Bloqueio contra a dengue vai atingir 2,5 mil domicílios na região sul de Campinas

07/03/2012

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância em Saúde (Covisa) Sul e da superintendência de Controle de Endemias (Sucen), promove até sexta-feira, dia 9 de março, bloqueio químico – nebulização com veneno - contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue, em 2,5 mil imóveis em bairros da região sul de Campinas. A nebulização visa interromper a transmissão da doença.

Pelo menos 10 mil pessoas serão beneficiadas com as ações para as quais estão sendo mobilizados 50 profissionais, 20 deles da Sucen e 30 do Distrito de Saúde Sul.

Na Vila Orosimbo Maia, os trabalhos foram executados nestas terça-feira e quarta-feira, dias 6 e 7 de março. Mais de 1,3 mil imóveis em dezenas de quarteirões receberam as equipes. Nesta localidade, há quatro casos confirmados de dengue e outros suspeitos que aguardam confirmação de exames laboratoriais.

A partir desta quinta-feira, dia 8, o bloqueio químico ocorre no Jardim Monte Cristo. A expectativa é atingir mais de 1,2 mil domicílios até sexta-feira, dia 9, se as condições climáticas forem favoráveis, já que a chuva e o vento impedem a ação. Neste bairro, foram confirmados 4 casos da doença e há outros dois em investigação.

Preparação.

Antes do bloqueio químico, os profissionais de saúde visitam os domicílios para remoção e inviabilização de criadouros do mosquito. As equipes também verificam se há pacientes com sintomas da doença, orientam e encaminham os suspeitos. Além disso, desencadeiam atividades de educação em saúde, comunicação e mobilização social. As famílias também são orientadas sobre como preparar a residência para a aplicação química.

“O objetivo é bloquear a transmissão”, diz o coordenador de dengue da Visa Sul, Daniel Dela Libera Rodrigues. Ele alerta que a nebulização não é uma ‘ação milagrosa’ e que o mosquito volta a se proliferar em uma semana nas áreas nebulizadas se as pessoas repuserem criadouros.

Segundo Rodrigues, uma das medidas mais eficazes no combate à dengue é a eliminação dos objetos que acumulam água, que podem servir de criadouros para o mosquito transmissor. “O combate à dengue exige o envolvimento da população na remoção diária de criadouros, senão qualquer ação se torna pouco eficaz”, afirma.

O coordenador afirma, ainda, que o pico da transmissão de dengue em Campinas, assim como na maior parte do Brasil, acontece entre março e abril, se estendendo até maio. “Estamos no momento mais crítico, por isso é preciso todo esforço do Poder Público e colaboração da comunidade”, afirma.

De acordo com a Secretaria de Saúde, é preciso atuar no sentido de evitar que os casos de dengue evoluam para a forma mais grave e até possam chegar a óbito. Neste sentido esta semana foi realizado treinamento dos profissionais de saúdes, inclusive com o uso do protocolo que orienta o trabalho destes profissionais.

Situação da doença.

Este ano, Campinas confirmou 54 casos de dengue, sendo 16 deles na região sul, onde estão localizadas a Vila Orosimbo Maia e o Jardim Monte Cristo. Em 2011, foram 3,1 mil casos e uma morte.

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