Campinas inicia vacinação contra a gripe em idosos na segunda-feira, 23

20/04/2007

A Secretaria Municipal de Saúde, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde, inicia na segunda-feira, dia 23 de abril, a Campanha de Vacinação do Idoso com o objetivo de imunizar contra a gripe pelo menos 70% da população de Campinas com mais de 60 anos, composta por 102.456 segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2006, a cobertura foi de 76,2% no município.

A vacinação vai até dia 4 de maio. Durante esse período, as pessoas maiores de 60 anos também poderão receber doses contra difteria e tétano (dupla adulto) e contra pneumonia (anti-pneumocócica). As vacinas são gratuitas e estarão disponíveis nas 62 unidades básicas de saúde do município – Centros de Saúde e Módulos de Saúde da Família – durante o horário normal de funcionamento de cada unidade. Os idosos que tiverem a carteira de vacinas devem levá-la.

A realização deste tipo de campanha segue determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de priorizar os idosos na vacinação contra a gripe. Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde de Campinas, a gripe e as outras complicações decorrentes dela em pessoas acima de 60 anos são as principais causas de internação e mortalidade na população desta faixa etária, principalmente entre pessoas que já têm seu sistema imunológico comprometido ou mais debilitado.

“É para proteger esta população de complicações mais sérias que o Ministério da Saúde planeja anualmente a campanha de vacinação do idoso”, afirma. De acordo com a sanitarista, desde que a campanha foi instituída, houve uma diminuição considerável das internações hospitalares por problemas respiratórios. Dados do Ministério da Saúde apontam que a estratégia reduziu em, pelo menos, 11,7% o número de internações no País. Na região Sudeste, a redução foi de 17%.

A vacina não provoca gripe ou qualquer outra doença. Carmo Ferreira ressalta que mesmo as pessoas que já foram vacinadas contra gripe em anos anteriores devem repetir a dose porque, a cada ano, a vacina tem uma composição diferente para proteger contra as novas cepas do vírus.

Junto com a Campanha de Vacinação, Campinas vai realizar a Campanha de Prevenção ao Câncer de Boca (leia mais abaixo).

Caderneta de Saúde. Além disso, este ano, a Secretaria Municipal de Saúde vai aproveitar a oportunidade das campanhas para acrescentar um valioso instrumento para o atendimento a esse grupo de cidadãos: a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.

Trata-se de um livreto no qual os profissionais do setor, ao atenderem um idoso, deverão anotar todas as informações relativas a sua saúde. O objetivo principal é acompanhar cada idoso atendido no Sistema Único de Saúde (SUS), identificar idosos de risco e registrar a evolução de suas condições de vida.

“É um instrumento aparentemente simples, mas estruturante para a Atenção Básica”, afirma o médico Pedro Humberto Scavariello, diretor municipal de Saúde de Campinas. De acordo com Pedro, com a caderneta é possível, por exemplo, identificar o nível de independência do idoso, se é capaz de fazer compras sozinho, de se locomover, de fazer trabalhos domésticos, de tomar remédios e se prepara suas próprias refeições, entre outros itens fundamentais para avaliação da sua capacidade funcional. 

O documento também tem campos para identificar o paciente, indicar quem deve ser procurado em caso de emergência e para informações sobre o uso continuado de medicamentos. Há ainda dados sobre internações, existência de doenças crônicas e hipersensibilidade a alguma droga.

A função primordial da Caderneta é, portanto, propiciar um levantamento periódico de determinadas condições do indivíduo idoso e de outros aspectos que possam interferir no seu bem-estar. “Antes do adoecimento orgânico, a pessoa idosa apresenta alguns sinais de risco e é função do profissional de saúde, por meio do registro na caderneta, identificar estes sinais para que as ações possam ser assumidas de maneira precoce, contribuindo não apenas para a melhoria da qualidade de vida individual, mas também para uma saúde pública mais consciente e eficaz”, diz Pedro.

As cadernetas serão entregues, primeiramente, aos idosos cadastrados e acompanhados pelo programa de Saúde da Família e em condições de fragilidade. A previsão é de que sejam atendidos, num primeiro momento, 25% da população idosa cadastrada.

Posteriormente, a caderneta será estendida a todas as pessoas maiores de 60 anos no município. A distribuição do documento pressupõe um acompanhamento do profissional de saúde. Por isso, a entrega será de forma gradativa e continuada ao longo do ano, segundo o Departamento de Saúde da Secretaria.

A implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa atende às deliberações da 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e do Pacto pela Saúde 2006 e integra a Política Municipal de Saúde do Idoso, que atua em conformidade com a Política Nacional de Saúde do Idoso.

“A transição demográfica e epidemiológica que a sociedade brasileira está vivendo e a proposta do Ministério da Saúde de fortalecimento da Política Nacional de Saúde do Idoso requer que gestores e profissionais de saúde tracem planejamento adequado e determinem prioridades. É neste sentido que Campinas implementa a partir de agora a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa”, afirma a médica Lígia Aparecida Neaime de Almeida, coordenadora municipal da Atenção Básica de Campinas.

Câncer de boca. Junto com a Vacinação do Idoso, a Secretaria de Saúde também vai realizar exames de prevenção do câncer bucal. “Tradicionalmente, a Secretaria de Saúde de Campinas realiza a Campanha de Prevenção ao Câncer Bucal junto com a Vacinação do Idoso porque este público é mais vulnerável a este tipo de patologia”, afirma o cirurgião dentista Isamu Murakami, coordenador de Saúde Bucal de Campinas.

As equipes vão orientar os idosos sobre a prevenção deste tipo de câncer, com informações sobre o auto-exame de boca e sobre os cuidados que devem ser tomados com a higiene bucal.

Pacientes com alterações na mucosa – língua, lábio e bochecha – serão triados para voltar ao Centro de Saúde para um exame mais detalhado e realizar o tratamento específico. Aqueles que tiverem lesões mais complexas vão ser encaminhados para clínicas de referência em diagnóstico bucal. O exame e eventuais tratamentos são de graça.

Denize Assis

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