Campinas iniciou na segunda-feira, dia 26 de março,
Campanha de Atualização da Vacina contra Sarampo,
Caxumba e Rubéola (vacina tríplice viral ou SRC)
para crianças na faixa etária entre 1 e 6 anos de
idade. A campanha acontece até dia 5 de abril em
todos os Centros de Saúde, no horário normal de
funcionamento de cada unidade. A dose é gratuita e
os pais devem levar a caderneta de vacinação. Quem
não tiver o documento, receberá um na unidade de
saúde.
A
Campanha acontece em todo Estado de São Paulo, por
orientação da Secretaria de Estado da Saúde. Em
Campinas, a coordenação é da Secretaria Municipal de
Saúde.
A
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de
Campinas, informa que, de acordo com o calendário
vacinal do Ministério da Saúde, a criança deve
receber a primeira dose da tríplice viral com 1 ano
de idade e a segunda entre 5 e 6 anos.
“Para
esta campanha, a indicação é aplicar a primeira dose
em crianças com idades entre 1 e 3 anos que nunca
receberam a vacina e a segunda para a faixa etária
entre 4 e 6 anos. Durante a campanha, a segunda dose
está sendo antecipada para 4 anos devido ao surto de
sarampo ocorrido na Bahia – atualmente sobre
controle - e aos surtos de rubéola no Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. O objetivo é
minimizar riscos de transmissão aqui”, diz Brigina.
Segundo a sanitarista, esta campanha foi programada
de acordo com a situação epidemiológica atual,
considerando os surtos em outros estados. É uma
campanha preventiva. “No entanto, se esta situação
se altera – como num eventual surto em São Paulo –
as ações de controle mudam e a campanha é
modificada”, diz.
Para
auxiliar na divulgação da campanha, a Secretaria de
Saúde conta com o apoio dos meios de comunicação e
com a parceria das Secretarias de Educação que,
através das escolas, vão informar as famílias por
meio de mensagens anexadas nos cadernos dos alunos.
Brigina diz que é necessário considerar que Campinas
e sua região metropolitana apresentam condições que
propiciam a ocorrência de casos de sarampo, caxumba
e rubéola, já que estas são doenças de transmissão
respiratória e de alta transmissibilidade.
“Ainda
somos vulneráveis à ocorrência destas doenças. No
entanto, o município de Campinas, com toda sua rede
de saúde de serviços públicos e privados, tem muita
condição para evitar uma situação semelhante à
verificada recentemente em outros estados. Por isso,
solicitamos empenho de todos os profissionais de
saúde, especialmente dos pediatras, na realização da
campanha e orientem sua clientela ou pacientes para
que estejam vacinados, de acordo com as
recomendações. Além disso, mais uma vez, chamamos a
atenção de todas as equipes de saúde das redes
pública e privada para que estejam muito atentas
para os casos suspeitos destas doenças e promovam a
notificação imediata (para medidas rápidas de
controle)”, diz.
Denize
Assis
Saiba
mais.
Sobre o sarampo
O que é?
Doença infecciosa aguda do sistema respiratório,
altamente contagiosa, usualmente de evolução
benigna, cuja principal complicação é a
broncopneumonia.
Qual o agente envolvido?
Vírus pertencente ao gênero Morbillivirus,
família Paramyxoviridae.
Quais os
sintomas?
Os principais sintomas são febre alta, manchas
vermelhas pelo corpo (exantema), mal-estar geral,
coriza, conjuntivite e tosse com catarro. Nas fases
iniciais da doença, podem ser observados pequenos
pontos brancos, circulados por uma região vermelha,
localizados na parte interna das bochechas.
Como
se transmite?
Através de secreções respiratórias expelidas pelo
paciente infectado ao tossir, espirrar, falar ou
respirar. Devem ser evitados ambientes fechados, que
favorecem a contaminação.
Como tratar?
O tratamento é feito com repouso, dieta líquida ou
branda, medidas de higiene geral, hidratação,
antitérmicos e limpeza das secreções oculares e
nasais com soro fisiológico. Em populações com
deficiência de vitamina A, recomenda-se a
suplementação da vitamina.
Como se prevenir?
A vacinação é a medida mais eficaz de prevenção
contra o sarampo. A vacinação deve ser feita com a
tríplice viral aos 12 meses de vida e uma dose de
reforço aplicada entre 4 a 6 anos de idade. A vacina
também deve ser aplicada durante a realização de
bloqueio vacinal de contatos de casos suspeitos ou
confirmados da doença, em indivíduos da faixa etária
de 6 meses a 39 anos de idade (ou mais, dependendo
da situação epidemiológica), que não comprovem
vacinação anterior. Nesse caso, a vacina utilizada
para os maiores de 6 anos é a dupla viral. Os
profissionais de saúde e todos os profissionais da
rede hoteleira, aeroportos, portos, taxistas,
profissionais do turismo e do sexo, quartéis, corpo
de bombeiros e caminhoneiros, atualmente, constituem
os principais grupos de risco para a doença e por
isso devem procurar o posto de vacinação para
receberem a vacina contra sarampo. A vacina tríplice
viral protege contra o sarampo, a rubéola e a
caxumba e a dupla viral não contém antígenos contra
a caxumba.
Sobre a rubéola
O que é?
É uma doença infecto-contagiosa causada por vírus
que atinge, principalmente, crianças.
É transmitida por um vírus do gênero Rubivírus,
família Togaviridae.
Quais os
sintomas?
Na maioria das vezes, a infecção pós-natal é
subclínica, não produzindo sintomas. Quando
presentes, os principais são: febre baixa, manchas
avermelhadas na pele (exantema), ínguas na região do
pescoço (inchaço dos gânglios linfáticos), perda de
apetite, dor de cabeça, dores articulares e/ou
musculares, coriza e tosse.
Como se
transmite?
Por contato direto com uma pessoa infectada ou com
secreções do nariz ou boca do doente.
Como tratar?
A rubéola pós-natal é uma doença benigna. O
tratamento consiste em controlar a temperatura
corporal por meio de banhos mornos ou frios, ingerir
bastante líquido e fazer repouso. É importante
evitar contato com gestantes.
Como se prevenir?
A vacinação é única forma de prevenir a doença.
Sobre
a caxumba
O que
é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível,
causada por um vírus que provoca febre e inflamação
da glândula parótida.
Qual o
agente envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família
Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus.
Quais os
sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares
localizadas na região da boca, principalmente, a
parótida. Podem estar presentes outros sintomas como
dor no corpo, dor de cabeça.Em homens adultos, pode
ocorrer inflamação nos testículos (orquite) e, em
mulheres acima de 15 anos, inflamação nos ovários (ooforite).
É relativamente comum também o comprometimento do
sistema nervoso central, conhecido por meningite
asséptica, e pancreatite.
Como se
transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do
doente contendo o vírus.
Como
tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados
repouso, uso de medicamentos analgésicos e
observação de possíveis complicações. No caso de
orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o
uso de suspensório escrotal são fundamentais para o
alívio da dor.
Como se
prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina
tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), de
acordo com o esquema vacinal preconizado pela
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde. A caxumba, isoladamente, não é doença de
notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de
surtos e epidemias deve ser registrada e
acompanhada, para que se conheça melhor o
comportamento da doença.