Índice de cura de dengue hemorrágica em Campinas é de 100%

12/04/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas informou nesta quinta-feira, 12 de abril, que foi confirmado novo caso de dengue hemorrágica no município e que o índice de cura desta forma da doença na cidade é de 100%. A ocorrência refere-se a um homem, de 18 anos, morador da região norte da cidade.

Com isto, são dois os casos confirmados da forma hemorrágica da doença entre moradores de Campinas. A outra ocorrência – já confirmada anteriormente - refere-se a um homem, de 56 anos, morador do Parque Floresta, região noroeste. Nos dois casos, os pacientes foram tratados e curados.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) também aguarda avaliação do Centro de Vigilância Epidemiológica Estadual (CVE) em relação a outros cinco casos de dengue hemorrágica entre moradores de Campinas – já que a confirmação das ocorrências depende da ratificação do centro. Quatro deles já receberam alta e um continua internado.

Na forma hemorrágica, a dengue se manifesta com sangramentos espontâneos ou provocados, queda na quantidade de células que fazem a coagulação (plaquetopenia), perda de plasma de dentro para fora do vaso sangüíneo.

Como conseqüência, o paciente tem queda de pressão e desidratação mesmo sem ter diarréia importante. Este quadro pode levar ao choque (quando a pressão arterial vai a 0 por 0) e até a morte. Se não tratada adequadamente, a dengue hemorrágica pode levar à morte em até 20% dos casos. Se tratada de forma correta, a probabilidade de morte cai para 1%.

“A confirmação de casos da forma hemorrágica já era esperada. Por isso, estamos reforçando com todas equipes de saúde a assistência aos pacientes, no sentido de que os médicos façam avaliação clínica bem feita desde o começo para diagnosticar casos que possam evoluir para quadros graves, acompanhar minuciosamente e tratar estes pacientes desde o momento da suspeita clínica, principalmente com hidratação na medida de dois litros de soro de reidratação oral e quatro litros de outros líquidos por dia”, diz o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, da Covisa.

Segundo André, o reforço com os médicos já foi feito na rede pública de saúde, por meio capacitações e reuniões para discutir a conduta dos casos. A Covisa também elaborou e distribuiu documento para médicos da rede privada, onde atualiza a situação da doença na cidade e reforça a conduta de casos com sinais de gravidade.

Na semana que vem, será realizada reunião com direções clínicas dos hospitais, também com o objetivo de chamar a atenção para a conduta dos casos. Uma nova capacitação está sendo programada para médicos das redes pública e privada também com este objetivo.

O sanitarista, no entanto, ressalta que não é só a dengue hemorrágica que mata. “A dengue também pode levar o paciente à morte por complicações como insuficiência hepática, insuficiência respiratória, encefalite e outras”, diz.

André afirma que é muito importante que as pessoas se conscientizem de que combater o mosquito da dengue - além da responsabilidade dos órgãos governamentais que devem se encarregar do saneamento básico, abastecimento de água e de campanhas educativas permanentes - requer empenho de toda a sociedade, uma vez que o Aedes aegypti pode encontrar, em cada moradia e arredores, ambiente propício para sua proliferação.

“Portanto, os cuidados com os locais que eventualmente possam transformar-se em criadouros não podem restringir-se aos períodos de chuva e calor, época de maior incidência da dengue”, diz.

Casos de dengue hemorrágica confirmados e em investigação pela Secretaria de Saúde de Campinas:

Dengue Hemorrágica – moradores de Campinas

Homem – Floresta (noroeste) – 56 anos – cura – confirmado

Homem – Área do CS Eulina (norte) – 18 anos – cura - confirmado

 

Mulher – Pde. Manoel da Nóbrega (noroeste) – 40 anos – cura (em investigação)

Homem – Guanabara (leste) – 81 anos – cura -  (em investigação)

Mulher – Sul ou Centro – 26 anos - cura -  (em investigação)

Mulher – Área do Campo Belo (sul) – 16 anos – cura - (em investigação)

Mulher – Jardim Nossa Senhora Aparecida (sudoeste) – 50 anos – em tratamento - (em investigação)

 

Casos de outros municípios atendidos em serviços de saúde de Campinas:

Mulher – Hortolândia – 5 anos - cura -  confirmado

Mulher – Hortolândia – 25 anos – óbito - confirmado

Mulher – Hortolândia – 26 anos – óbito – (em investigação)

Homem – Sumaré – 51 anos - cura -  (em investigação)

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