A
Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da
Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) e da
Vigilância em Saúde (Visa) Norte, em parceria com o
Centro de Atendimento da Comunidade (Cecom/Unicamp),
investiga um provável surto de caxumba no Campus da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Até o momento, foram notificados 12 casos suspeitos.
São estudantes
de diferentes cursos, mas concentrados nos
institutos localizados no entorno do Ciclo Básico da
universidade. A
confirmação do surto ainda depende do resultado de
exames laboratoriais.
Imediatamente após a notificação, as autoridades
sanitárias desencadearam ações de bloqueio para o
controle do surto. O bloqueio inclui vacinação de
todos os suscetíveis com a vacina tríplice viral –
contra caxumba, rubéola e sarampo. Até o momento
foram aplicadas 970 doses em alunos, professores e
funcionários.
São
considerados suscetíveis todas as pessoas maiores de
7 anos e adultos nascidos a partir de 1960 que não
comprovem, mediante apresentação de caderneta de
vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com
intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, o
bloqueio inclui ações de educação em saúde,
informação e mobilização social.
A
caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade
alta, causada por um vírus que provoca febre e
inflamação das glândulas salivares (parotidite). A
transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa
infectada. É considerada uma doença benigna e as
complicações – como orquite, meningite viral e
pancreatite – são excepcionais.
Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Covisa,
surtos de caxumba entre escolares ou em outros
locais com agrupamento de adultos e adolescentes,
têm sido verificados não somente no Brasil, mas em
outros países.
“As
falhas primárias são responsáveis pela manutenção da
cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira
sanitarista explica que falha primária ocorre quando
a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por
isso, para resgatar possíveis falhas primárias e
evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o
Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal
a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e
6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve
ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi
introduzida na rotina dos centros de saúde em todo
Brasil na década de 90.
O
último surto de caxumba notificado em Campinas foi
em 2002.
Denize
Assis
Saiba
mais sobre a caxumba
O que
é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível,
causada por um vírus que provoca febre e inflamação
da glândula parótida.
Qual o
agente envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família
Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus.
Quais os
sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares
localizadas na região da boca, principalmente, a
parótida. Podem estar presentes outros sintomas como
dor no corpo, dor de cabeça.Em homens adultos, pode
ocorrer inflamação nos testículos (orquite) e, em
mulheres acima de 15 anos, inflamação nos ovários (ooforite).
É relativamente comum também o comprometimento do
sistema nervoso central, conhecido por meningite
asséptica, e pancreatite.
Como se
transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do
doente contendo o vírus.
Como
tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados
repouso, uso de medicamentos analgésicos e
observação de possíveis complicações. No caso de
orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o
uso de suspensório escrotal são fundamentais para o
alívio da dor.
Como se
prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina
tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), de
acordo com o esquema vacinal preconizado pela
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde. A caxumba, isoladamente, não é doença de
notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de
surtos e epidemias deve ser registrada e
acompanhada, para que se conheça melhor o
comportamento da doença.