O
aprimoramento da assistência básica e farmacêutica, a
informatização dos Centros de Saúde e a sugestão para
que se crie um Conselho de Saúde da Região Metropolitana
de Campinas, são algumas das várias propostas aprovadas
na 7ª Conferência Municipal de Saúde realizada neste
final de semana, em Campinas.
Cerca de
600 pessoas, entre usuários, trabalhadores da saúde,
gestores, universidades e prestadores de serviços
passaram os últimos três dias discutindo quais as
melhores alternativas para aprimorar o atendimento do
Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas. Organizado
pela Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com o
Conselho Municipal de Saúde, a conferência teve como
tema central o "SUS em Campinas e o Desafio da
Construção Democrática".
"A
conferência foi um sucesso, com a grande participação
de todos os setores comprometidos com a saúde, de onde saíram
várias propostas para o fortalecimento da assistência básica
e farmacêutica", diz o secretário municipal de saúde,
José Francisco Kerr Saraiva. As discussões sobre o tema
começaram na mesa redonda promovida na sexta-feira à
noite, com a participação dos ex-secretários municipais
de saúde, Dra. Carmem Lavras, Dr. Gastão Wagner de Sousa
Campos e Dr. Nelson Rodrigues dos Santos, com o atual
secretário, José Saraiva. Os palestrantes fizeram um
histórico da construção do SUS e sua situação atual.
No sábado,
os 472 delegados presentes foram divididos em 8 grupos
onde discutiram os seguintes temas: rede básica; serviços
de retaguarda e centros de referência; urgência/emergência
e assistência hospitalar, saúde coletiva e do meio
ambiente; gestão do SUS e controle social; financiamento
nas três esferas do governo, assistência farmacêutica;
e inclusão social e cidadania. Cada grupo tirou 15
propostas, que foram submetidas a aprovação, ou não, na
plenária realizada no domingo.
"Foram
aprovadas propostas palpáveis, mas que apresentam condições
de serem realizadas e que não ficarão apenas no
papel", diz o recém-eleito presidente do
Conselho Municipal de Saúde, Ercindo Mariano Júnior. Ele
cita, por exemplo, a criação de um orçamento para o
Conselho Municipal de Saúde. "Hoje o Conselho não
dispõe de recursos mínimos para sua estruturação",
explica. Um modelo a ser seguido é o do Conselho
Municipal de Saúde da cidade de São José do Rio Preto.
Um grupo de conselheiros será enviado para lá em busca
de mais subsídios.
Outro
ponto destacado é fazer o governo estadual participar dos
custos para com a atenção básica no município. A
Conferência também sugere a criação do Conselho de Saúde
da Região Metropolitana de Campinas e do SAMU
metropolitano. A informatização de todas as unidades de
saúde de Campinas, o que facilitará o controle de
entrada e saída de medicamentos, também foi aprovada.
As
propostas aprovadas na Conferência farão parte de um
documento que servirá de base para o trabalho da
Secretaria Municipal de Saúde e do Conselho Municipal de
Saúde para os próximos três anos. Uma cópia será
entregue ao prefeito Hélio de Oliveira Santos.