Vacinação contra gripe A começa dia 8 de março e deve atingir 540 mil campineiros

01/03/2010

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Campinas inicia na segunda-feira, dia 8 de março, a Campanha de Vacinação contra a gripe A (H1N1). A expectativa, em dois meses e meio, é atingir 540 mil campineiros. A campanha nacional tem por estratégia manter o funcionamento dos serviços de saúde envolvidos na resposta à pandemia e diminuir o número de casos graves e mortes – morbimortalidade - associadas à infecção pelo vírus A (H1N1).

A vacinação será por etapas, em datas distintas. Os primeiros a serem vacinados são os trabalhadores da rede de atenção à saúde, cerca de 31 mil campineiros, envolvidos na resposta à pandemia. Neste grupo estão incluídos os servidores que atuam nos Centros de Saúde, hospitais e serviços de emergência públicos e privados.

Entre 22 de março e 2 de abril, a campanha abrangerá grávidas em qualquer período de gestação, estimadas em 14,5 mil campineiras; pessoas com problemas crônicos – exceto idosos, que serão chamados posteriormente -, estimadas em 74 mil; e crianças de seis meses a dois anos incompletos, que somam 21,8 mil. Na lista, entram doenças do coração, pulmão, fígado, rins e sangue; diabéticos, pessoas com deficiência do sistema imunológico e obesos grau 3.

As mulheres que engravidarem após este período deverão procurar um Centro de Saúde até o final da campanha e terão sua vacina garantida. As crianças de 6 meses a dois anos incompletos tomarão outra dose depois de 30 dias.

Adultos de 20 a 29 anos são o público-alvo da terceira fase, que vai de 5 a 23 de abril. A etapa seguinte, de 24 de abril a 7 de maio, coincide com a campanha anual de vacinação contra a gripe comum. Nesse período, os idosos serão vacinados contra a influenza sazonal, como ocorre todos os anos. Se tiverem doenças crônicas, receberão também a vacina contra a gripe pandêmica. A estratégia foi elaborada de forma que a população da faixa etária se dirija aos locais de vacinação apenas uma vez.

Adultos saudáveis de 30 a 39 anos serão vacinados na quinta etapa da campanha, de 10 a 21 de maio. Doadores de sangue nas faixas etárias e grupos incluídos na estratégia de vacinação serão vacinados após a doação para que não haja desabastecimento dos bancos. Os adultos de 20 a 39 anos constituem uma população estimada em 378 mil e idosos com doença crônica aproximadamente 19 mil.

“Trata-se de um dos maiores desafios em termos de campanha de vacinação de toda história do Programa de Imunização do Ministério da Saúde. Para alcançar a meta, vamos implementar medidas para facilitar a logística e organizar filas. Equipes de salas de vacina serão reforçadas e terão horários ampliados. Também vamos buscar parcerias com universidades e empresas. É um esforço que vai exigir forte mobilização”, disse o secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, em coletiva para a imprensa nesta segunda-feira, dia 1 de março.

O secretário ressaltou que a população deve acompanhar com atenção a comunicação que será feita por meio dos órgãos oficiais e com apoio da imprensa acerca das datas e prazos desta campanha. E reforçou que as pessoas não devem se esquecer dos cuidados básicos que podem ajudar na prevenção da nova gripe, que incluem lavar bem as mãos com água e sabão frequentemente; cobrir a boca e nariz com lenço descartável ao tossir e espirrar; não compartilhar copos, pratos e talheres. “É importante ressaltar que as pessoas com sintomas de gripe não devem ir ao trabalho e à escola”, disse.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, a campanha é fundamental para que o Brasil possa enfrentar a doença de forma mais segura do que na primeira onda pandêmica, no ano passado, quando ainda não havia uma vacina.

Em 2009, foram confirmados 208 casos de gripe A (H1N1) entre moradores de Campinas, dos quais 17 pessoas morreram.

CRONOGRAMA DE VACINAÇÃO DOS GRUPOS PRIORITÁRIOS

DOENÇAS CRÔNICAS PARA VACINAÇÃO

De 22 de março a 2 de abril

  • Obesidade grau 3 - antiga obesidade mórbida (crianças; adolescentes e adultos);
  • Doenças respiratórias crônicas desde a infância (exemplos: fibrose cística, displasia broncopulmonar);
  • Asmáticos (formas graves);
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica e outras doenças crônicas com insuficiência respiratória;
  • Doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (exemplo: distrofia neuromuscular);
  • Imunodeprimidos (exemplos: pacientes em tratamento para aids e câncer ou portadores de doenças que debilitam o sistema imunológico);
  • Diabetes mellitus;
  • Doença hepática (exemplos: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral);
  • Doença renal (exemplo: insuficiência renal crônica, principalmente em pacientes com diálise);
  • Doença hematológica (hemoglobinopatias);
  • Pacientes menores de 18 anos com terapêutica contínua com salicilatos (exemplos: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki);
  • Portadores da Síndrome Clínica de Insuficiência Cardíaca;
  • Portadores de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica (exemplos: hipertensão arterial pulmonar, valvulopatias, cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular).

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