Campinas orienta que turistas tomem vacina contra sarampo

10/05/2002

Quem já tomou pelo menos uma dose contra a doença a partir de 1 ano de idade e a partir de 1987 já é considerado vacinado

Para evitar a reintrodução do sarampo em Campinas, a Secretaria Municipal de Saúde orienta que todos cidadãos até 39 anos que irão viajar para Alemanha, Itália, Japão, Venezuela, República Dominicana, Haiti e para países do reino Unido tomem a dupla viral ou tríplice viral. As pessoas que já tomaram pelo menos uma dose da vacina contra o sarampo a partir de 1 ano de idade e a partir de 1987 já são consideradas vacinadas.

A orientação para a vacinação é do CVE – Divisão de Imunização e Doenças Respiratórias. O órgão está considerando os vários surtos de sarampo que estão ocorrendo no mundo, inclusive em países do Oriente, onde será realizada a Copa do Mundo. A Funasa (Fundação Nacional de Saúde) vai vacinar, no próximo domingo (12), os integrantes da seleção brasileira de futebol, a comissão técnica e os jornalistas credenciados que acompanharão os jogos do Brasil na Coréia e no Japão.

O vírus do sarampo está circulando também na América Latina, onde o principal risco neste momento é representado pela Venezuela, País que faz fronteira com o Brasil. Lá, foram confirmados, desde setembro do ano passado, mais de 1.800 casos autóctones de sarampo. Na Colômbia, já foram registrados 11 casos importados.

O último caso de sarampo registrado no Brasil ocorreu em novembro de 2000, no estado do Mato Grosso do Sul. Para combater a doença, entre 98 e 2.000, foram aplicadas no Brasil 73,8 milhões de doses da vacina contra a enfermidade.

Campinas não registra casos de sarampo desde 99. "Mesmo assim é necessário manter a vigilância para evitar que a doença seja reintroduzida na cidade", orienta Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município.

Saiba mais sobre o sarampo:

Até 1987, o sarampo constava entre as 10 primeiras causas de morte em crianças brasileiras entre 1 e 4 anos. Como estratégia de controle da doença, o estado de São Paulo desencadeou em 87 uma campanha de vacinação indiscriminada para uma ampla faixa etária, que compreendia pessoas entre 9 meses e 14 anos.

A doença esteve sob controle até 1996 quando, em conseqüência de quedas sucessivas de cobertura vacinal, o estado de São Paulo enfrentou uma epidemia que atingiu 42 mil casos com 42 óbitos. A epidemia começou na Capital e chegou a Campinas em 1997, quando a cidade confirmou 269 casos.

Em 1994, o Brasil, juntamente com outros países das Américas, assinou compromisso de erradicação do sarampo até o ano 2000. Para que a doença não seja reintroduzida no País é necessário, além de atingir alta coberturas vacinais, uma vigilância epidemiológica ativa e ágil mesmo em períodos com baixa incidência da doença.

Diante do risco atual, representantes da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela – países do Pacto Andino – e do Chile, Argentina e Brasil firmaram em Sucre, na Bolívia, um acordo para evitar a disseminação do sarampo. Para isso, os países do Pacto Andino reforçarão a vigilância nas fronteiras e realizarão uma campanha de vacinação simultânea no próximo ano. O acordo foi firmado durante a XII Reunião Técnica sobre Enfermidades Preveníveis por Vacinas na Região Andina, Barsil e Chile, de 22 a 24 de abril último.

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