Denize Assis
Médicos e
enfermeiros dos Centros de Saúde da Região Sul de Campinas
participaram nesta quinta-feira, dia 20 de maio, de capacitação
sobre prevenção do câncer de colo do útero e
planejamento familiar promovida pela Secretaria Municipal de
Saúde. Esta é a terceira etapa da capacitação. As duas
primeiras foram destinadas a profissionais dos Centros de Saúde
das regiões Norte e Noroeste.
O objetivo
é sensibilizar e capacitar os profissionais da atenção básica
para realizar e gerenciar o exame chamado colposcopia, além
de orientar sobre quando e como encaminhar casos para o
serviço de referência, o Ambulatório Municipal de
Patologia Cervical.
A
colposcopia é o exame feito por meio de um aparelho (colposcópico)
que aumenta o tamanho do colo do útero em até 18 vezes e,
desta maneira, permite detectar alterações e lesões que
podem causar o câncer. A Secretaria de Saúde de Campinas
dispõe de colposcópico em 40 unidades da rede, entre
Centros de Saúde (CSs) e serviços de referência.
"A
colposcopia é necessária para toda mulher que apresenta
alguma lesão no colo ou alteração no papanicolau",
informa a ginecologista Sílvia Bergo, coordenadora do
Ambulatório Municipal de Patologia Cervical.
De acordo
com a médica ginecologista Verônica Gomes Alencar,
coordenadora municipal da Saúde da Mulher, esta capacitação
é fundamental para a melhor gestão da prevenção do câncer
de colo do útero em Campinas e da orientação do
planejamento familiar.
Verônica
informa que o Paidéia – Saúde da Família, programa da
Secretaria de Saúde, tem dado ênfase às ações que
melhoram a qualidade da saúde das mulheres do município,
privilegiando as questões de maior risco, como câncer de
colo do útero.
Segundo Verônica,
o diagnóstico precoce do câncer de colo do útero é feito
em todos os Centros de Saúde por meio do exame de
papanicolau. "O papanicolau é um exame simples e
extremamente eficaz, que deve ser realizado uma vez por
ano", diz. Se o resultado do exame apontar alguma
alteração, é agendada consulta com o ginecologista e a
mulher é encaminhada para realizar a colposcopia, que
esclarece melhor o diagnóstico, trata infecções, realiza
cauterizações e dá acompanhamento ao tratamento.
Se nesta
segunda avaliação o resultado indicar um problema mais
grave ou câncer, a mulher será encaminhada para realizar
nova colposcopia, outros exames mais especializados e até
pequenas cirurgias que completam o tratamento e acompanham a
mulher até a cura.
Verônica
diz que a prevenção do câncer de colo passa também pela
questão individual, do conhecimento e da apropriação do
corpo pelas mulheres, de cuidados com a saúde sexual de
cada mulher independente da idade, do uso de preservativos
independente do número de parceiros, dos cuidados higiênicos,
alimentares e dos cuidados com a saúde mental.
Incidência.
A
estimativa do Ministério da Saúde, elaborada pelo
Instituto Nacional do Câncer (INCA), aponta que o câncer
de colo do útero ocupa o terceiro lugar em incidência e o
quarto em mortalidade no País. Segundo o Ministério, as
taxas de incidência de câncer de colo do útero são
geralmente altas na América Latina.
No Brasil,
existe uma grande variação nas taxas de incidência, sendo
as maiores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em média,
7 mil mulheres morrem todo ano no País em conseqüência do
câncer de colo de útero que, se detectado no início, tem
100% de chances de cura. Em Campinas, atualmente, este tipo
de câncer é 28a causa de morte. Em 1979, a doença
constava como sétima causa de morte na população em geral
e primeira causa de morte entre as mulheres na cidade.