Autor: Denize Assis
Neste sábado, dia 30 de abril, a Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do Centro de Saúde de Barão Geraldo, Distrito de Saúde Norte e Vigilância em Saúde (Visa) Norte, e a comunidade do Distrito de Barão Geraldo promovem o ‘Dia D’ contra a dengue. A atividade integra a Campanha de Mobilização de Barão Geraldo contra a doença, definida em reunião em 14 de abril entre autoridades sanitárias e população.
O objetivo é envolver toda a comunidade do Distrito no combate e estimular cada cidadão a receber as equipes de Saúde e a eliminar os locais de água parada, onde o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, se multiplica.
Equipes compostas por técnicos da Secretaria de Saúde e representantes da comunidade de Barão vão estar espalhadas por pontos estratégicos do bairro para atividades de informação, educação e mobilização social. Entre os pontos, haverá equipes no Colégio Rio Branco, Praça do Coco, Terminal de Barão Geraldo e Parque Hermógenes.
As ações começam às 8h e devem durar o dia todo. O mote da campanha será ‘Dengue aqui não. Moro em Barão.’ As atividades incluem distribuição de folhetos com informações sobre a doença, forma de transmissão e atitudes de prevenção. Um carro de som vai percorrer as ruas para chamar a atenção dos moradores. Faixas estarão fixadas em vários pontos do Distrito. Os comércios do bairro vão atuar cada qual no seu espaço com divulgação de informações. As pessoas vão estar vestidas com uma camiseta com estampa alusiva à mobilização.
A abertura será no Centro de Saúde de Barão Geraldo às 9h30, com a presença do médico pediatra Pedro Humberto Scavariello, secretário adjunto de Saúde de Campinas, do médico sanitarista Fábio Luiz Alves, coordenador do Distrito de Saúde Norte, e do biólogo Ovando Provatti, da Vigilância em Saúde Norte.
A iniciativa é uma resposta à convocação da Secretaria de Saúde para que as comunidades se mobilizem no controle da doença e também à constatação de que o Distrito de Barão Geraldo é o local da cidade com o maior número de pendências de dengue, ou seja: tem o maior percentual de residências que não podem ser visitadas pelas equipes de saúde porque os moradores não estão em casa ou se recusam a receber os agentes.
Segundo a Visa Norte, a cada cem endereços visitados em Barão, sessenta deixam de ser trabalhados porque os agentes não conseguem entrar. Ainda, segundo a Vigilância em Saúde, na última pesquisa sobre a infestação do mosquito da dengue, a cada cem residências, 22 apresentaram focos do mosquito. O aceitável pelo Ministério da Saúde é uma casa a cada cem. Trata-se do pior resultado dos últimos dez anos em Barão Geraldo e do pior no município na pesquisa, realizada em fevereiro.
No acumulado de 2011, Barão Geraldo registra 32 casos confirmados de dengue. Há transmissão da doença em oito bairros do Distrito neste momento.
Segundo Ovando Provatti, os principais criadouros ainda são os encontrados nos domicílios, mais de 80% deles. São pneus, latas, plásticos, garrafas pet, potes, pratos de vasos de planta. Em Barão Geraldo, são encontrados também criadouros em piscinas, barcos e em flores que acumulam água como bromélias. Nas áreas públicas a comunidade costuma abandonar materiais inservíveis como sofás e outros móveis velhos. Para ser ter noção do volume de criadouros, na última ação em Barão Geraldo, foram removidas 90 toneladas de materiais que podem ser criadouros das praças públicas.
Participam do evento o comércio local, escolas, igrejas, universidades, Organizações Não-Governamentais (ONGs), conselhos, fundações, associações, empresas, entidades de classe, lideranças de bairro, equipamentos de saúde, os condomínios, órgãos públicos, a imprensa local e outros.
CDHU San Martin. Nesta sexta-feira, dia 29, a Escola Estadual Dr. Telémaco Paioli Melgis deu um exemplo de cidadania e levou seus alunos às ruas do CDHU San Martin para uma ação contra a dengue.
Os estudantes se dividiram em equipes coordenadas cada uma por agentes de controle ambiental da Visa Norte e Agentes Comunitários de Saúde do CS Cássio Raposo do Amaral e foram de casa em casa para chamar a atenção dos moradores para a questão da dengue e incentivar a inviabilização de criadouros do mosquito.
Também foram abordados outros temas que atingem a comunidade como ratos, escorpiões e aranhas. Sob orientação dos profissionais de saúde, os alunos também coletaram larvas do mosquito da dengue. Toda a ação foi documentada por meio de fotografias e filmagens realizadas pelos próprios alunos que, depois, serão colocadas em exposição. Os melhores trabalhos serão premiados.
“A mobilização foi uma iniciativa da escola e contou com apoio e logística das equipes de saúde. Foi uma atividade de ótima qualidade. Os alunos se mostraram interessados, curiosos. A comunidade foi muito receptiva. A ideia é que eles se tornem multiplicadores”, disse o supervisor de dengue Roberto Alves de Oliveira, da Visa Norte.
Na segunda-feira, dia 2 de maio, a escola vai reunir os alunos para discussão e avaliação da atividade.
Este ano, em Campinas, 980 pessoas foram diagnosticadas com dengue. Entre estes casos, nove foram de dengue com complicações e cinco da forma hemorrágica. Não houve óbitos.
