Capacitação prepara equipe para atuar na prevenção do câncer de colo do útero

20/05/2004

Denize Assis

Médicos e enfermeiros dos Centros de Saúde da Região Sul de Campinas participaram nesta quinta-feira, dia 20 de maio, de capacitação sobre prevenção do câncer de colo do útero e planejamento familiar promovida pela Secretaria Municipal de Saúde. Esta é a terceira etapa da capacitação. As duas primeiras foram destinadas a profissionais dos Centros de Saúde das regiões Norte e Noroeste.

O objetivo é sensibilizar e capacitar os profissionais da atenção básica para realizar e gerenciar o exame chamado colposcopia, além de orientar sobre quando e como encaminhar casos para o serviço de referência, o Ambulatório Municipal de Patologia Cervical.

A colposcopia é o exame feito por meio de um aparelho (colposcópico) que aumenta o tamanho do colo do útero em até 18 vezes e, desta maneira, permite detectar alterações e lesões que podem causar o câncer. A Secretaria de Saúde de Campinas dispõe de colposcópico em 40 unidades da rede, entre Centros de Saúde (CSs) e serviços de referência.

"A colposcopia é necessária para toda mulher que apresenta alguma lesão no colo ou alteração no papanicolau", informa a ginecologista Sílvia Bergo, coordenadora do Ambulatório Municipal de Patologia Cervical.

De acordo com a médica ginecologista Verônica Gomes Alencar, coordenadora municipal da Saúde da Mulher, esta capacitação é fundamental para a melhor gestão da prevenção do câncer de colo do útero em Campinas e da orientação do planejamento familiar.

Verônica informa que o Paidéia – Saúde da Família, programa da Secretaria de Saúde, tem dado ênfase às ações que melhoram a qualidade da saúde das mulheres do município, privilegiando as questões de maior risco, como câncer de colo do útero.

Segundo Verônica, o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero é feito em todos os Centros de Saúde por meio do exame de papanicolau. "O papanicolau é um exame simples e extremamente eficaz, que deve ser realizado uma vez por ano", diz. Se o resultado do exame apontar alguma alteração, é agendada consulta com o ginecologista e a mulher é encaminhada para realizar a colposcopia, que esclarece melhor o diagnóstico, trata infecções, realiza cauterizações e dá acompanhamento ao tratamento.

Se nesta segunda avaliação o resultado indicar um problema mais grave ou câncer, a mulher será encaminhada para realizar nova colposcopia, outros exames mais especializados e até pequenas cirurgias que completam o tratamento e acompanham a mulher até a cura.

Verônica diz que a prevenção do câncer de colo passa também pela questão individual, do conhecimento e da apropriação do corpo pelas mulheres, de cuidados com a saúde sexual de cada mulher independente da idade, do uso de preservativos independente do número de parceiros, dos cuidados higiênicos, alimentares e dos cuidados com a saúde mental.

Incidência. A estimativa do Ministério da Saúde, elaborada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), aponta que o câncer de colo do útero ocupa o terceiro lugar em incidência e o quarto em mortalidade no País. Segundo o Ministério, as taxas de incidência de câncer de colo do útero são geralmente altas na América Latina.

No Brasil, existe uma grande variação nas taxas de incidência, sendo as maiores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em média, 7 mil mulheres morrem todo ano no País em conseqüência do câncer de colo de útero que, se detectado no início, tem 100% de chances de cura. Em Campinas, atualmente, este tipo de câncer é 28a causa de morte. Em 1979, a doença constava como sétima causa de morte na população em geral e primeira causa de morte entre as mulheres na cidade.

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