Campinas promove campanha de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola

28/03/2007

Campinas iniciou na segunda-feira, dia 26 de março, Campanha de Atualização da Vacina contra Sarampo, Caxumba e Rubéola (vacina tríplice viral ou SRC) para crianças na faixa etária entre 1 e 6 anos de idade. A campanha acontece até dia 5 de abril em todos os Centros de Saúde, no horário normal de funcionamento de cada unidade. A dose é gratuita e os pais devem levar a caderneta de vacinação. Quem não tiver o documento, receberá um na unidade de saúde.

A Campanha acontece em todo Estado de São Paulo, por orientação da Secretaria de Estado da Saúde. Em Campinas, a coordenação é da Secretaria Municipal de Saúde.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de Campinas, informa que, de acordo com o calendário vacinal do Ministério da Saúde, a criança deve receber a primeira dose da tríplice viral com 1 ano de idade e a segunda entre 5 e 6 anos.

“Para esta campanha, a indicação é aplicar a primeira dose em crianças com idades entre 1 e 3 anos que nunca receberam a vacina e a segunda para a faixa etária entre 4 e 6 anos. Durante a campanha, a segunda dose está sendo antecipada para 4 anos devido ao surto de sarampo ocorrido na Bahia – atualmente sobre controle - e aos surtos de rubéola no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. O objetivo é minimizar riscos de transmissão aqui”, diz Brigina.

Segundo a sanitarista, esta campanha foi programada de acordo com a situação epidemiológica atual, considerando os surtos em outros estados. É uma campanha preventiva. “No entanto, se esta situação se altera – como num eventual surto em São Paulo – as ações de controle mudam e a campanha é modificada”, diz.

Para auxiliar na divulgação da campanha, a Secretaria de Saúde conta com o apoio dos meios de comunicação e com a parceria das Secretarias de Educação que, através das escolas, vão informar as famílias por meio de mensagens anexadas nos cadernos dos alunos.

Brigina diz que é necessário considerar que Campinas e sua região metropolitana apresentam condições que propiciam a ocorrência de casos de sarampo, caxumba e rubéola, já que estas são doenças de transmissão respiratória e de alta transmissibilidade.

“Ainda somos vulneráveis à ocorrência destas doenças. No entanto, o município de Campinas, com toda sua rede de saúde de serviços públicos e privados, tem muita condição para evitar uma situação semelhante à verificada recentemente em outros estados. Por isso, solicitamos empenho de todos os profissionais de saúde, especialmente dos pediatras, na realização da campanha e orientem sua clientela ou pacientes para que estejam vacinados, de acordo com as recomendações. Além disso, mais uma vez, chamamos a atenção de todas as equipes de saúde das redes pública e privada para que estejam muito atentas para os casos suspeitos destas doenças e promovam a notificação imediata (para medidas rápidas de controle)”, diz.

Denize Assis

 

Saiba mais.

Sobre o sarampo

O que é?
Doença infecciosa aguda do sistema respiratório, altamente contagiosa, usualmente de evolução benigna, cuja principal complicação é a broncopneumonia.

Qual o agente envolvido?
Vírus pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae.

Quais os sintomas?
Os principais sintomas são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo (exantema), mal-estar geral, coriza, conjuntivite e tosse com catarro. Nas fases iniciais da doença, podem ser observados pequenos pontos brancos, circulados por uma região vermelha, localizados na parte interna das bochechas. 

Como se transmite?
Através de secreções respiratórias expelidas pelo paciente infectado ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Devem ser evitados ambientes fechados, que favorecem a contaminação.

Como tratar?
O tratamento é feito com repouso, dieta líquida ou branda, medidas de higiene geral, hidratação, antitérmicos e limpeza das secreções oculares e nasais com soro fisiológico. Em populações com deficiência de vitamina A, recomenda-se a suplementação da vitamina.

Como se prevenir?
A vacinação é a medida mais eficaz de prevenção contra o sarampo. A vacinação deve ser feita com a tríplice viral aos 12 meses de vida e uma dose de reforço aplicada entre 4 a 6 anos de idade. A vacina também deve ser aplicada durante a realização de bloqueio vacinal de contatos de casos suspeitos ou confirmados da doença, em indivíduos da faixa etária de 6 meses a 39 anos de idade (ou mais, dependendo da situação epidemiológica), que não comprovem vacinação anterior. Nesse caso, a vacina utilizada para os maiores de 6 anos é a dupla viral. Os profissionais de saúde e todos os profissionais da rede hoteleira, aeroportos, portos, taxistas, profissionais do turismo e do sexo, quartéis, corpo de bombeiros e caminhoneiros, atualmente, constituem os principais grupos de risco para a doença e por isso devem procurar o posto de vacinação para receberem a vacina contra sarampo. A vacina tríplice viral protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba e a dupla viral não contém antígenos contra a caxumba.

Sobre a rubéola

O que é?
É uma doença infecto-contagiosa causada por vírus que atinge, principalmente, crianças.
É transmitida por um vírus do gênero Rubivírus, família Togaviridae.

Quais os sintomas?
Na maioria das vezes, a infecção pós-natal é subclínica, não produzindo sintomas. Quando presentes, os principais são: febre baixa, manchas avermelhadas na pele (exantema), ínguas na região do pescoço (inchaço dos gânglios linfáticos), perda de apetite, dor de cabeça, dores articulares e/ou musculares, coriza e tosse.

Como se transmite?
Por contato direto com uma pessoa infectada ou com secreções do nariz ou boca do doente.

Como tratar?
A rubéola pós-natal é uma doença benigna. O tratamento consiste em controlar a temperatura corporal por meio de banhos mornos ou frios, ingerir bastante líquido e fazer repouso.  É importante evitar contato com gestantes.

Como se prevenir?
A vacinação é única forma de prevenir a doença.

Sobre a caxumba

O que é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível, causada por um vírus que provoca febre e inflamação da glândula parótida.

Qual o agente envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus.

Quais os sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares localizadas na região da boca, principalmente, a parótida. Podem estar presentes outros sintomas como dor no corpo, dor de cabeça.Em homens adultos, pode ocorrer inflamação nos testículos (orquite) e, em mulheres acima de 15 anos, inflamação nos ovários (ooforite). É relativamente comum também o comprometimento do sistema nervoso central, conhecido por meningite asséptica, e pancreatite.

Como se transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do doente contendo o vírus.

Como tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados repouso, uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações. No caso de orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Como se prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), de acordo com o esquema vacinal preconizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A caxumba, isoladamente, não é doença de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da doença.

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