Campinas prevê vacinar 63,7 mil crianças na campanha de seguimento contra o sarampo

14/05/2004

Denize Assis

As secretarias de Saúde de Campinas e do Estado de São Paulo promoveram nesta quinta-feira, dia 13 de maio, o I Seminário da Campanha de Seguimento e Erradicação do Sarampo no Hotel Nacional In, em Campinas. O evento foi uma preparação para a Campanha de Vacinação contra o Sarampo que ocorre em todo país em 14 de agosto, oportunidade em que acontece a segunda etapa da vacinação contra a poliomielite, ou paralisia infantil.

A meta em Campinas é vacinar, contra o sarampo, todas as crianças de 1 até 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias), que compõem uma população de 63,7 mil segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A campanha de seguimento é uma estratégia necessária para garantir que todas as crianças estejam imunizadas contra o sarampo. Com o passar do tempo, forma-se uma população de suscetíveis, ou pessoas que estão vulneráveis à doença. Como a doença ainda ocorre em vários países do mundo, há o risco de alguma pessoa infectada chegar ao Brasil e, assim, desencadear um surto", informa a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas.

Há mais de 30 anos a vacina contra o sarampo está disponível na rede pública de saúde do Brasil. Ela deve ser aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida. Segundo Carmo Ferreira, a população de suscetíveis forma-se porque a eficácia da vacina é de 95% e, portanto, 5% não desenvolvem imunidade. Também é preciso considerar que há falha secundária, quando a criança toma a dose e desenvolve imunidade mas, com o tempo, esta imunidade cai. A estas duas situações, somam-se os casos das pessoas que não tomam a vacina e está constituída a população de suscetíveis.

Segundo a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Saúde Coletiva de Campinas, o sarampo é a doença febril exantemática de maior freqüência no mundo, com um taxa de mortalidade importante e de fácil transmissão. "Por isso, para reduzir o risco de reintrodução do vírus, é preciso, além de uma boa vigilância e altas coberturas vacinais, manter homogeneidade, isto é boa cobertura em todos os municípios e, dentro do município, em todas as regiões", afirma.

Em 97, diz Brigina, o Estado de São Paulo enfrentou uma epidemia da doença, com mais de 20 mil casos e 24 óbitos. Todos os anos, mais de 800 mil crianças adoecem de sarampo no mundo. A meta da Organização Mundial de Saúde é reduzir o número de casos para 400 mil em 2007.

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