Caminhada pela inclusão reúne cidadãos com Síndrome de Down

20/03/2012

Autor: Denize Assis

Uma caminhada reuniu na manhã deste domingo, dia 18 de março, cidadãos com síndrome de Down, seus familiares e amigos na Lagoa do Taquaral. A atividade integra a programação, em Campinas, pelo Dia Internacional da Síndrome de Down, em 21 de março. A data visa celebrar a vida das pessoas com esta síndrome e chamar a atenção da sociedade para a importância da inclusão total.

Pelo menos 200 pessoas participaram do evento, inclusive alunos com Síndrome de Down inseridos no Projeto Campinas Especial, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. O evento foi promovido pelo Centro de Educação Especial Síndrome de Down (CEESD), com apoio da Prefeitura.

Heloísa Modesto Mendes, de 40 anos, foi com a filha Alice Maria, de um ano e dois meses, participar da caminhada. Heloísa, que ajudou na organização do evento, explicou que este é o primeiro ano em que a data é celebrada oficialmente. “O principal desafio em relação à inclusão das pessoas com Síndrome de Down ainda é vencer o preconceito”, disse.

Por isso, segundo ela, o evento deste domingo tem uma questão simbólica importante. “A ideia é mobilizar, chamar a atenção para a inclusão social das pessoas com deficiências, o que significa torná-las participantes da vida social, econômica e política e assegurar o respeito aos seus direitos no âmbito da sociedade, do Estado e do poder público”, afirmou.

Convivência

Quem também ajudou na organização do evento foi Valéria Baroni, de 49 anos. Ela é mãe de Giovana, de 4 anos, que tem síndrome de Down. Valéria reforçou que o principal desafio é mesmo vencer o preconceito. “A sociedade como um todo tem dificuldade para entender que as pessoas são diferentes, mas os direitos são iguais. Estou aqui com meus outros três filhos, além de Giovana. Todos eles são diferentes e todos têm os mesmos direitos”, disse.

Sílvia Amado Rigatto também levou o filho Guilherme, de 16 anos, para participar da caminhada. Segundo ela, o fato do filho conviver com outros adolescentes e com pessoas de outras faixas etárias significa inclusão.

“A sociedade ainda não está preparada para a inclusão. Mas as instituições podem mudar a partir da convivência com o diferente e foi o que aconteceu, por exemplo, com a escola que acolheu meu filho. Os professores que, inicialmente, não sabiam como lidar com a situação, mudaram de postura. É preciso conhecer para desmistificar”, afirmou.

Carla Cardelli e a professora Márcia Lomeu, da Secretaria de Esportes e Lazer, acompanharam na caminhada os alunos com Síndrome de Down que participam das atividades físicas dentro do programa Campinas Especial. “A caminhada pela inclusão é mais um evento que faz valer o direito da pessoa com deficiência à sua condição de cidadão”, disseram.

Com o grupo delas estavam Hugo Veras Costa Pinto, de 26 anos, e a namorada Lídia, de 32 anos. Os dois têm Síndrome de Down. “É importante participar. Estou feliz”, disse Hugo.

Sobre a data

O Dia Internacional da Síndrome de Down foi escolhido como 21 de março porque a data se refere aos 3 cromossomos 21 que caracterizam quem tem a trissomia do cromossomo 21 (21/3).

O objetivo do dia é valorizar as pessoas com síndrome de Down e conscientizar a população sobre a importância da promoção dos direitos inerentes às pessoas que nasceram com a síndrome de desfrutar uma vida plena e digna, como membros participativos em suas comunidades e na sociedade.

Conferência na ONU

Oficialmente, 2012 será o primeiro ano a celebrar o Dia Internacional da Síndrome de Down. Para marcar a data, na sede da ONU, em Nova Iorque, acontece a conferência Construindo o nosso futuro, promovida pelas missões do Brasil e da Polônia e organizada pela Down Syndrome International.

No total, oito jovens com síndrome de Down da Austrália, Brasil, Peru, Estados Unidos e Espanha serão palestrantes na Conferência. Entre estes jovens vai estar a campineira Tathiana Heiderich, que vai falar sobre sua experiência como repórter de televisão.

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