Ações na praça e nos Centros de Saúde marcam Semana de Combate à Obesidade Infantil

16/03/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quarta-feira, dia 16 de março, das 9h às 16h, na Praça Rui Barbosa, atrás da Catedral Metropolitana, uma série de ações para marcar a Semana Estadual de Combate à Obesidade Infantil. O evento, organizado pelo Departamento de Saúde com apoio da equipe da Policlínica II, inclui atividades de informação, educação e mobilização social. A ação será aberta pelo secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, às 9h.

Durante o evento, as pessoas interessadas vão ser avaliadas em relação ao peso, à altura e terão calculado o Índice de Massa Corporal (IMC). Com base nesta análise, elas serão classificadas de acordo com uma tabela que aponta a incidência de sobrepeso ou obesidade e, se necessário, orientadas a procurar o centro de saúde para acompanhamento pelas equipes de saúde, diretrizes do Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, que inclui a prevenção da obesidade e do sedentarismo.

O excesso de peso é diagnosticado a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela razão entre o peso e o quadrado da altura. Se esse índice alcança valor igual ou superior a 25 kg/m², há excesso de peso. A obesidade é diagnosticada quando o índice atinge ou supera os 30 kg/m².

As ações serão realizadas por equipes de nutrição e enfermagem do ambulatório de endocrinologia da Policlínica II. Também participam docentes e alunos das Faculdades de nutrição e enfermagem da Unip.

Além da mensuração do peso e altura, os interessados vão receber orientações nutricionais. Também serão distribuídos materiais educativos sobre alimentação saudável e prática de exercícios. Apesar das atividades serem destinadas a crianças, principalmente até 2 anos de idade, e adolescentes, pessoas de todas as faixas etárias podem participar.

Além da ação na praça, todos os centros de saúde de Campinas vão desenvolver esta semana atividades educativas sobre alimentação saudável e a importância da prática de atividades físicas.

Segundo a médica Lígia Aparecida Neaime de Almeida, coordenadora municipal da Saúde da Criança e do Adolescente, as prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos anos no Brasil, especialmente na população infanto-juvenil, e esta realidade se aplica a Campinas.

Atenta a esta situação, a Secretaria de Saúde de Campinas implantou há 4 anos o Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, que inclui a prevenção de obesidade e sedentarismo. A iniciativa de Campinas atende à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Este programa gerou uma outra iniciativa, que é o Programa Educação para uma Vida Saudável. Voltado a alunos das escolas municipais, o trabalho visa promover mudanças positivas na tendência de adoecimento e mortalidade por doenças do coração por meio de ações educativas e intervenções primárias e secundárias. Os trabalhos são multidisciplinares e envolvem as Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Ação Social, Esportes e Ceasa.

As principais linhas de trabalho do programa são constituídas por ações educativas junto a alunos, pais e professores, inclusive, com distribuição de material didático para orientar atividades nas escolas e ações intersetoriais e multidisciplinares para tratamento da obesidade e síndrome metabólica. Outro ponto é a mudança nas refeições oferecidas nas escolas.

“Este trabalho na praça também atende ao programa. Queremos chamar a atenção para a importância de uma alimentação saudável aliada à prática de atividade física no dia-a-dia”, diz a enfermeira Simone Vanzetto Mirai, do apoio técnico do Distrito de Saúde Sul.

Situação em Campinas.

De acordo com resultado de pesquisa apresentado no livro “As Dimensões da Saúde, Inquérito Populacional em Campinas”, de 2008, a incidência de sobrepeso entre moradores de Campinas é de 27,3% em mulheres e 37,2% em homens. A de obesidade é de 14,4% em mulheres e 13% em homens na faixa etária acima de 18 anos.

Na faixa etária de 12 a 19 anos, as prevalências de sobrepeso e obesidade são, respectivamente, 10,5% e 4,4% no sexo masculino e 11,9% e 2,8% no sexo feminino.

A obesidade é maior entre adolescentes de famílias em que os chefes têm menor escolaridade e com renda per capita inferior a um salário mínimo. É mais prevalente nos adolescentes que não praticam atividade física com destaque para meninas tabagistas.

Uma outra pesquisa, amostral, de 2007, apontou que entre alunos de escolas municipais de Campinas de 6 a 10 anos, 12% tinham sobrepeso e 10,7% obesidade. Na faixa de 11 a 14 anos, 12,7% apresentavam sobrepeso e 11,3% obesidade. Entre os alunos de 15 a 17 anos, 16,6% estavam acima do peso normal.

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