A
Secretaria Municipal de Saúde, com apoio da
Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde,
inicia na segunda-feira, dia 23 de abril, a Campanha
de Vacinação do Idoso com o objetivo de imunizar
contra a gripe pelo menos 70% da população de
Campinas com mais de 60 anos, composta por 102.456
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Em 2006, a cobertura foi de
76,2% no município.
A
vacinação vai até dia 4 de maio. Durante esse
período, as pessoas maiores de 60 anos também
poderão receber doses contra difteria e tétano
(dupla adulto) e contra pneumonia
(anti-pneumocócica). As vacinas são gratuitas e
estarão disponíveis nas 62 unidades básicas de saúde
do município – Centros de Saúde e Módulos de Saúde
da Família – durante o horário normal de
funcionamento de cada unidade. Os idosos que tiverem
a carteira de vacinas devem levá-la.
A realização deste tipo de campanha segue
determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS)
de priorizar os idosos na vacinação contra a gripe.
Segundo a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Vigilância em Saúde de Campinas,
a gripe e as outras
complicações decorrentes dela em pessoas acima de 60
anos são as principais causas de internação e
mortalidade na população desta faixa etária,
principalmente entre pessoas que já têm seu sistema
imunológico comprometido ou mais debilitado.
“É
para proteger esta população de complicações mais
sérias que o Ministério da Saúde planeja anualmente
a campanha de vacinação do idoso”, afirma. De acordo
com a sanitarista, desde que a campanha foi
instituída, houve uma diminuição considerável das
internações hospitalares por problemas
respiratórios. Dados do Ministério da Saúde apontam
que a estratégia reduziu em, pelo menos, 11,7% o
número de internações no País. Na região Sudeste, a
redução foi de 17%.
A
vacina não provoca gripe ou qualquer outra doença.
Carmo Ferreira ressalta que mesmo as pessoas que já
foram vacinadas contra gripe em anos anteriores
devem repetir a dose porque, a cada ano, a vacina
tem uma composição diferente para proteger contra as
novas cepas do vírus.
Junto
com a Campanha de Vacinação, Campinas vai realizar a
Campanha de Prevenção ao Câncer de Boca (leia mais
abaixo).
Caderneta de Saúde. Além disso, este ano, a
Secretaria Municipal de Saúde vai aproveitar a
oportunidade das campanhas para acrescentar um
valioso instrumento para o atendimento a esse grupo
de cidadãos: a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
Trata-se de um livreto no qual os profissionais do
setor, ao atenderem um idoso, deverão anotar todas
as informações relativas a sua saúde. O objetivo
principal é acompanhar cada idoso atendido no
Sistema Único de Saúde (SUS), identificar idosos de
risco e registrar a evolução de suas condições de
vida.
“É um
instrumento aparentemente simples, mas estruturante
para a Atenção Básica”, afirma o médico Pedro
Humberto Scavariello, diretor municipal de Saúde de
Campinas. De acordo com Pedro, com a caderneta é
possível, por exemplo, identificar o nível de
independência do idoso, se é capaz de fazer compras
sozinho, de se locomover, de fazer trabalhos
domésticos, de tomar remédios e se prepara suas
próprias refeições, entre outros itens fundamentais
para avaliação da sua capacidade funcional.
O
documento também tem campos para identificar o
paciente, indicar quem deve ser procurado em caso de
emergência e para informações sobre o uso continuado
de medicamentos. Há ainda dados sobre internações,
existência de doenças crônicas e hipersensibilidade
a alguma droga.
A
função primordial da Caderneta é, portanto,
propiciar um levantamento periódico de determinadas
condições do indivíduo idoso e de outros aspectos
que possam interferir no seu bem-estar. “Antes do
adoecimento orgânico, a pessoa idosa apresenta
alguns sinais de risco e é função do profissional de
saúde, por meio do registro na caderneta,
identificar estes sinais para que as ações possam
ser assumidas de maneira precoce, contribuindo não
apenas para a melhoria da qualidade de vida
individual, mas também para uma saúde pública mais
consciente e eficaz”, diz Pedro.
As
cadernetas serão entregues, primeiramente, aos
idosos cadastrados e acompanhados pelo programa de
Saúde da Família e em condições de fragilidade. A
previsão é de que sejam atendidos, num primeiro
momento, 25% da população idosa cadastrada.
Posteriormente, a caderneta será estendida a todas
as pessoas maiores de 60 anos no município. A
distribuição do documento pressupõe um
acompanhamento do profissional de saúde. Por isso, a
entrega será de forma gradativa e continuada ao
longo do ano, segundo o Departamento de Saúde da
Secretaria.
A
implementação da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
atende às deliberações da 1ª Conferência Nacional
dos Direitos da Pessoa Idosa e do Pacto pela Saúde
2006 e integra a Política Municipal de Saúde do
Idoso, que atua em conformidade com a Política
Nacional de Saúde do Idoso.
“A
transição demográfica e epidemiológica que a
sociedade brasileira está vivendo e a proposta do
Ministério da Saúde de fortalecimento da Política
Nacional de Saúde do Idoso requer que gestores e
profissionais de saúde tracem planejamento adequado
e determinem prioridades. É neste sentido que
Campinas implementa a partir de agora a Caderneta de
Saúde da Pessoa Idosa”, afirma a médica Lígia
Aparecida Neaime de Almeida, coordenadora municipal
da Atenção Básica de Campinas.
Câncer de boca. Junto com a Vacinação do Idoso,
a Secretaria de Saúde também vai realizar exames de
prevenção do câncer bucal. “Tradicionalmente, a
Secretaria de Saúde de Campinas realiza a Campanha
de Prevenção ao Câncer Bucal junto com a Vacinação
do Idoso porque este público é mais vulnerável a
este tipo de patologia”, afirma o cirurgião dentista
Isamu Murakami, coordenador de Saúde Bucal de
Campinas.
As
equipes vão orientar os idosos sobre a prevenção
deste tipo de câncer, com informações sobre o
auto-exame de boca e sobre os cuidados que devem ser
tomados com a higiene bucal.
Pacientes com alterações na mucosa – língua, lábio e
bochecha – serão triados para voltar ao Centro de
Saúde para um exame mais detalhado e realizar o
tratamento específico. Aqueles que tiverem lesões
mais complexas vão ser encaminhados para clínicas de
referência em diagnóstico bucal. O exame e eventuais
tratamentos são de graça.