Saúde desencadeia vacinação contra caxumba na Unicamp, após notificar provável surto da doença

05/04/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) e da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, em parceria com o Centro de Atendimento da Comunidade (Cecom/Unicamp), investiga um provável surto de caxumba no Campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Até o momento, foram notificados 12 casos suspeitos. São estudantes de diferentes cursos, mas concentrados nos institutos localizados no entorno do Ciclo Básico da universidade. A confirmação do surto ainda depende do resultado de exames laboratoriais.

Imediatamente após a notificação, as autoridades sanitárias desencadearam ações de bloqueio para o controle do surto. O bloqueio inclui vacinação de todos os suscetíveis com a vacina tríplice viral – contra caxumba, rubéola e sarampo. Até o momento foram aplicadas 970 doses em alunos, professores e funcionários.

São considerados suscetíveis todas as pessoas maiores de 7 anos e adultos nascidos a partir de 1960 que não comprovem, mediante apresentação de caderneta de vacinação, duas doses de vacina tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias. Além da vacinação, o bloqueio inclui ações de educação em saúde, informação e mobilização social.

A caxumba é uma doença aguda, de transmissibilidade alta, causada por um vírus que provoca febre e inflamação das glândulas salivares (parotidite). A transmissão se dá pelo contato direto com uma pessoa infectada. É considerada uma doença benigna e as complicações – como orquite, meningite viral e pancreatite – são excepcionais.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Covisa, surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes, têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países.

“As falhas primárias são responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão”, afirma. A enfermeira sanitarista explica que falha primária ocorre quando a pessoa não responde adequadamente à vacina. “Por isso, para resgatar possíveis falhas primárias e evitar a ocorrência de surtos, a partir de 2004, o Ministério da Saúde introduziu no calendário vacinal a segunda dose (reforço) da tríplice viral entre 4 e 6 anos de idade”, diz. A primeira dose – que deve ser aplicada quando a criança completa 1 ano – foi introduzida na rotina dos centros de saúde em todo Brasil na década de 90.

O último surto de caxumba notificado em Campinas foi em 2002.

Denize Assis

 

Saiba mais sobre a caxumba

O que é?
É uma doença infecciosa aguda, transmissível, causada por um vírus que provoca febre e inflamação da glândula parótida.

Qual o agente envolvido?
O causador da infecção é o vírus da família Paramyxoviridae, gênero Rubulavírus.

Quais os sintomas?
Febre, aumento do volume das glândulas salivares localizadas na região da boca, principalmente, a parótida. Podem estar presentes outros sintomas como dor no corpo, dor de cabeça.Em homens adultos, pode ocorrer inflamação nos testículos (orquite) e, em mulheres acima de 15 anos, inflamação nos ovários (ooforite). É relativamente comum também o comprometimento do sistema nervoso central, conhecido por meningite asséptica, e pancreatite.

Como se transmite?
Pelo contato direto com gotículas de saliva do doente contendo o vírus.

Como tratar?
Não existe tratamento específico. São indicados repouso, uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações. No caso de orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Como se prevenir?
A prevenção é feita por meio da aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), de acordo com o esquema vacinal preconizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A caxumba, isoladamente, não é doença de notificação obrigatória. No entanto, a ocorrência de surtos e epidemias deve ser registrada e acompanhada, para que se conheça melhor o comportamento da doença.

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