18 de Maio – Dia Nacional de Luta Antimanicomial

09/05/2003

18 de maio é o Dia Nacional de Luta Antimanicomial. Em Campinas, os serviços de saúde mental e o Movimento da Luta Antimanicomial realizarão eventos com objetivo de protestar contra os maus tratos ainda cometidos contra doentes mentais em muitos hospícios existentes no país.

Atualmente no Brasil existem aproximadamente 260 hospitais psiquiátricos, funcionando em regime manicomial, atendendo uma população de 55 mil pessoas.

Com a realização destes eventos, os organizadores acreditam ampliar a consciência das pessoas sobre a importância dos cuidados dignos em saúde mental. Para eles, somente o convívio harmonioso entre os diferentes é que pode garantir a paz. Além disso pretendem mostrar os modos de cuidar em saúde mental em Campinas, que respeitam as leis atuais, a Declaração Universal do Direitos Humanos e o Programa Nacional de Saúde Mental.

A cidade oferece serviços de saúde mental considerados referência pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A desospitalização psiquiátrica, a criação de serviços substitutivos, os Centros de Atenção Psicossocial, os Centros de Convivência  e as Moradias Assistidas, garantiram a conquista do prêmio à cidade de Campinas, conferido pelo Ministério da Saúde, como experiência de êxito, em Brasília/DF, no mês de dezembro de 2001, durante a III Conferência Nacional de Saúde Mental.

O Serviço de Saúde “Dr. Cândido Ferreira”, desde 1993, é considerado referência em tratamento de saúde mental no Brasil, pela OMS. O Cândido Ferreira trabalha em co-gestão com a Prefeitura Municipal de Campinas, desde 1990. Esta parceria viabilizou o processo de humanização das formas de cuidar. Portas foram abertas, grades caíram, foi abolido o uso da camisa de força e do eletrochoque. Os tratamentos hoje são feitos em toda cidade, construindo a reinserção social dos usuários.

Hoje a cidade conta com um rede substitutiva em saúde mental com nove Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), distribuídos na região norte, sul, leste, sudoeste e central. Os CAPS funcionam em regime de hospital-dia, e os usuários vão e voltam para os seus lares no final da tarde. Para o desenvolvimento ao direito ao trabalho foram criadas 11 oficinas profissionalizantes, que atendem 200 pessoas, que trabalham e recebem atendimento, possibilitando a reconstrução de suas vidas. Além disso, para os usuários que não mais possuem vínculos com as famílias, foram implementadas "moradias assistidas", em vários bairros da cidade, devolvendo a cidadania e garantindo a cidadania a esta parcela da população que foi apartada da sociedade.

Muitas formas alternativas no campo do tratamento mental são desenvolvidos na cidade, no campo das artes, como o Atelier de Artes "Espaço 8"; da comunicação como O programa de rádio "Maluco Beleza", entre outros.

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