Saúde já visitou 2,3 mil domicílios para bloqueio químico contra a dengue

23/04/2007

Ação, que teve início semana passada pela região sudoeste,
prossegue esta semana com expectativa de
nebulizar 5,7 mil imóveis até sexta-feira em bairros da região sul

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria de Saúde, visitou 2.365 residências nos bairros Dic III (parte), Dic IV, Dic V, Parque Vista Alegre, Eldorado de Carajás, Chico Mendes e Núcleo Residencial Santos Dumond, na região sudoeste, nos dias 18, 19 e 20 de abril, para bloqueio químico – nebulização com veneno – contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite o vírus da dengue. A medida deu início, na semana passada, à intensificação da ofensiva contra a doença no município.

A partir desta segunda-feira, dia 23, o bloqueio químico acontece na região sul, nos bairros Vila Rica, Jardim do Lago, Vila Mimosa, Vila Pompéia e Cidade Jardim, na abrangência do Centro de Saúde Vila Rica. A expectativa é nebulizar 5.700 imóveis até sexta-feira, dia 27.

A bióloga Maria Geralda Rodrigues de Almeida, da Vigilância em Saúde (Visa) Sul, informa que, na véspera da nebulização, as equipes da Secretaria de Saúde vão de casa em casa para informar os moradores sobre como preparar a residência para o bloqueio químico. “Além disso, são realizados antecipadamente arrastões de criadouros do mosquito para deixar a área adequada para a nebulização e melhorar a eficácia do inseticida”, afirma a bióloga.

Geralda informa que o produto usado é o Malation, da classe dos organofosforados. Segundo ela, este inseticida já foi utilizado no município em 2002 e na época não foi registrada nenhuma ocorrência de intoxicação. No entanto, a Vigilância em Saúde, apesar de sempre trabalhar para que não ocorram eventos adversos, precisa considerar esta possibilidade.

“Por isso, informamos todas as equipes de saúde das unidades da região sul – Centros de Saúde e Prontos-Socorros – sobre a ação e divulgamos o protocolo de conduta de intoxicação aguda por organofosforado”, diz.

De acordo com Geralda, os sinais mais comuns de intoxicação por estes produtos são salivação, sudorese, taquicardia, vômitos e náuseas. A orientação para a população é que se alguém apresentar algum destes sintomas procure a unidade de saúde rapidamente para tratamento.

A enfermeira sanitarista Salma Rodrigues Balista, diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde de Campinas (Covisa), informa que é importante que as pessoas saibam que a aplicação do inseticida não é uma ação ‘milagrosa’. “O mosquito vai se reproduzir novamente se a latinha, a garrafa e outros objetos com água parada não forem eliminados. As pessoas precisam se mobilizar, se envolver na luta contra a dengue e eliminar criadouros todo dia, senão qualquer ação se torna pouco eficaz”, diz.

A Secretaria de Saúde informa que o bloqueio químico não será feito na cidade inteira, já que não tem sentido fazer o controle do mosquito com base no veneno. Além disso, não são todas as áreas que precisam – somente áreas com transmissão recente, autoctonia e coeficiente de incidência alto. Além disso, não há condição operacional para promover nebulização numa cidade inteira com as proporções de Campinas. “A escolha das áreas é feita quase que dia-a-dia, a partir da análise da ocorrência de casos”, diz Salma.

Os primeiros sinais da dengue são febre, dor de cabeça e no corpo, perda de apetite e mal-estar geral. No caso de algum destes sintomas, a pessoa deve procurar primeiro o Centro de Saúde de seu bairro. Não é necessário ir direto ao hospital ou pronto-socorro. O Centro de Saúde está preparado para receber, tratar e acompanhar adequadamente os casos e, se necessário, encaminhar o paciente para o hospital.

Situação da doença. Desde janeiro, Campinas confirmou 1.841 casos de dengue, sendo 1.321 residentes de Campinas, 365 de outros municípios e 156 ainda estão em investigação quanto ao local de moradia.

Entre os casos de moradores de Campinas, foram confirmados dois casos da forma hemorrágica e há outros treze prováveis entre os quais um óbito. Os casos prováveis são aqueles que estão aguardando confirmação sorológica ou ratificação pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). Também foram registrados 11 casos de dengue com complicação, com um óbito.

Entre os casos de moradores de outros municípios atendidos em Campinas, há dois casos hemorrágicos confirmados, sendo 1 óbito, e seis casos prováveis. Também há três casos de dengue com complicação, entre os quais 1 óbito.

Denize Assis

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