Saúde registra dois casos de crianças atacadas por cães

06/05/2004

Denize Assis

A Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas recebeu na última quarta-feira, 5 de maio, notificação de dois casos de crianças atacadas por cães da raça pit bull. As duas ocorrências são da quarta-feira e não estão relacionadas. Uma delas, no Jardim São Domingos (região Sul), é de um menino de 14 anos que foi atacado pelo cão da família. A outra, no Jardim Profilurb (região Sudoeste), trata-se de uma menina de 12 anos que foi mordida pelo cachorro do vizinho.

No São Domingos, o acidente aconteceu na manhã da quarta, 5 de maio. O adolescente sofreu ferimentos profundos, com fratura exposta. O primeiro socorro, por volta das 8h, foi feito pela equipe do Pronto Atendimento (PA) São José e, após, ele foi transferido, a pedido da família, para a Santa Casa de Vinhedo. Segundo a equipe da Visa Sul, o adolescente recebeu tratamento profilático para raiva, com vacinação, e terá que passar por cirurgia plástica. O estado de saúde dele é bom.

O cão teve que ser morto pela família para soltar a vítima. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) foi acionado, removeu o cão já morto e encaminhou amostras para exames no Instituto Pasteur, em São Paulo, que devem detectar se o animal estava contaminado pelo vírus da raiva.

No Profilurb, o acidente ocorreu à tarde, por volta das 13h30 de quarta, 5 de maio. A menina teve arranhaduras e perda de tecido da coxa. O atendimento foi feito pela equipe do Centro de Saúde do Dic 1. Segundo a equipe que prestou socorro, a adolescente levou pontos e recebeu a vacina contra o tétano. A menina foi liberada e está sendo acompanhada pelo CS.

A adolescente não precisou receber tratamento profilático contra a raiva porque, em casos em que o cão pode ficar sob observação e foi vacinado, não é necessário o procedimento. O animal está em observação na casa dos proprietários que foram orientados para, no caso de qualquer alteração, entrar em contato com o CCZ. A equipe do CCZ está acompanhando o caso até que termine o período de observação, que é de 10 dias.

O médico veterinário Ricardo Conde Alves Rodrigues, coordenador do CCZ, informa que as pessoas devem escolher com cuidado a raça do animal. "Quem tem criança em casa deve preferir raças dóceis que se adaptem bem à convivência com elas", afirma. Segundo ele, cães de médio e de grande porte devem ser adestrados para obediência. "Assim, o convívio com familiares se torna muito mais seguro".

Também é importante ressaltar que as pessoas não devem brincar ou mexer com animais desconhecidos ou cadelas com crias pequenas pois, para tentar se proteger, o animal pode morder.

A Secretaria de Saúde de Campinas registra por ano, em média, 3,5 mil casos de pessoas que precisam receber tratamento contra a raiva devido a acidente com cães. Este ano, 441 já foram submetidas ao procedimento por este motivo.

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