 mil pessoas e já são mais de 20 casos confirmados de dengue. No sábado passado foi realizado um mutirão de combate ao mosquito na Gleba B, junto ao Parque Oziel. A região do Padre Anchieta também passou por uma megaoperação, com a participação de 300 pessoas e o recolhimento de 800 toneladas de entulho.

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