Campinas envia equipe de saúde para ajudar na luta contra a dengue no Rio

02/04/2008

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas vai ajudar o Rio de Janeiro na luta contra a epidemia de dengue, com o envio de médicos e enfermeiros para atuar na assistência aos pacientes e na organização do atendimento. O primeiro grupo de técnicos chegou ao Rio na segunda-feira, dia 31 de março, e vai atuar por dois dias por semana por um período de pelo menos por 45 dias.

A solicitação dos profissionais foi feita pelo secretário nacional de Atenção à Saúde, José Carvalho de Noronha, ao secretário municipal de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr saraiva, na última sexta-feira, dia 28 de março.

O Rio de Janeiro enfrenta situação de extrema gravidade decorrente da epidemia de dengue, com mais de 40 mil casos e pelo menos 67 mortes, a maioria crianças. Segundo declaração do Ministro José Gomes Temporão, a epidemia de dengue atingiu seu patamar mais crítico no Rio, com uma demanda brutal, muita gente doente, crianças, mães desesperadas, pais preocupadíssimos.

Em Campinas, este ano, a situação da doença aponta redução de 97% no número de casos em relação ao mesmo período de 2007. Foram 3.703 casos no ano passado e 90 nos três primeiros meses de 2008. O cenário, segundo a Secretaria de Saúde, é resultado de um conjunto de ações decorrentes de vontade política, rigor técnico e mobilização social.

“A equipe de Campinas representa um reforço importante. O município conta com um quadro de técnicos com experiência no manejo clínico e na organização do atendimento”, disse o médico sanitarista Adail de Almeida Rolo, do Ministério da Saúde, responsável por organizar o reforço na assistência no Rio de Janeiro.

O Secretário de Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, afirma que a contribuição de Campinas ao Rio é importante. “A equipe técnica enviada vai colaborar com a experiência do nosso município, tanto em relação à assistência, considerando nossa baixa mortalidade de dengue, como quanto em relação ao trabalho de vigilância e controle desenvolvido aqui e que possibilitou a redução expressiva no número de casos nos primeiros meses deste ano”, afirma.

O secretário de Saúde, mais uma vez, afirma que é extremamente importante que cada cidadão e cidadã tenha a consciência de que a primeira medida que cada um tem que fazer em relação à dengue é olhar para dentro de sua própria casa, no quintal, conversar com seu vizinho, reunir o pessoal da rua.

“É muito comum que focos de criação do mosquito estejam do nosso lado sem que a gente perceba. A calha entupida, a laje com acúmulo de água, vaso de planta com água, garrafa, recipientes, pneus, lixo acumulado ao relento, tudo isso é foco potencial. Por isso é importante que todos abram as portas para os profissionais de saúde e aprendam com esses agentes o que tem que ser feito para manter a sua casa limpa e livre do mosquito”, diz.

Para a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, o envio das equipes da Secretaria de Saúde de Campinas é importante não somente pelo que a equipe pode colaborar com o conhecimento e prática vivenciados aqui, mas também pela experiência que pode agregar. “O momento difícil naquele estado mostra para todos, gestores e técnicos e autoridades em geral, o potencial de uma epidemia no sentido de desagregação e de desordem social”, afirma.

A enfermeira sanitarista Maria Filomena Gouveia Vilela, diretora da Vigilância em Saúde Municipal, afirma que Campinas pode contribuir principalmente na sua experiência no manejo clínico, que são as medidas básicas de cuidados aos pacientes e que fizeram a grande diferença possibilitando um número muito pequeno de mortes. “Estamos às ordens para contribuir com nossa experiência. Contamos com uma rede básica estruturada para atender casos de dengue. Ressalto a importância do trabalho das equipes de enfermagem e a agilidade nas medidas de controle que permitiram reduzir o número de casos”.

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