Ações na praça e no terminal marcam Dia Mundial contra a Tuberculose em Campinas

25/03/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde com apoio do Programa Municipal de DST/Aids, aproveitou esta segunda-feira, 24 de março, Dia Mundial de Luta contra a Turberculose, para alertar a população sobre a doença e informar acerca dos sintomas e tratamento.

Profissionais de saúde foram deslocados para dois pontos de grande circulação de pessoas no Centro da cidade: a praça do Convívio, atrás da Catedral Metropolitana, e o Terminal Central. Nos dois locais, o grupo de teatro Ilária Trupe desenvolveu performances para sensibilizar as pessoas para a questão. Materiais educativos foram distribuídos.

Nos Centros de Saúde espalhados pelas cinco regiões de Campinas, agentes comunitários de saúde entre outros profissionais que atuam na área promoveram, durante todo o dia, atividades de educação, informação e mobilização social sobre tuberculose.

Foram fixadas em todas as unidades de saúde com a informação ‘Tosse há mais de três semanas? Você pode estar com tuberculose. Procure o serviço de saúde.’

Por ano, cerca de 280 novos casos de tuberculose surgem em Campinas. O Brasil tem cerca de 80.000 doentes e quase 5.000 mortes anuais. A campanha deste ano, que tem o slogan “Tuberculose em Algum Lugar, Problema de Todos Nós”, tem por meta aumentar a conscientização do público sobre a situação de uma das mais antigas doenças que atingem a humanidade.

A iniciativa, segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas, pretende alertar a sociedade para o fato de que a tuberculose é uma doença grave, que mata, mas que pode ser combatida. O tratamento é gratuito e está disponível na rede de saúde pública. “O tratamento é capaz de curar a quase totalidade dos casos com a utilização correta da medicação e a não interrupção antes de completar o sexto mês de tratamento”, afirma Carmo Ferreira.

A Secretaria de Saúde de Campinas dispõe de ampla cobertura para tratamento da doença. São 62 unidades básicas de saúde; a Policlínica II que é referência regional para casos de multirresistência e para casos específicos encaminhados pelos Centros de Saúde; hospitais dr. Mário Gatti, Celso Pierro e Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, para retaguarda para intercorrências; o Laboratório Municipal de Patologia Clínica, que realiza todas as baciloscopias; o laboratório do Instituto Adolfo Lutz, que realiza culturas; e o Centro de Referência em DST/Aids, que atua em parceria com a Vigilância nos casos de co-infecção.

Todos os anos, são promovidas capacitações para servidores envolvidos no Programa Municipal de Controle da Tuberculose. Na última capacitação, na quinta-feira, 20 de março, foi definida uma campanha de busca ativa de sintomáticos respiratórios. A data ainda será marcada.

Desafios. Um dos principais problemas para controle da doença no Brasil e em Campinas é a falta de continuidade do tratamento. Conforme o paciente percebe o desaparecimento dos sintomas nos primeiros dias de medicação, ele acaba abandonando a terapia, adquirindo, a partir daí, resistência à medicação convencional. O tratamento se torna mais caro e a probabilidade de cura diminui. Em Campinas, a taxa de abandono da doença foi de 12,5% em 2006.

Avanços. Os desafios ainda são muitos, mas o município tem avançado na cura da tuberculose - que apresentou taxa de 75% nos anos de 2006 e 2007 - e na redução da incidência - que atualmente é de 25 por 100 mil habitantes. Entre a população carcerária, a incidência é 10 vezes maior.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, informou que Campinas tem trabalhado para melhorar o controle da tuberculose. “Nossas ações buscam melhorar o sistema de informação, o diagnóstico e ampliar o tratamento acompanhado, nossos maiores desafios. Avançamos nos últimos anos, mas precisamos fazer mais do que fazemos, principalmente garantindo todas as oportunidades de tratamento para os pacientes”, disse.

Mais sobre tuberculose. A tuberculose é uma doença causada por um micróbio chamado bacilo de Koch. Ataca principalmente os pulmões e quando não tratada torna-se uma enfermidade grave. A doença tem cura. O tratamento dura seis meses e os remédios são fornecidos nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A medicação é gratuita e deve ser tomada rigorosamente para que a cura seja garantida. Não é necessário o isolamento do doente. Algumas medidas ajudam a evitar a doença: vacinar as crianças com BCG ao nascer; arejar a casa para permitir a entrada do sol; alimentar-se de forma saudável e levar as pessoas que moram com doentes para serem examinadas.

A forma de contágio é pelo ar que as pessoas respiram, quando os doentes tossem, espirram ou falam. São sintomas da tuberculose: tosse por mais de três semanas, dor no peito, perda de peso, febre baixa, principalmente no final da tarde e falta de apetite. Depois de três semanas de tratamento não haverá mais risco de contaminar outras pessoas.

A data. O Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose foi lançado em 1982, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares. No Brasil, a Portaria que deu origem à Semana Nacional de Mobilização e Combate à Tuberculose, foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrido em 24 de março de 1982, pelo médico Robert Koch.

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