Secretaria de Saúde desenvolve tratamento anti-rábico em alunos que tocaram em morcego

29/04/2003

O aparecimento de morcegos contaminados pela em raiva em áreas urbanas de Campinas preocupa a Secretaria Municipal de Saúde. Em 2003, dois casos já foram registrados na cidade. O último em um morcego encontrado caído nas dependências de um colégio em Barão Geraldo, na área que pertence à região norte da cidade. Quatorze alunos da escola estão sendo submetidos a sorovacinação contra a doença porque tocaram no animal.

A raiva é uma doença que não tem cura e o tratamento preventivo é feito somente em pessoas que tiveram contato com animais infectados ou em profissionais que trabalham em profissões que oferecem risco para doença. No ano passado, mais de 3.500 moradores de Campinas receberam tratamento anti-rábico.

A ocorrência em Barão Geraldo desencadeou campanhas educativas e levou o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) a intensificar a busca por morcegos nas redondezas do colégio. Como medida preventiva, também foram vacinados na área 120 cães e gatos contra a raiva.

A veterinária Jeanete Trigo Nasser, coordenadora do CCZ de Campinas, explica que os morcegos só vão colocar a saliva em contato com algum animal ou com o homem no momento de morder e esta mordida é uma reação natural, para se defender. "Por isso, é importante que as pessoas nunca manipulem morcegos", informa.

Ela reforça que a raiva animal é uma doença sempre fatal e pode atingir o homem se ele mantiver contato com algum animal infectado. Então, no caso de morcegos com os sintomas, o correto é recolhê-lo com a ajuda de uma vassoura e uma pá e entrar em contato com o CCZ ou com o Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com capacitação técnica ou pré-expostas à raiva devem ter contato com morcegos", informa a veterinária.

Jeanete diz ainda que o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios principalmente, é comum nas cidades grandes com características como as de Campinas. Se a população tiver alguma queixa neste sentido, o correto é se informar sobre como proceder e solicitar ajuda ao CCZ.

Saiba mais sobre a raiva animal em Campinas

A raiva animal vem avançando em Campinas desde 2000, quando foram identificados os primeiros casos da doença em herbívoros – bois, cavalos, porcos e ovelhas - na região de Joaquim Egídio. Em 2001, a doença atingiu também Sousas e a área rural do Taquaral e o município confirmou 30 casos entre bovinos, eqüinos e morcegos. Em 2002, foram 27 casos, sendo três em morcegos e o restante em bois e cavalos.

A ocorrência da doença em animais que convivem próximos ao ser humano aumenta a possibilidade da doença, sempre fatal, atingir o homem. Por isso, é importante que as pessoas informem o Centro de Saúde ou o Escritório de Defesa Animal se algum animal morrer com suspeita de raiva ou por outro motivo desconhecido. O telefone do Centro de Controle de Zoonoses é 3245 1219 ou 3245 7181 ou 3245 2268.

Ocorrências

Em 2001, uma mulher morreu de raiva no Estado de São Paulo depois de ter sido arranhada por seu gato, que tinha atacado um morcego infectado pelo vírus rábico.

Em Campinas, o último caso de raiva em humano ocorreu em 1981. Em gato, o último caso ocorreu em 1999, no Parque Santa Bárbara, na região norte.

O CCZ informa que as pessoas não devem tocar animais desconhecidos, apartar brigas ou mexer em cadelas com filhotes para evitar agressões. Em caso de acidentes com animais, a pessoa deve procurar o Centro de Saúde.

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