Saúde promove bloqueio químico contra dengue nos bairros Shalon 1, na região norte e Ipaussurama, na noroeste, nesta quarta-feira

29/03/2011

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quarta-feira, dia 30 de março, no Parque Shalon 1, na região norte do município, bloqueio químico contra a dengue. A Vigilância em Saúde (Visa) Norte, que coordena a ação, vai mobilizar 26 pessoas entre técnicos da Visa e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A expectativa é visitar 350 endereços durante a ação.

O bairro é uma das áreas da região norte com transmissão da doença neste momento, com quatro casos confirmados de dengue e outras notificações suspeitas que aguardam resultados de exames laboratoriais.

A ação deve prosseguir no sábado, dia 2 de abril, para contemplar residências que estiverem fechadas nesta quarta-feira. “Solicitamos aos moradores que preparem seus imóveis conforme orientação das equipes nesta terça-feira, 29 de março, e recebam as equipes”, informa o supervisor de dengue Roberto Ribeiro de Souza, da Visa Norte.

Segundo o supervisor, as equipes preparam, com antecedência, a área para a nebulização, com a retirada de criadouros e a orientação das famílias. “As pessoas têm que ter um tempo para se organizar, já que a ação exige que o imóvel fique vazio por um período, entre outras providências. Residências com pessoas acamadas e com recém-nascidos não são nebulizadas”, diz.

Roberto diz que o bairro possui muitos catadores, atividade de risco para a dengue. Além disso, há muitos endereços com material de construção armazenado de forma inadequada, com condições propícias para acúmulo de água, sendo assim potenciais criadouros do mosquito da dengue. “São baldes, latões, latas e até vasos sanitários sem uso”, afirma.

Na região norte, além do Shalon 1, os bairros Bosque de Barão Geraldo, próximo à Mata Santa Genebra, o Real Parque, o bosque das Palmeiras e a Cidade Universitária estão com transmissão de dengue. No Bosque de Barão Geraldo ocorre aplicação química no sábado, dia 2 de abril.

Noroeste. Na região Noroeste, nestas terça-feira, dia 29, e quarta-feira, dia 30, ocorre nebulização em toda extensão do bairro Jardim Ipaussurama. Cerca de 850 endereços devem ser trabalhados na ação. Na área, os principais criadouros são materiais inservíveis como garrafas e vasilhas além de entulhos deixados sem o devido cuidado nos quintais.

Segundo a supervisora geral de dengue Denize Rodrigues de Souza, da Visa Noroeste, nos dias que antecederam a nebulização, as equipes da Visa foram de casa em casa para informar os moradores sobre como preparar a residência para a ação. “Além disso, foram realizados antecipadamente arrastões de criadouros do mosquito para deixar a área adequada para a nebulização e melhorar a eficácia do inseticida”, afirma.

Denize informa que a nebulização visa interromper a transmissão da doença, mas não é eficiente para eliminar o mosquito, que vai se reproduzir novamente se a latinha, a garrafa e outros objetos com água parada não forem eliminados. “As pessoas precisam se mobilizar, se envolver na luta contra a dengue e transformar as informações e orientações sobre a doença em saberes e práticas. Do contrário, qualquer ação se torna pouco eficaz”, diz.

Situação da doença. No acumulado do ano, até esta terça-feira, dia 29 de março, 429 pessoas adoeceram com dengue em Campinas. Entre estes casos, quatro foram de dengue com complicações e três da forma hemorrágica. Não houve mortes. No último boletim divulgado em 25 de março havia 304 casos, contra 213 do boletim divulgado em 14 de março.

Segundo o médico sanitarista André Ricardo Ribas Freitas, coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, a Secretaria de Saúde está sempre atenta à situação da dengue no município. Este ano, segundo André, em janeiro, o município registrou um índice de infestação do mosquito de 3,95, chamado de Índice de Breteau. Isto significa que, a cada 100 residências, foram encontrados quatro criadouros com larvas do Aedes aegypti.

“Trata-se da maior infestação nos últimos cinco anos no município. Esta condição, aliada à probabilidade da circulação de vários sorotipos da dengue, impõe o risco de aumento no número de casos e de aumento na proporção de ocorrências graves e óbitos”, diz André.

Volta ao índice de notícias