Banco de Leite Humano de Campinas lança campanha para aumento de doações

30/03/2009

Autor: Cláudia Xavier

O Centro de Lactação – Banco de Leite Humano (BLH) Municipal de Campinas está lançando uma campanha de apelo para que mães que estejam amamentando doem o excedente do seu leite. O estoque do Banco está 50% abaixo do normal para esta época do ano.

Para participar da campanha de doação, a mulher que está amamentando seu próprio filho não precisa nem sair de casa: basta ligar para o telefone 3306-6039, fornecer alguns dados para o cadastro de doadora, e neste momento será agendada a visita de técnicas do Banco de Leite.

Na primeira visita à casa da doadora serão realizadas orientações sobre a ordenha manual, retirados os exames/cartão de prenatal (serão devolvidos na próxima coleta), além da entrega do material usado no processo como toucas, máscaras e frascos estéreis para armazenamento do leite. É por meio de agendamento de dia e horário que o Banco de Leite busca os frascos com leite congelado na casa das doadoras.

Segundo a coordenadora, por motivos ainda desconhecidos, as doações caíram e os estoques baixaram de 150 litros de leite, em janeiro, para 100 litros em fevereiro e, pelas estimativas, não deve alcançar os 70 litros até o final deste mês de março. No sentido inverso , houve aumento nas solicitações sendo que foram distribuídos 88 litros de leite humano em janeiro, e 114 litros em fevereiro. "Se continuar nesse ritmo, teremos que racionalizar a distribuição e através de triagem selecionar de acordo com os relatórios médicos os muito graves dentre bebês prematuros nascidos com menos de 1,5 quilo e outros recém-nascidos com risco de morte em UTIs neonatais", alerta a coordenadora do BLH, Cláudia Maria Monteiro Sampaio.

A situação é preocupante porque, segundo Cláudia, o BLH já sofre uma queda natural no número de doações nos períodos de férias e de frio, entre maio a agosto. "Em função disso é importante manter nossos estoques em equilíbrio. Estamos hoje com 25 doadoras , quando a média seria de 50 a 55 doadoras", disse.

Distribuição

O leite humano doado é pasteurizado e distribuído (mediante relatório e prescrição médica) aos recém-nascidos prematuros e outros lactentes clinicamente impossibilitados, por um período de tempo, de serem alimentados ao seio materno ou de receberem o leite da própria mãe pasteurizado.

Devido às propriedades nutricionais e imunológicas do leite materno, a recuperação e o desenvolvimento dos recém-nascidos internados em UTIS neonatais, especialmente os prematuros, ocorre com redução dos riscos de infecções, propiciando uma recuperação mais rápida.

A unidade de Campinas é referência para toda a região e recebe doações de moradoras não só no município como em Valinhos, Vinhedo, Indaiatuba, Jaguariúna, Holambra, Hortolândia, Sumaré, Monte Mor, Nova Odessa, Americana, Paulínia, Cosmópolis, Artur Nogueira e Santa Bárbara D’Oeste.

Quem pode doar

Podem doar leite humano mulheres sadias que apresentam secreção láctea superior às exigências de seus filhos e que se dispõem a doar o excedente por livre e espontânea vontade.

O Centro de Lactação – Banco de Leite Humano de Campinas é o centro de referência do município responsável pela promoção e incentivo ao aleitamento materno e pela execução das atividades de coleta, processamento, armazenamento e distribuição de leite humano.

Criado em 1993, resultado de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Maternidade de Campinas, o serviço está localizado no 5º andar da Maternidade (Avenida Orosimbo Maia, 165, Centro) e atende ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 11h.

A mulher deve entrar em contato com o Banco de Leite se desejar doar o leite, necessitar de orientações ou estiver com problemas nas mamas no período da amamentação.

O leite materno é considerado o melhor alimento que pode ser oferecido aos bebês no seis primeiros meses de vida, sem que haja necessidade de oferecer nenhum outro líquido ou alimento neste período.

Após a introdução de frutas e comida de sal, o aleitamento deverá ser continuado pois os benefícios, principalmente os de proteção contra doenças gastrointestinais e respiratórias, persistem no decorrer de toda a duração do aleitamento materno. O aleitamento materno é uma forma de reduzir os riscos de doenças e mortalidade infantil, combater a fome e investir em futuras gerações de pessoas mais saudáveis.

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