Autor: Denize Assis
Às 17h desta sexta-feira, dia 9, no Auditório Monsenhor Emílio José Salim, na Avenida John Boyd Dunlop, tem início o credenciamento dos delegados para a 2ª Conferência Municipal de Saúde Mental de Campinas, que terá como tema “A Integração da Saúde Mental na Saúde Coletiva” e como título “A Saúde Mental é de Todos”. A Conferência tem continuidade no sábado, dia 10, das 8h30 às 17, e no domingo, das 9h às 12h30.
O apoiador de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, o psiquiatra Deivisson Vianna Dantas, explica que a 2ª Conferência Municipal de Saúde Mental de Campinas foi dividida em três eixos básicos, A Saúde Mental e Intersetorialidade, A Saúde Mental e a integralidade do cuidado e a Saúde Mental Gestão, processos de trabalho e participação social.
No primeiro eixo, a saúde mental e Intersetorialidade, conforme explica Deivisson, vamos debater programas e ações que podem ser desenvolvidos em parceria com outras secretarias como a Assistência Social, Cultura, Educação, Habitação, Esportes e outras áreas. No segundo eixo, a saúde mental e a integralidade do cuidado, o psiquiatra coloca que os resultados nessa área podem ser melhorados se o trabalho for articulado com as ações das equipes de saúde da família e, ainda, com o acolhimento diferenciado nas unidades de urgência e emergência. O terceiro eixo, a saúde mental, gestão, processos de trabalho e participação social, de acordo com o apoiador de Saúde Mental, vai direcionar as discussões no sentido de ampliar a participação do Conselho Municipal de Saúde (CMS) nos processos de tomadas de decisão que envolvam o coletivo, de modo a aperfeiçoar o controle social e a transparência nas questões públicas.
Eduardo Camargo Bueno, que também é apoiador de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, ressalta que essa 2ª Conferência foi bem estruturada e legitimada pelas pré-conferências realizadas em todos os Distritos de Saúde da rede. As pré-conferências distritais tiveram início no dia 2 e terminaram em 11 de março. “Esses encontros foram importantes como forma de qualificar as discussões em torno dos temas propostos. Também merece registro o empenho e o interesse dos conselheiros, profissionais de saúde, trabalhadores e gestores em dar sua contribuição para que essa conferência obtenha os melhores resultados possíveis”, afirmou Eduardo, que lembra que mais de seiscentas pessoas participaram as pré-conferências nos cinco distritos de saúde.
Sobre os objetivos da 2ª Conferência Municipal de Saúde Mental, Eduardo coloca que a última conferencia ocorreu em Campinas há 10 anos. “Muitos dos pontos estabelecidos naquela conferencia foram alcançados, mas ainda falta muita coisa”, informa. Ele lembra que em 2001 Campinas contava com quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps), o Caps III,o Caps II, o Caps Ad, um Caps Infantil e três centros de convivência na cidade. Nesse período, a cidade possuía vinte equipes de saúde mental para atenção básica, a enfermaria da PUCC e cerca de 12 serviços residenciais terapêuticos.
“Hoje, em 2010, temos seis Caps III, dois Caps Ad, dois Caps infantis, dez centros de convivência, Samu com psiquiatria 24h, 34 serviços residências terapêuticos, as enfermarias de psiquiatria do Ouro Verde e da PUCC e todos os leitos psiquiátricos estão sob gestão otimizada da Secretaria de Saúde. Alem disso – complementa Eduardo - temos atualmente 32 equipes de saúde mental para a atenção básica”.
Deivisson Viana complementa que a Conferência Municipal vai ser importante para se avaliar a quantidade de recursos empregados na saúde mental, bem como a qualidade dos serviços oferecidos. Ele mostra que a Secretaria Municipal de Saúde, em 2009, investiu 7,0 % do seu orçamento da saúde em saúde mental, ou seja, são mais de R$ 50 milhões ao ano. “Não dá para dizer se é suficiente ou não, existe muito a se caminhar. Contudo, os pedidos da sociedade não podem se limitar a mais e mais recursos apenas, deve-se ir além e pedir qualificação do atendimento prestado e otimização da gestão destes recursos”, finaliza
