Denize Assis
Para marcar
o Dia da luta antimanicomial, nesta terça-feira, 18 de
maio, a Secretaria Municipal de Saúde inaugura o novo espaço
do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Integração, na
rua José Rosolém, 677, Jardim Londres. Com as novas dependências,
o Caps ganhou mais espaço e vai melhorar ainda mais o
acesso e a qualidade do atendimento prestado à população
da região Noroeste de Campinas.
Atualmente,
o Caps Integração atende a 196 usuários. O serviço
funciona de segunda a sexta-feira no período diurno e é
viabilizado por meio da co-gestão entre Secretaria
Municipal de Saúde e Serviço de Saúde Cândido Ferreira.
Os recursos para manutenção da unidade são do Sistema Único
de Saúde (SUS).
"A
Secretaria planeja para, em breve, passar a oferecer neste
espaço que está sendo inaugurado um serviço 24 horas de
atenção integral aos usuários com transtornos mentais
graves que necessitem do cuidado intensivo", informa a
terapeuta ocupacional Carla de Almeida Siqueira,
coordenadora do Caps Integração.
Segundo
Carla, o Caps é um símbolo da luta antimanicomial por ser
um serviço de atenção comunitária, pública, de base
territorial, o que significa estar localizado num espaço
que facilita o acesso dos usuários, conforme diretriz do
programa de saúde mental de Campinas. "O centro
possibilita a maior participação de familiares, facilita a
integração do paciente no seu meio social e, desta
maneira, favorece sua recuperação", diz a
coordenadora.
A equipe
que atende no centro é multiprofissional e conta com 23
profissionais entre psiquiatras, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, auxiliares de enfermagem, enfermeiros,
zeladores, guardas, pessoal administrativo e motorista. O
serviço conta com um Conselho Local de Saúde (CLS) atuante
e com a parceria dos Centros de Saúde, Organizações Não
Governamentais (ONGs) e outras entidades da região Noroeste
entre elas Hospital Celso Pierro, Pontifícia Universidade
Católica de Campinas (Puc-Campinas), Casa de Cultura Tainã,
Projeto Gente Nova (Progen), Grupo da Intersetorial Noroeste
e Centro de Convivência e Cooperativa.
Referência.
Carla informa que a política antimanicomial que vem sendo
colocada em prática em Campinas segue as diretrizes da
reforma psiquiátrica do Ministério da Saúde. Ela afirma
que o município tornou-se uma das referências em todo o País
na área de saúde mental ao atender com rapidez e
pioneirismo à reforma psiquiátrica. "Com uma proposta
arrojada, a cidade fechou hospitais psiquiátricos e inseriu
as pessoas no meio social por meio de um programa de
reintegração assistida, com ações de reabilitação,
residência terapêutica, trabalho protegido e lazer
monitorado, entre outras", diz.
Hoje, o
município já disponibiliza 32 casas com cerca de 200
ex-moradores de hospitais e mais de 250 postos fixos de geração
de renda. Além dos Caps, a Secretaria de Saúde ampliou
serviços nos centros de saúde e implantou serviço psiquiátrico
de plantão no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Também
criou centros de convivência que reúnem usuários dos
equipamentos da saúde e dos outros serviços de rede
municipal de saúde. Nestes espaços, as pessoas desenvolvem
trabalhos em esquema de cooperativa e participam das
oficinas de dança, música, ginástica, ioga e de outros
momentos de convívio.
Nove
Centros. Nos
últimos três anos, foram inaugurados 4 Caps e 32 leitos
psiquiátricos na cidade. Com isso, atualmente,
Campinas conta com os Caps David Capistrano e Integração,
que são Caps-Dia. Os Caps Esperança, Novo Tempo, Estação
e Antônio da Costa Santos funcionam 24 horas e oferecem 32
leitos (8 em cada Caps) para pacientes em situação de
crise e já inseridos nos centros. A cidade também possui
um Caps para crianças, o Cevi. Um para dependentes de álcool
e outras drogas, que é o Criad, e o Craisa, que recebe
adolescentes usuários de droga e em situação de rua.
Ainda há
dois núcleos de internação psiquiátrica, Nac e Nadeq,
instalados no Serviço de Saúde Cândido Ferreira, e um Núcleo
Clínico que se responsabiliza por pacientes com
comprometimento clínico e que estão há muito tempo
internados no hospital.