Oficina e teatro marcam Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose em Campinas

20/03/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quinta-feira, dia 20 de março, oficina sobre tuberculose voltada para profissionais da rede pública municipal de Saúde. O evento, que ocorre na Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC), tem como objetivo atualizar as equipes de saúde, fortalecer a rede de diagnóstico e tratamento da doença e discutir o processo de trabalho para aprimorar a gestão do Programa Municipal de Controle da Tuberculose. O evento integra a programação para marcar o Dia Mundial contra a Tuberculose, em 24 de março.

Na próxima segunda-feira, dia 24, o grupo Hilária Trupe se apresenta na Praça do Convívio, atrás da Catedral, no Centro de Campinas, das 9h às 12h, e no terminal Central, das 13h às 16h. O objetivo é informar e mobilizar a comunidade sobre a doença, tratamento e como e quando procurar a unidade de saúde. Todos os centros de saúde vão estar com atividades voltadas para a sensibilização da comunidade para o tema deste ano que é "Eu ajudo no combate à tuberculose. Você também pode ajudar".

Considerada uma doença ‘persistente’, a tuberculose atinge, atualmente, um terço da população mundial, com cerca de 8 milhões de casos novos a cada ano, o que significa 23 mil doentes detectados por dia. São 2 milhões de mortes por ano, 5 mil mortes a cada dia, uma morte a cada 15 segundos.

Em Campinas, em 2007, foram registrados 280 casos novos da doença, numa taxa de incidência de 25 para cada grupo de 100 mil habitantes. O sucesso do tratamento ficou em torno de 75%. A taxa de abandono foi de 12,5% em 2006 e de 8% no primeiro semestre de 2007 – os dados do 2º semestre de 2007 ainda não estão fechados. A maior população atingida é na faixa etária de 30 a 49 anos, com prevalência do sexo masculino.

A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, afirma que nos últimos anos o município melhorou a taxa de cura, ampliou a cobertura do tratamento supervisionado e melhorou o diagnóstico de co-infecção pelo HIV entre pacientes com tuberculose – em 2006 a taxa de pacientes com co-infecção foi de 16%.

“Mas os desafios ainda são muitos e entre as metas da Secretaria Municipal de Saúde constam fazer busca ativa de casos, ampliar do tratamento supervisionado, diminuir o abandono, melhorar a taxa de cura, ampliar o controle da tuberculose nos presídios e aprimorar o sistema de informações”, diz Carmo Ferreira.

A tuberculose é uma doença grave, transmitida pelo paciente ao falar, espirrar ou tossir, por meio das gotas de secreção respiratória que se propagam pelo ar. Causada por um microorganismo, o bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis, a enfermidade pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões. O diagnóstico da doença é fácil e barato, o tratamento está disponível na rede pública de saúde e é eficaz.

O sintoma mais freqüente da tuberculose é a tosse, muitas vezes acompanha de escarro. Também podem surgir febre baixa, geralmente no final da tarde, fraqueza no corpo, perda de apetite, dores no peito e nas costas, suores noturnos e, às vezes, escarro com sangue.

De acordo com a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, a orientação para a população é que procure o centro de saúde ao apresentar tosse há mais de três semanas. “E os profissionais também precisam estar atentos e pensar tuberculose quando o paciente se apresentar com tosse pois esta doença ainda é um problema de saúde pública muito presente”, afirma Brigina.

Volta ao índice de notícias