Pesquisa mostra que indicadores de saúde bucal melhoraram em Campinas

04/04/2008

Autor: Denize Assis

As condições de saúde bucal da população de Campinas melhoraram nos últimos anos, principalmente entre as crianças, segundo resultado de pesquisa de Saúde Bucal divulgado nesta quinta-feira, dia 3 de abril, pela Secretaria Municipal de Saúde.

O estudo, realizado por amostragem em escolas públicas e centros de saúde do município entre 2006 e 2007, tem como objetivo traçar um diagnóstico completo da área. O levantamento vai nortear as ações para melhorar as condições de saúde bucal da população.

Na pesquisa constatou-se que as crianças de 12 anos têm, em média, 0,79 dentes cariados, perdidos ou obturados (CPOD). O índice é melhor do que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabeleceu, para o início do século 21, um coeficiente igual ou menor que 3,0. Em 1981, este índice em Campinas era de 7,8. Em 2002, 1,34.

A pesquisa mostrou ainda que, aos 5 anos, 55,4% das crianças estão livres de cárie. Ainda foi avaliada a fluorose – excesso de flúor, que causa manchas brancas nos dentes. A constatação é que 71% das crianças entre 5 anos e 12 anos não têm fluorose.

Também foi verificado que 88% das crianças gostam da aparência dos dentes e que 48% dariam nota de 9 a 10 para o próprio sorriso. Aos 5 anos, 7,3% das crianças necessitam de tratamento. Esta porcentagem cai para 3% aos 12 anos.

“O resultado da pesquisa mostra que, entre as crianças, os indicadores têm melhorado”, diz o coordenador municipal da área de Saúde Bucal da Prefeitura, Isamu Murakami. Segundo ele, a fluoretação das águas de abastecimento em Campinas é um dos principais fatores que contribuíram para a melhora da saúde bucal das crianças residentes na cidade.

Essa medida simples e barata - custa R$ 1 por habitante/ano - é apontada por especialistas como a solução mais eficaz para os problemas de saúde bucal em curto prazo. “A fluoretação é capaz de reduzir em até 60% a incidência de cárie dentária em qualquer faixa etária”, afirma o coordenador.

De acordo com Isamu, também são fatores importantes os procedimentos coletivos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde, entre os quais os trabalhos de educação e prevenção em saúde bucal desenvolvidos de forma sistemática pelas equipes de saúde, e a fluoretação dos cremes dentais a partir de 1988.

A pesquisa avaliou 800 crianças de 40 escolas públicas, sendo 20 de ensino fundamental e 20 Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis).

Adultos. Segundo a pesquisa, entre adultos e idosos, os índices melhoraram em relação à última pesquisa, realizada em 2002. Entretanto, se comparado com a população jovem, o índice CPOD é alto, sendo 17,69 para o adulto e 27 para o idoso. Em 2002 estes índices eram de 20 e 28, respectivamente.

O estudo mostrou ainda que, em relação à questão periodontal (doenças da gengiva), na população entre 35 e 44 anos, 11% têm gengivas sadias.

Também foi pesquisado no público adulto o uso e a necessidade de prótese. O resultado é que na faixa de 35 a 44 anos, 49% da população necessita de prótese e não usa. Entre a população de 65 a 74 anos, 34% têm necessidade de prótese e 65% já usam. Ainda em relação a este público, 60% revelaram gostar da aparência bucal.

“A faixa etária que engloba adultos e idosos é a que mais nos preocupa, embora os índices mantenham a tendência nacional e tenhamos avançado em relação ao câncer de boca e quando comparamos o resultado desta pesquisa com a anterior”, diz Isamu.

Segundo ele, para este público, a Secretaria de Saúde de Campinas tem intensificado as ações de prevenção de câncer bucal, por meio de diagnóstico precoce, e de tratamento especializado em periodontia (doenças de gengiva).

Câncer bucal. Em relação aos tecidos moles – que incluem bochecha, gengiva, língua e papilas -, na população entre 35 e 44 anos, 97% estão livres de alteração. Entre 65 e 74 anos, 86% não têm alteração.

“É um índice bom. Mostra que as campanhas de prevenção do câncer de boca têm cumprido seu objetivo. Campinas deve constar entre os municípios brasileiros com melhores indicadores em termos de exame de prevenção de câncer de boca”, afirma Isamu.

A pesquisa na população adulta foi realizada em unidades básicas de saúde. Foram pesquisadas 275 pessoas, 136 entre 35 e 44 anos e 139 entre 65 e 74 anos.

Medalha Tiradentes. O prefeito Hélio de Oliveira Santos recebe nesta quinta-feira, dia 3 de abril, às 19h30, na Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC), a Medalha Tiradentes, concedida pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO). A honraria, a maior da entidade, também será feita ao Secretário Municipal de Negócios Jurídicos, Carlos Henrique Pinto, e ao cirurgião-dentista Sebastião dos Santos.

A Medalha está sendo concedida porque a Prefeitura doou terreno para que a ACDC amplie a área de sua sede. Em contrapartida, no futuro, a ACDC terá um centro de imagens direcionado à população atendida pelo rede pública municipal de Saúde de Campinas.

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