Conferência municipal define os rumos da saúde para os próximos anos

10/04/2006

O aprimoramento da assistência básica e farmacêutica, a informatização dos Centros de Saúde e a sugestão para que se crie um Conselho de Saúde da Região Metropolitana de Campinas, são algumas das várias propostas aprovadas na 7ª Conferência Municipal de Saúde realizada neste final de semana, em Campinas.

Cerca de 600 pessoas, entre usuários, trabalhadores da saúde, gestores, universidades e prestadores de serviços passaram os últimos três dias discutindo quais as melhores alternativas para aprimorar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas. Organizado pela Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com o Conselho Municipal de Saúde, a conferência teve como tema central o "SUS em Campinas e o Desafio da Construção Democrática".

"A conferência foi um sucesso, com a grande participação de todos os setores comprometidos com a saúde, de onde saíram várias propostas para o fortalecimento da assistência básica e farmacêutica", diz o secretário municipal de saúde, José Francisco Kerr Saraiva. As discussões sobre o tema começaram na mesa redonda promovida na sexta-feira à noite, com a participação dos ex-secretários municipais de saúde, Dra. Carmem Lavras, Dr. Gastão Wagner de Sousa Campos e Dr. Nelson Rodrigues dos Santos, com o atual secretário, José Saraiva. Os palestrantes fizeram um histórico da construção do SUS e sua situação atual.

No sábado, os 472 delegados presentes foram divididos em 8 grupos onde discutiram os seguintes temas: rede básica; serviços de retaguarda e centros de referência; urgência/emergência e assistência hospitalar, saúde coletiva e do meio ambiente; gestão do SUS e controle social; financiamento nas três esferas do governo, assistência farmacêutica; e inclusão social e cidadania. Cada grupo tirou 15 propostas, que foram submetidas a aprovação, ou não, na plenária realizada no domingo.

"Foram aprovadas propostas palpáveis, mas que apresentam condições de serem realizadas e que não ficarão apenas no papel", diz o recém-eleito presidente do Conselho Municipal de Saúde, Ercindo Mariano Júnior. Ele cita, por exemplo, a criação de um orçamento para o Conselho Municipal de Saúde. "Hoje o Conselho não dispõe de recursos mínimos para sua estruturação", explica. Um modelo a ser seguido é o do Conselho Municipal de Saúde da cidade de São José do Rio Preto. Um grupo de conselheiros será enviado para lá em busca de mais subsídios.

Outro ponto destacado é fazer o governo estadual participar dos custos para com a atenção básica no município. A Conferência também sugere a criação do Conselho de Saúde da Região Metropolitana de Campinas e do SAMU metropolitano. A informatização de todas as unidades de saúde de Campinas, o que facilitará o controle de entrada e saída de medicamentos, também foi aprovada.

As propostas aprovadas na Conferência farão parte de um documento que servirá de base para o trabalho da Secretaria Municipal de Saúde e do Conselho Municipal de Saúde para os próximos três anos. Uma cópia será entregue ao prefeito Hélio de Oliveira Santos.

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