Campinas recebe prêmio por boletim epidemiológico sobre a situação da tuberculose

24/03/2011

Autor: Denize Assis

Nesta quinta-feira, 24 de março, Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, Campinas foi premiada pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo entre os municípios que melhor elaboraram boletins epidemiológicos com a situação da doença no Estado. O documento, confeccionado pela Vigilância em Saúde (Visa) municipal, traz informações sobre a situação da doença, taxa de cura, abandono, mortalidade e avanços e desafios do Programa Municipal de Combate à Tuberculose.

O boletim é enviado aos Programas Estadual e Nacional de Combate à doença, como se fosse uma prestação de contas, além de servir como referência para as equipes da Secretaria de Saúde de Campinas.

A cerimônia de premiação ocorreu na manhã desta quinta-feira durante o simpósio estadual pelo Dia Mundial da Tuberculose, promovido pelo Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual no Centro de Convenções Rebouças, na Capital.

“Este prêmio é um reconhecimento pelo esforço enorme das equipes do Programa Municipal de Tuberculose e serve como incentivo, como estímulo aos trabalhos contra uma doença que mantém um quadro persistente que representa um grande desafio à saúde pública”, disse a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Em Campinas, as ações para marcar a data ocorrem durante todo o dia na praça Rui Barbosa, no Centro de Campinas, no Terminal Campo Grande, na região noroeste e nos centros de saúde. A principal mensagem é que as pessoas com tosse persistente, há mais de três semanas, devem procurar uma unidade de saúde para fazer a baciloscopia. Este exame aponta se a pessoa está com a doença e é disponibilizado em toda a rede de saúde durante o ano todo. Inclusive a Secretaria de Saúde tem como meta examinar 70% de todos os sintomáticos respiratórios. A estimativa é que 1% da população esteja nesta condição. Os exames e o tratamento são gratuitos. O tratamento dura no mínimo seis meses e não pode ser abandonado pelo paciente de forma alguma.

A tuberculose é causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Os principais sintomas são tosse prolongada (por mais de três semanas) com ou sem catarro, cansaço, emagrecimento, febre e sudorese noturna. O bacilo é transmitido pelo ar, quando a pessoa tosse, fala ou espirra.

Campinas registra cerca de 300 casos novos de tuberculose por ano. Segundo a enfermeira sanitarista Maria Alice Satto, do Programa Municipal de Tuberculose, embora o número de doentes e a mortalidade por tuberculose venham apresentando tendência de declínio, descobrir, tratar e curar os casos ainda se constitui num enorme desafio.

“Temos conseguido reduzir o abandono e aumentar o número de pessoas em tratamento supervisionado, aquele em que o profissional de saúde acompanha de perto o cidadão inclusive na tomada da medicação. Isto reflete numa possibilidade maior de cura”, disse Maria Alice. Segundo a sanitarista, de 2009 para 2010, a taxa de abandono caiu para 7%. O objetivo é atingir menos de 5%. Outro desafio é melhorar a busca de sintomáticos respiratórios, o que reflete no diagnóstico precoce.

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