Centro de Referência do Idoso celebra um ano de implantação com bolo e dança

16/04/2009

Autor: Claudia Xavier

Foi sob a sombra das árvores do Jardim da Irmandade de Misericórdia de Campinas, na Avenida Júlio de Mesquita, no Cambuí, que funcionários e usuários comemoraram na manhã desta quinta-feira, 16 de abril, o aniversário de um ano de implantação do Centro de Referência do Idoso – CRI Prof. Dr. Sílvio dos Santos Carvalhal - unidade de saúde diferenciada, voltada exclusivamente para a população na terceira idade.

Durante a festa, que teve bolo e salgadinhos, alguns usuários fizeram questão de manifestar, ao microfone, a gratidão que sentem pela equipe envolvida no atendimento. Outros, menos tímidos, tocaram gaita e discursaram, com bom humor, sobre a passagem do tempo e a alegria de viver. No final, todos os presentes, em pé ou sentados, participaram de um número de dança.

O CRI é a primeira unidade, em Campinas, voltada unicamente para os cuidados para com a população idosa, com o objetivo final de conferir mais qualidade de vida a este público. Em um ano de funcionamento, 450 pessoas foram atendidas no local. Lá, cada paciente fica, em média, de 4 a 6 meses em tratamento.

Projeto

Entre a equipe multidisciplinar que atende no CRI estão médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, geriatras, fonoaudiólogos e nutricionistas. Esses profissionais promovem e trabalham também na formação de grupos (diabéticos, dança sênior, demência, medicação e bate papo), além do atendimento individual a cada um dos usuários.

“Nosso projeto terapêutico tem por objetivo fazer com que o idoso atinja a autonomia e independência”, disse a coordenadora do CRI, Carolina Belo Rodrigues. Segundo ela, cada paciente atendido tem desenvolvido um projeto terapêutico individualizado, sendo que, ao final do tratamento, o idoso é referenciado à sua unidade básica de saúde.

O serviço está instalado na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Campinas, na Avenida Júlio de Mesquita, 571, no Cambuí, e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. Os pacientes, encaminhados pelas enfermarias dos hospitais Mário Gatti e Irmandade de Misericórdia, se enquadram nos critérios de inclusão (número de internações, número de medicamentos que tomam, histórico de quedas e outros) elaborados pela equipe do CRI .

Esta mesma equipe está empenhada também em capacitar profissionais de outras unidades de saúde da rede municipal para que eles tenham um olhar diferenciado para esta população e, assim, façam o encaminhamento adequado de cada paciente.

Para a diretora clínica da unidade, Manuela Nassin Jorge Santos, este primeiro ano de vida da instituição foi um período de amadurecimento. “Aprendemos muito, amadurecemos também. Nossa meta agora é atingir a excelência no serviço, com cem por cento de aproveitamento nos resultados. Posso garantir que este governo já está planejando a implantação de outros CRIs na cidade”, disse a diretora clínica.

Para a coordenadora da área de Saúde do Idoso, Jane Dias, o serviço mostrou grande aceitação entre a população e deve ser estendido a todos os distritos. “Já estamos trabalhando com a capacitação dos profissionais”, afirmou Jane.

Bem estar

Antônia Lúcia Alves, de 76 anos, frequenta o CRI há dois meses, duas vezes por semana. Vítima de um AVC em janeiro deste ano, a dona-de-casa perdeu os movimentos do lado esquerdo do corpo e participa no local de grupos de vivência, de sessões de fisioterapia e de psicologia, além de trabalhos com a assistente social.

“Todas as coisas aqui são de muita valia. Nunca pensei que um dia ficaria assim, numa cadeira de rodas, mas, com todos os exercícios que faço aqui, para o corpo e para a mente, tenho certeza que ainda vou melhorar muito. E o carinho que recebo de todos aqui, então, não dá nem para contar”, disse Antônia Lúcia.

O calçadeiro Wilson Sebastião Gonçalves, de 67 anos, é outro usuário do CRI que diz estar muito contente com os resultados. Ele também sofreu um AVC em dezembro passado, ficou com parte do corpo paralisado e, agora, já recuperou boa parte dos movimentos.

“A fisioterapia me devolveu muito dos movimentos, mas posso afirmar, com certeza, que os encontros com a psicóloga também estão ajudando muito. Quando a cabeça pensa melhor, o corpo responde melhor”, disse Gonçalves.

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