Secretaria de Saúde orienta profissionais da área sobre gripe suína

30/04/2009

Autor: Claúdia Xavier e Foto: Valéria Abras

Técnicos da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas reuniram-se na manhã desta quarta-feira, 29 de maio, com coordenadores, médicos e enfermeiros representantes de hospitais públicos e privados para orientá-los quanto ao fluxo correto para atendimento e notificação dos casos suspeitos de influenza suína. O encontro ocorreu na sede da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, na região central da cidade.

O encontro foi aberto pela coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Covisa, Brigina Kemp, que discorreu sobre a epidemia que está ocorrendo nos Estados Unidos e no México e ressaltou que, desde 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem se preparando para casos como este da gripe suína e estabeleceu as fases por que podem passar as epidemias e a forma de organização do trabalho para responder corretamente a cada uma delas.

Brigina falou que, no momento, a situação encontra-se na fase 5, de alerta pandêmico (epidemia em vários países do mundo), mas que a OMS vê possibilidade desta epidemia ser contida.

“É preciso ser ágil na identificação e investigação dos casos, por isso, colocamos os telefones da Covisa à disposição dos profissionais de saúde para que eles tirem suas dúvidas e possam encaminhar os casos corretamente”, disse Brigina.

A coordenadora ressaltou ainda a importância de os médicos da rede privada de saúde estarem atentos a pacientes com sintomas da influenza suína pois este segmento de saúde deverá ser bastante procurado.

Fluxo

As orientações sobre como os profissionais de saúde devem proceder com pacientes com suspeita de gripe aviária ficaram a cargo do médico sanitarista André Ricardo Ribas Freitas, que elencou os procedimentos a serem adotados desde a chegada do paciente à unidade até o encaminhamento deste à unidade de referência.

Na ocasião, Freitas esclareceu aos presentes que todo caso suspeito de gripe suína, seja ele proveniente da rede pública ou privada, deverá ser encaminhado para o serviço de referência, no caso de Campinas, o Hospital de Clínicas da Unicamp.

Confira abaixo as recomendações dadas pela Covisa aos profissionais de saúde em caso de suspeita de influenza suína:

1 – O paciente deve ser orientado a minimizar o risco de transmissão da doença através de medidas de higiene, utilizando lenço descartável para higiene nasal, cobrindo nariz boca quando espirrar ou tossi e mantendo as mãos longe de mucosas de olhos e nariz.

2 – Não deixar o paciente na sala de espera. Atender o mais rápido possível.

3 – Oferecer máscara cirúrgica para o paciente.

4 – Realizar a consulta médica. Os profissionais que forem atender o paciente devem usar luvas, máscara de proteção respiratória, óculos, gorro e avental descartável.

5 – Se caracterizar o caso como suspeito, comunicar imediatamente à Covisa, por telefone, fazendo a notificação mediante ficha específica.

6 – Acionar o SAMU para o transporte do paciente.

7 – A Covisa fará o contato com o Hospital de Clínicas da Unicamp para encaminhamento do paciente suspeito, que é o serviço de referência para os casos suspeitos de influenza suína.

Definição de caso

Freitas ressaltou que estamos numa época em que gripes e resfriados são ocorrências comuns e que, em função disso, para definir tratar-se de um caso suspeito ou não de gripe suína o profissional de saúde deve observar se o paciente apresenta febre superior a 38°C e tosse acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e, informação de grande importância, se o paciente fez viagens recentes para as áreas de ocorrências dos casos ou se manteve contato próximo com casos confirmados de infecção humana pelo vírus influenza suína A (H1N1) destas áreas, nos últimos 10 dias.

Participantes

Mais de 30 profissionais entre médicos, enfermeiros e representantes de hospitais e pronto atendimentos das redes pública e privada de saúde participaram do encontro.

A enfermeira do setor de controle de infecção do Hospital Vera Cruz, Roberta do Vale, avaliou o encontro como esclarecedor para os profissionais de saúde. “É um momento de muita atenção e estávamos meio sem saber como proceder corretamente. Acho que agora temos um parâmetro de atuação e podemos ficar mais tranqüilos”, disse a enfermeira.

Entre as unidades que participaram da reunião estão os hospitais Santa Edwiges, Centro Médico, Beneficência Portuguesa, Vera Cruz, Irmandade de Misericórdia, Metropolitano, Irmãos Penteado, Madre Teodora, Samaritano, Ouro Verde, CAISM, Maternidade de Campinas, Mário Gatti e os prontos atendimentos Campo Grande, Anchieta, Centro, São José e Ouro Verde.

A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informa que os dois pacientes notificados pelo Hospital de Clínicas da Unicamp, no dia 28 de abril, continuam internados em observação e passam bem.

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