Denize Assis
A primeira
turma de agentes comunitários de saúde do Brasil vai se formar
nesta sexta-feira, 2 de abril, em Campinas. Os 292 profissionais
que atuam na Secretaria Municipal de Saúde receberão
certificados de conclusão do curso, realizado a partir de uma
parceria entre Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a
Organização Não Governamental (ONG) Instituto de Pesquisas
Especiais para a Sociedade (IPES) e o Serviço de Saúde Cândido
Ferreira.
Campinas tem
560 agentes comunitários de saúde e a previsão é capacitar
mais 120 até final de 2004 e o restante no ano que vem. "O
agente comunitário é o profissional que, na maioria das vezes,
estabelece o vínculo do serviço de saúde com a
comunidade", explica a enfermeira sanitarista Elisabet
Perreira Lelo Nascimento, coordenadora do projeto de capacitação
dos agentes comunitários de Campinas. Segundo Elisabet, a
Secretaria de Saúde tem hoje 117 equipes Paidéia de saúde da
família instaladas em todas as regiões da cidade. Cada uma
conta com pelo menos quatro agentes comunitários de saúde.
Os agentes,
sempre moradores da comunidade, vão até as casas das pessoas,
fazem o diagnóstico das necessidades de saúde de cada família,
conhecem o território, cadastram as pessoas e levam estas
informações até as equipes de referência nos Centros de Saúde
ou Módulos Paidéia de Saúde da Família.
Segundo
Elisabet, eles ainda participam do projeto terapêutico
individual, plano desenvolvido pelas equipes para cada paciente,
e desenvolvem trabalhos intersetoriais com as secretarias
municipais, ONGs e outras instituições. "A inserção dos
agentes comunitários foi um grande ganho para Campinas.
Qualificou muito o trabalho da Secretaria de Saúde", diz.
O Governo
Federal regulamentou a profissão de agente comunitário de saúde
no ano passado. Mas Campinas já havia iniciado a capacitação
em 2001.
Seis módulos.
Durante o curso, os agentes assistem a 492 horas aula. O
programa é dividido em seis módulos que abordam desde as
atribuições específicas, políticas de saúde, SUS Campinas
até a abordagem de família, direitos do usuário, participação
e mobilização comunitária.
"Fomos
pioneiros na questão da qualificação, da formação e da
certificação dos agentes através de uma universidade",
afirma a coordenadora do projeto de capacitação dos agentes.