Campinas comemora redução de acidentes no Dia Mundial da Saúde

07/04/2004

Mortes no trânsito caem 13% em relação a 2002. Para os pedestres, o resultado é ainda mais positivo. A redução foi de 27%.

Denise Pereira

Um levantamento da EMDEC, apresentado nesta quarta-feira, dia 7 – Dia Mundial da Saúde, revela que Campinas tem motivos para comemorar na política de segurança no trânsito e na redução dos acidentes e mortes nesta área. Por indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as atividades do Dia Mundial da Saúde tratam, neste ano, do tema Segurança no Trânsito.

Os números de acidentes e vítimas fatais no trânsito no período de janeiro a setembro de 2003, apresentados pelo secretário de transportes, Marcos Bicalho, em conjunto com a secretária da Saúde, Maria do Carmo Cabral Carpintéro, revelam queda significativa em todas as categorias em relação ao ano de 2002.

No total de acidentes, a redução foi de 10%, os atropelamentos chegaram a cair 19% e os acidentes com vítimas diminuíram 10,3%, em relação ao mesmo período de 2003.

O relatório também mostrou que a cidade vem reduzindo as mortes no trânsito. Em 2003, o número de vítimas fatais caiu 13% .

PRINCIPAIS CONQUISTAS - 2003

REDUÇÃO DAS MORTES NO SEGMENTO PEDESTRES _ - 27%

REDUÇÃO DOS ATROPELAMENTOS - -19,45%

REDUÇÃO DAS MORTES ENTRE MOTOCICLISTAS – -14,3%

REDUÇÃO NO TOTAL DE ACIDENTES - - 9,1%

Pedestres e motociclistas morrem menos

Entre as vítimas fatais, o dado mais significativo da pesquisa está relacionado aos pedestres. O número de mortos neste segmento caiu 27% e foi a maior redução apresentada no período analisado.

Numa outra comparação apresentada para os anos de 1995 (quando tem início a instalação da fiscalização eletrônica) e 2003, os resultados mostram queda de 65,39% entre vítimas fatais, que são pedestres.

Para os motociclistas, os dados também são favoráveis. As mortes dos ocupantes de motos caíram 14,3%, no período de janeiro a setembro de 2003, comparados ao mesmo período de 2002.

Este segmento geralmente apresenta aumento tanto na acidentalidade, quanto nas mortes em todo o país.

Mortes entre ocupantes de veículos cresce

O único segmento que apresentou aumento entre as vítimas fatais foi o dos ocupantes de veículos. O número de mortos subiu 15,8% na comparação 2003/2002, mas ainda assim apresenta redução de 56% se comparado aos índices de 1995.

Durante a divulgação, o secretário de transportes, Marcos Bicalho, destacou a influência da política de segurança no trânsito, com a adoção da fiscalização eletrônica, os projetos de educação de trânsito e lembrou a importância do Código de Trânsito Brasileiro, como instrumentos para a conquista destes números.

A secretaria da Saúde, Maria do Carmo C. Carpintero, destacou que apesar dos índices favoráveis, Campinas não pode deixar de buscar "zerar" os acidentes e defender o conceito de morte evitável para os óbitos no trânsito.

Acidentes de trânsito custam 5,3 bilhões para o País, diz Ipea

No Dia Mundial da Saúde, a EMDEC também trouxe para a cidade a reflexão sobre o custo dos acidentes para toda a sociedade. Em uma palestra, que integrou as atividades da Semana Municipal da Saúde, na terça-feira à noite, foi apresentada um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Associação Nacional de Transportes Púbicos (ANTP), que mapeou pela primeira vez os prejuízos de um acidente de trânsito. A arquiteta Nancy Schneider, consultora da ANTP e assessora de segurança da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) falou sobre o tema.

A pesquisa chegou a valores de custos para acidentes com mortos, acidentes com feridos e acidentes sem vítimas. Foram considerados custos com resgate, com perdas de produção, serviços médicos, atendimentos policial e de trânsito, congestionamento, despesas previdenciárias entre outros.

De acordo com o Ipea, o Brasil chega a gastar 5,3 bilhões com acidentes de trânsito.

Custo Campinas

A EMDEC aplicou os valores do Ipea aos números de acidente de trânsito na cidade para os anos de 1995, 2002 e 2003.

Os resultados revelam que o município conseguiu economizar mais de 20 milhões com a redução de acidentes numa comparação entre 1995 e 2003.

De acordo com a pesquisa, em 1995, os custos estimados dos acidentes ficaram na ordem de R$ 85 milhões, enquanto em 2003, o valor caiu para aproximadamente 64 milhões. Já em 2002, os custos estimados foram de R$ 71 milhões.

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