Inauguração do novo Caps Integração marca Dia da luta antimanicomial

18/05/2004

Denize Assis

Para marcar o Dia da luta antimanicomial, nesta terça-feira, 18 de maio, a Secretaria Municipal de Saúde inaugura o novo espaço do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Integração, na rua José Rosolém, 677, Jardim Londres. Com as novas dependências, o Caps ganhou mais espaço e vai melhorar ainda mais o acesso e a qualidade do atendimento prestado à população da região Noroeste de Campinas.

Atualmente, o Caps Integração atende a 196 usuários. O serviço funciona de segunda a sexta-feira no período diurno e é viabilizado por meio da co-gestão entre Secretaria Municipal de Saúde e Serviço de Saúde Cândido Ferreira. Os recursos para manutenção da unidade são do Sistema Único de Saúde (SUS).

"A Secretaria planeja para, em breve, passar a oferecer neste espaço que está sendo inaugurado um serviço 24 horas de atenção integral aos usuários com transtornos mentais graves que necessitem do cuidado intensivo", informa a terapeuta ocupacional Carla de Almeida Siqueira, coordenadora do Caps Integração.

Segundo Carla, o Caps é um símbolo da luta antimanicomial por ser um serviço de atenção comunitária, pública, de base territorial, o que significa estar localizado num espaço que facilita o acesso dos usuários, conforme diretriz do programa de saúde mental de Campinas. "O centro possibilita a maior participação de familiares, facilita a integração do paciente no seu meio social e, desta maneira, favorece sua recuperação", diz a coordenadora.

A equipe que atende no centro é multiprofissional e conta com 23 profissionais entre psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, auxiliares de enfermagem, enfermeiros, zeladores, guardas, pessoal administrativo e motorista. O serviço conta com um Conselho Local de Saúde (CLS) atuante e com a parceria dos Centros de Saúde, Organizações Não Governamentais (ONGs) e outras entidades da região Noroeste entre elas Hospital Celso Pierro, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas), Casa de Cultura Tainã, Projeto Gente Nova (Progen), Grupo da Intersetorial Noroeste e Centro de Convivência e Cooperativa.

Referência. Carla informa que a política antimanicomial que vem sendo colocada em prática em Campinas segue as diretrizes da reforma psiquiátrica do Ministério da Saúde. Ela afirma que o município tornou-se uma das referências em todo o País na área de saúde mental ao atender com rapidez e pioneirismo à reforma psiquiátrica. "Com uma proposta arrojada, a cidade fechou hospitais psiquiátricos e inseriu as pessoas no meio social por meio de um programa de reintegração assistida, com ações de reabilitação, residência terapêutica, trabalho protegido e lazer monitorado, entre outras", diz.

Hoje, o município já disponibiliza 32 casas com cerca de 200 ex-moradores de hospitais e mais de 250 postos fixos de geração de renda. Além dos Caps, a Secretaria de Saúde ampliou serviços nos centros de saúde e implantou serviço psiquiátrico de plantão no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Também criou centros de convivência que reúnem usuários dos equipamentos da saúde e dos outros serviços de rede municipal de saúde. Nestes espaços, as pessoas desenvolvem trabalhos em esquema de cooperativa e participam das oficinas de dança, música, ginástica, ioga e de outros momentos de convívio.

Nove Centros. Nos últimos três anos, foram inaugurados 4 Caps e 32 leitos psiquiátricos na cidade. Com isso, atualmente, Campinas conta com os Caps David Capistrano e Integração, que são Caps-Dia. Os Caps Esperança, Novo Tempo, Estação e Antônio da Costa Santos funcionam 24 horas e oferecem 32 leitos (8 em cada Caps) para pacientes em situação de crise e já inseridos nos centros. A cidade também possui um Caps para crianças, o Cevi. Um para dependentes de álcool e outras drogas, que é o Criad, e o Craisa, que recebe adolescentes usuários de droga e em situação de rua.

Ainda há dois núcleos de internação psiquiátrica, Nac e Nadeq, instalados no Serviço de Saúde Cândido Ferreira, e um Núcleo Clínico que se responsabiliza por pacientes com comprometimento clínico e que estão há muito tempo internados no hospital.

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