Denize Assis
A Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas recebeu na última
quarta-feira, 5 de maio, notificação de dois casos de
crianças atacadas por cães da raça pit bull. As duas
ocorrências são da quarta-feira e não estão
relacionadas. Uma delas, no Jardim São Domingos (região
Sul), é de um menino de 14 anos que foi atacado pelo cão
da família. A outra, no Jardim Profilurb (região
Sudoeste), trata-se de uma menina de 12 anos que foi mordida
pelo cachorro do vizinho.
No São
Domingos, o acidente aconteceu na manhã da quarta, 5 de
maio. O adolescente sofreu ferimentos profundos, com fratura
exposta. O primeiro socorro, por volta das 8h, foi feito
pela equipe do Pronto Atendimento (PA) São José e, após,
ele foi transferido, a pedido da família, para a Santa Casa
de Vinhedo. Segundo a equipe da Visa Sul, o adolescente
recebeu tratamento profilático para raiva, com vacinação,
e terá que passar por cirurgia plástica. O estado de saúde
dele é bom.
O cão teve
que ser morto pela família para soltar a vítima. O Centro
de Controle de Zoonoses (CCZ) foi acionado, removeu o cão já
morto e encaminhou amostras para exames no Instituto
Pasteur, em São Paulo, que devem detectar se o animal
estava contaminado pelo vírus da raiva.
No
Profilurb, o acidente ocorreu à tarde, por volta das 13h30
de quarta, 5 de maio. A menina teve arranhaduras e perda de
tecido da coxa. O atendimento foi feito pela equipe do
Centro de Saúde do Dic 1. Segundo a equipe que prestou
socorro, a adolescente levou pontos e recebeu a vacina
contra o tétano. A menina foi liberada e está sendo
acompanhada pelo CS.
A
adolescente não precisou receber tratamento profilático
contra a raiva porque, em casos em que o cão pode ficar sob
observação e foi vacinado, não é necessário o
procedimento. O animal está em observação na casa dos
proprietários que foram orientados para, no caso de
qualquer alteração, entrar em contato com o CCZ. A equipe
do CCZ está acompanhando o caso até que termine o período
de observação, que é de 10 dias.
O médico
veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, coordenador do
CCZ, informa que as pessoas devem escolher com cuidado a raça
do animal. "Quem tem criança em casa deve preferir raças
dóceis que se adaptem bem à convivência com elas",
afirma. Segundo ele, cães de médio e de grande porte devem
ser adestrados para obediência. "Assim, o convívio
com familiares se torna muito mais seguro".
Também é
importante ressaltar que as pessoas não devem brincar ou
mexer com animais desconhecidos ou cadelas com crias
pequenas pois, para tentar se proteger, o animal pode
morder.
A
Secretaria de Saúde de Campinas registra por ano, em média,
3,5 mil casos de pessoas que precisam receber tratamento
contra a raiva devido a acidente com cães. Este ano, 441 já
foram submetidas ao procedimento por este motivo.