Denize Assis
O motorista
Alziro Aparecido de Sousa, 52 anos, foi o primeiro cidadão de
Campinas a receber nesta quarta-feira, dia 19, no Centro de Saúde
(CS) Costa e Silva, as próteses dentárias que passaram a ser
confeccionadas, gratuitamente, para usuários da rede
municipal de saúde. "Estou agradecido e feliz. Me sinto
mais jovem. Não teria condições de custear as próteses",
disse Alziro.
Além de
Alziro, outras cinco pessoas foram beneficiados hoje com a
medida implementada no município no mês passado. Entre eles,
estava o aposentado José Joaquim de Lima, de 45 anos. José,
que é usuário do Centro de Saúde Conceição, contou que
foi muito bem acolhido no centro de saúde e que os
profissionais resolveram seu caso rapidamente. "Agora, já
posso comer normalmente e de tudo".
Ainda esta
semana, na sexta-feira, dia 21, outros seis usuários vão
receber suas próteses. A confecção de próteses para usuários
do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas atende a indicação
apontada no Orçamento Participativo (OP) de 2003.
Inicialmente,
o CS Costa e Silva, o CS Florence e um serviço instalado no
Departamento de Transportes Internos (Deti) vão servir como
referência para as regiões Leste, Noroeste e Sul. Os
pacientes destas regiões serão encaminhados pelos seus
respectivos centros de saúde para estas referências de
acordo com as prioridades elencadas pelas equipes de referência.
Os distritos
de saúde Norte e Sudoeste estão se organizando para passar a
ofertar, o mais breve possível, esta opção para a população
pela qual se responsabilizam. A meta é ofertar mil próteses
nos primeiros doze meses do programa.
"Serão
confeccionadas próteses totais (dentaduras) superiores e
inferiores e próteses removíveis (pontes), sem grampo,
apenas para a arcada superior. A expectativa é de que os
recursos possam ser ampliados assim que o programa estiver
consolidado", informou o dentista Isamu Murakami,
coordenador municipal da área de saúde bucal.
Segundo Isamu,
as próteses serão destinadas preferencialmente para idosos.
Porém, pessoas de outras faixas etárias que tenham risco
social e/ou biológico por serem desdentadas total ou
parcialmente ou por usarem próteses mal adaptadas poderão
ser encaminhadas para a referência para receber as próteses.
"Pacientes que estejam inseridos em algum projeto terapêutico
também terão preferência", disse.
De acordo com
Isamu, a confecção de próteses significa um avanço
importante para Campinas. "Até pouco tempo, a atenção
na área de saúde bucal no município priorizava a faixa etária
do escolar e grávidas. Com a implantação do Paidéia,
ampliamos a assistência para o público adolescente, adultos
e idosos, sem, no entanto, deixar os cuidados com a prevenção",
informou.
De acordo com
levantamento da Secretaria de Saúde, de 2002, 58% da população
de Campinas com mais de 65 anos utilizam próteses na arcada
superior e 33% na arcada inferior. Também há uma demanda
reprimida (pessoas que necessitam e não têm acesso) de 33%
da população nesta faixa etária que necessita de prótese
superior e de 41% que precisa de prótese inferior.