Programa DST/Aids de Campinas apóia realização da 4ª Conferência LGTTB do município

25/03/2008

Autor: Eli Fernandes

Parceria amplia as possibilidades para o enfrentamento das vulnerabilidades a que essa população tem sido historicamente exposta

O Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, conforme a Política Nacional de DST/Aids, mantém parceria, participa e apóia a 4ª Conferência LGTTB de Campinas, de sexta a domingo (28, 29 e 30 de março), no Salão Vermelho da Prefeitura. A conferência é realizada pela Prefeitura de Campinas através da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social (por meio do Centro de Referência GLTTB) e o Fórum de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Bissexuais da cidade.

Nesta conferência serão problematizados assuntos relacionados ao cotidiano da comunidade de lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais (LGTTB), para qualificar as reivindicações desta população. Os resultados dos trabalhos serão reunidos na "Carta de Campinas" que embasa a atuação dos representantes na Conferência Estadual e na Nacional, cujo tema é "Direitos Humanos e Políticas Públicas: O caminho para garantir a cidadania GLBTT", que serão realizadas em 2008, ano do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas, Maria Cristina Feijó Januzzi Ilário, enfermeira sanitarista, explica que trabalhar com a prevenção ao HIV/aids e outras DSTs significa respeitar e contemplar as populações com promoção do acesso à plena cidadania, direitos, inclusão e igualdade, independente de questões ligadas ao desejo, identidade e orientação sexual, bem como etnia, gênero, religião ou condição social.

A epidemia de aids em Campinas é majoritariamente heterossexual, porém, no decorrer da história da Política Nacional de DST/Aids os Programas têm firmado parcerias com instituições públicas e entidades da sociedade civil organizada para participar esta população. Campinas tem desenvolvido diversos projetos voltados à população de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais. A manutenção e qualificação das estratégias de educação em saúde junto às populações mais vulneráveis à transmissão das DSTs, do HIV e da aids são diretriz da Política Nacional de Enfrentamento à aids.

Os projetos voltados às ações de prevenção às DST/Aids, promoção à saúde e cidadania, como apoio aos eventos realizados no mês de junho, quando é celebrado em Campinas o mês da Diversidade Sexual, reforçam o compromisso do Programa Municipal de DST/Aids de ampliar a resposta à homofobia, lesbofobia e transfobia e a promoção dos direitos humanos e da visibilidade do segmento GLTTB. Além disso, essas atividades têm potencial para promover ações de prevenção das DST e da aids.

A abertura da 4ª Conferência é nesta sexta, a partir das 19h, com o prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos, o vereador Francisco Signorelli (presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores), a representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Ivair Augusto A. Santos, a secretária Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social, Darci da Silva, o representante da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, Ricardo Augusto Yamasaki, o presidente da Associação Brasileira de GLTTBs, Toni Reis, o coordenador do CR GLTTB de Campinas, Paulo Reis dos Santos, a coordenadora do Programa Municipal DST/Aids, Maria Cristina Feijó Januzzi Ilário, e a representante do Fórum Municipal de LGTTBs de Campinas, Janaína Lima.

Campinas tem cerca de cinco mil casos de aids notificados desde o início da epidemia, nos anos 80. Balanço parcial dos casos notificados em 2007 indica que entre heterossexuais (população em que concentra-s a maioria dos casos diagnosticados recentemente) a relação é de 1,4 mulher para cada homem.

Parcial 2007 (até outubro):

135 casos em maiores de 13 anos

81,5% transmissão via sexual

63,6% heterossexual

35% homo/bissexual

Embora o maior crescimento da epidemia seja entre mulheres e homens heterossexuais, a medida visa dar visibilidade ao preservativo e ampliar a capacidade de controle da epidemia entre as diferentes categorias de exposição ao hiv/aids e às dst. Para a coordenação do Programa, o preconceito e a discriminação contribuem para uma baixa auto-estima e que trazem como conseqüência as práticas sexuais sem proteção.

Camisinhas são distribuídas gratuitamente, durante o ano todo, em todos os Centros de Saúde de Campinas. O teste de HIV e sífilis também é gratuito e sigiloso e pode ser feito em qualquer Centro de Saúde. Além disso, Campinas conta com dois serviços especializados em aconselhamento e teste: Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). Nos CTAs, além de gratuito e sigiloso (o resultado do teste só é revelado a quem fez o exame e a ninguém mais), o teste pode ser feito de forma anônima.

O CTA Ouro Verde fica em frente ao Terminal Ouro Verde, e realiza aconselhamento e teste de HI e sífilis. O CTA / Ouro Verde funciona às segundas-feiras, das 13h às 17h, à avenida Rui Rodrigues, 3434. O telefone é (19) 3226 – 7475. O outro serviço é o Coas / CTA, localizado no Centro de Referência (CR) do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas. O Coas CTA funciona de segunda a sexta, das 8h às 18h, à Rua Regente Feijó, 637, Centro.

Confira a programação da 4ª Conferência LGTTB de Campinas

28, 29 e 30 de março de 2008

Local: Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas

Avenida Anchieta, 200, Centro

Sexta, 28

19h – Abertura

20h – Conjuntura, estratégias e perspectivas

Sábado, 29

9h – Apresentação e votação do regimento interno

10h – Raça Etnia, Gênero e Classe

14h – Combate à violência

17h – Cultura e lazer

Domingo, 30

9h – Grupos de trabalho

14h – Plenária final

Informações: 0800 7718765 ou e-mail para: 4conferenciacampinas@yahoo.com.br

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