Campinas promove busca ativa de crianças e pessoas de outras faixas etárias não vacinadas contra o sarampo

16/03/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas reforçou nesta terça-feira, dia 15 de março, a orientação para que os Centros de Saúde do município promovam busca ativa das crianças que não estão em dia com a vacina contra o sarampo. O esquema completo de vacinação inclui a primeira dose aos 12 meses e um reforço entre 4 e 6 anos. Também devem ser convocadas pessoas da demanda espontânea de outras faixas etárias que não tenham o esquema previsto. A caderneta de vacinação de adolescentes e adultos deve ser verificada para confirmar se está em dia.

O motivo da recomendação é a confirmação do primeiro caso de sarampo em Campinas desde 1999. Trata-se de um homem de 41 anos que adoeceu depois de viajar com a família para Orlando, nos Estados Unidos. O paciente não havia sido vacinado. No Estado de São Paulo, o último caso desta doença foi notificado em 2005.

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus, de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar.

A Secretaria de Saúde de Campinas também reforça a recomendação da semana passada de que sejam vacinadas todas as pessoas que não tenham o esquema completo de vacinação, especialmente viajantes que vão para o exterior, profissionais de turismo, motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurante e outros que mantenham contato com turistas. Também devem tomar a dose profissionais de saúde e da educação.

A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica, explica que essa estratégia de imunização é chamada tecnicamente de “Vacinação Seletiva”, diferente de uma campanha indiscriminada, onde todas as pessoas, mesmo as que já tomaram a vacina, independente da faixa etária, precisam ser imunizadas.

Nesta terça-feira, dia 15, a Secretaria de Estado da Saúde estendeu estas orientações para todos os municípios do estado, com o objetivo de reforçar as medidas para evitar a reintrodução da doença no estado de São Paulo e no País.

Segundo a nota do Estado, casos de sarampo continuam ocorrendo em diferentes partes do mundo, como Europa, África e Austrália. Na região das Américas houve evidência de surtos neste ano no Canadá, Estados Unidos e Argentina. No Brasil, em 2010, foram identificados 68 casos da doença, distribuídos entre Pará, Rio Grande do Sul e Paraíba.

O Estado de São Paulo não apresenta casos autóctones de sarampo desde 2000. Em 2001, 2002 e 2005 foram identificados quatro casos importados ou vinculados à importação.

A vacina contra o sarampo é a única medida preventiva e a mais segura. É importante que o esquema vacinal esteja completo. Para todas as pessoas até 19 anos o esquema inclui duas doses. Pessoas entre 20 e 50 anos, apenas uma dose.

“A vacinação é a forma mais eficaz de se prevenir o sarampo. Por isso reforçamos a necessidade da vacina para todos que não tenham comprovação de dose em carteira, em especial aos viajantes”, afirma Maria do Carmo Ferreira, enfermeira sanitarista da Vigilância em Saúde de Campinas.

Para os viajantes que retornam a Campinas, a orientação é para que fiquem atentos aos sintomas do sarampo. Os principais sintomas são febre e exantema ou manchas avermelhadas no corpo, acompanhados ou não de tosse, coriza e conjuntivite. Nesses casos a recomendação é para que a pessoa procure imediatamente um centro de saúde e evite contato desnecessário com outras pessoas até que receba avaliação médica.

Aos médicos a orientação é que, frente a uma doença exantemática, considere o sarampo no seu diagnóstico diferencial, especialmente no caso de pessoas que chegam do exterior.

A Vigilância em Saúde de Campinas informa que todas as medidas para evitar que a doença se espalhe foram tomadas imediatamente após notificação do caso, ainda quando a doença não havia sido confirmada. Após a confirmação, outras medidas complementares foram desencadeadas.

As ações incluíram busca ativa e vacinação dos passageiros do mesmo vôo e traslado, dos familiares, do hospital onde o paciente ficou internado e do prédio onde reside o paciente. No total, foram aplicadas 40 doses entre estes segmentos. Segundo a Vigilância em Saúde, a maioria dos contatos já tinha esquema vacinal completo.

Outras medidas de controle e prevenção estão em andamento como busca ativa nos laboratórios dos casos suspeitos das doenças exantemáticas, com quadro de febre e manchas avermelhadas na pele.

Além disso, estão sendo realizadas retestagem para sarampo das amostras de suspeitos de dengue com resultado negativo e busca ativa em prontos atendimentos de alguns hospitais, selecionados através de registro de prontuários.

Também é importante a ampla divulgação para profissionais de saúde e população em geral, por meio de informes técnicos e com a colaboração da imprensa, sobre a importância da vacinação e da notificação de casos suspeitos.

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