Denize
Assis
A
Prefeitura de Campinas vacinou 62 animais, sendo 41 cães
e 21 gatos, contra raiva no Jardim Santa Cândida 2, Região
Norte da cidade, desde a última quinta-feira, dia 31. A ação
é parte do bloqueio contra a doença e foi desencadeada
após a confirmação de um caso de raiva em morcego não
hematófago encontrado em um condomínio do bairro.
Os
trabalhos estão sendo realizados por equipes da
Secretaria de Saúde de Campinas, constituídas por
profissionais do Centro do Controle de Zoonoses (CCZ), da
Vigilância em Saúde (Visa) Norte e do Centro de Saúde (CS)
de Barão Geraldo. Além da vacinação, os técnicos
encaminharam crianças que tiveram contato com o morcego
doente para sorovacinação. A medida, indicada pelo
Instituto Pasteur, é necessária para garantir que as
pessoas expostas não desenvolvam a doença.
A médica
veterinária Tosca de Lucca, que atua no CCZ e na Visa
Norte, informa que os morcegos não hematófagos podem
transmitir a raiva ao morder para tentar se defender ou
por meio da saliva espalhada pelo corpo. "Por isso,
é importante nunca tocar em morcegos, independente deles
estarem vivos ou mortos", diz.
De acordo
com Tosca, ao encontrar morcego caído no chão, vivo ou
morto, o correto é entrar em contato com o CCZ ou com o
Centro de Saúde. "Somente pessoas autorizadas, com
capacitação técnica ou pré-expostas à raiva, podem
ter contato com morcegos", informa a veterinária.
O
bloqueio incluiu também atividade educativa com os
moradores da área, que foram orientados sobre a doença e
a importância de vacinar gatos e cachorros durante as
campanhas de vacinação anti-rábica promovidas pela
Prefeitura anualmente. As equipes ainda fizeram diagnóstico
sanitário da área – um condomínio de casas - e
indicaram que os moradores façam uma adequação na
arquitetura dos domicílios já que o formato do telhado
favorece o abrigo de morcegos.
O médico
veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, coordenador do
CCZ, informa que as ações de bloqueio são desencadeadas
todas as vezes em que é confirmado um caso de raiva.
Segundo ele, existe a probabilidade de que algum cão ou
gato tenha tido contato com o morcego contaminado e,
assim, funcione como um elo entre o animal doente e o
homem ou outro animal.
A Vigilância
em Saúde de Campinas informou que este foi o primeiro
caso de raiva em morcego registrado em 2005. Em 2004,
foram registrados cinco casos em morcegos. Segundo a Visa,
o problema de morcegos em áreas urbanas, em prédios
inclusive, é comum nas cidades grandes com características
como as de Campinas. Se a população tiver alguma dúvida
em relação a este assunto, o correto é se informar
sobre como proceder e solicitar ajuda ao CCZ pelos
telefones 3245 1219 ou 3245 2268.