Quem
já tomou pelo menos uma dose contra a doença a partir de
1 ano de idade e a partir de 1987 já é considerado vacinado
Para evitar a
reintrodução do sarampo em Campinas, a Secretaria Municipal de
Saúde orienta que todos cidadãos até 39 anos que irão viajar
para Alemanha, Itália, Japão, Venezuela, República
Dominicana, Haiti e para países do reino Unido tomem a dupla
viral ou tríplice viral. As pessoas que já tomaram pelo menos
uma dose da vacina contra o sarampo a partir de 1 ano de idade e
a partir de 1987 já são consideradas vacinadas.
A orientação
para a vacinação é do CVE – Divisão de Imunização e Doenças
Respiratórias. O órgão está considerando os vários surtos
de sarampo que estão ocorrendo no mundo, inclusive em países
do Oriente, onde será realizada a Copa do Mundo. A Funasa
(Fundação Nacional de Saúde) vai vacinar, no próximo domingo
(12), os integrantes da seleção brasileira de futebol, a
comissão técnica e os jornalistas credenciados que acompanharão
os jogos do Brasil na Coréia e no Japão.
O vírus do
sarampo está circulando também na América Latina, onde o
principal risco neste momento é representado pela Venezuela, País
que faz fronteira com o Brasil. Lá, foram confirmados, desde
setembro do ano passado, mais de 1.800 casos autóctones de
sarampo. Na Colômbia, já foram registrados 11 casos
importados.
O último caso
de sarampo registrado no Brasil ocorreu em novembro de 2000, no
estado do Mato Grosso do Sul. Para combater a doença, entre 98
e 2.000, foram aplicadas no Brasil 73,8 milhões de doses da
vacina contra a enfermidade.
Campinas não
registra casos de sarampo desde 99. "Mesmo assim é necessário
manter a vigilância para evitar que a doença seja
reintroduzida na cidade", orienta Brigina Kemp,
coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município.
Saiba mais
sobre o sarampo:
Até 1987, o
sarampo constava entre as 10 primeiras causas de morte em crianças
brasileiras entre 1 e 4 anos. Como estratégia de controle da
doença, o estado de São Paulo desencadeou em 87 uma campanha
de vacinação indiscriminada para uma ampla faixa etária, que
compreendia pessoas entre 9 meses e 14 anos.
A doença
esteve sob controle até 1996 quando, em conseqüência de
quedas sucessivas de cobertura vacinal, o estado de São Paulo
enfrentou uma epidemia que atingiu 42 mil casos com 42 óbitos.
A epidemia começou na Capital e chegou a Campinas em 1997,
quando a cidade confirmou 269 casos.
Em 1994, o
Brasil, juntamente com outros países das Américas, assinou
compromisso de erradicação do sarampo até o ano 2000. Para
que a doença não seja reintroduzida no País é necessário,
além de atingir alta coberturas vacinais, uma vigilância
epidemiológica ativa e ágil mesmo em períodos com baixa incidência
da doença.
Diante do risco
atual, representantes da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e
Venezuela – países do Pacto Andino – e do Chile, Argentina
e Brasil firmaram em Sucre, na Bolívia, um acordo para evitar a
disseminação do sarampo. Para isso, os países do Pacto Andino
reforçarão a vigilância nas fronteiras e realizarão uma
campanha de vacinação simultânea no próximo ano. O acordo
foi firmado durante a XII Reunião Técnica sobre Enfermidades
Preveníveis por Vacinas na Região Andina, Barsil e Chile, de
22 a 24 de abril último.