Campinas
inicia às 18h de hoje, 11 de maio, com uma sessão na Câmara
dos Vereadores, uma série de atividades para marcar a Semana
de Luta Antimanicomial, instituída por lei municipal em 2003,
e que este ano tem como tema A mudança acontece no
cotidiano: construindo territórios e serviços.
O evento vai
contar com participação da coordenadora municipal da área
de Saúde Mental, a psicóloga Elza Lauretti Guarido, do
diretor clínico do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, o
psiquiatra Cláudio Hideyo Assato, e de seis usuários
representantes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
Novo tempo, David Capistrano, Integração, Toninho, Esperança
e Estação.
As ações,
programadas para acontecerem até dia 24 de maio, incluem
atividades esportivas, gincanas e recreação, sarau,
apresentações de grupos de dança e expressão corporal,
exposição de artesanatos, torneio inter-Caps com participação
de times de outras cidades, exposição e lançamento de livro
entre outras.
Entre os
destaques da semana consta uma caminhada no Centro de Campinas
e que vai mobilizar gestores, profissionais dos serviços de
saúde mental, pacientes dos Caps e seus familiares, na
quarta-feira, 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
Outra atração especial acontece dia 20 com a comemoração
pelos três anos do programa Maluco Beleza, transmitido
mensalmente pela Rádio Educativa, da Prefeitura.
A Luta
Antimanicomial é um movimento mundial e começou no Brasil na
década de 80. O principal objetivo é substituir hospitais
psiquiátricos por uma rede substitutiva de cuidados, além de
buscar a garantia dos direitos dos pacientes com transtornos
mentais. "É também um momento de reflexão, troca de
experiências e de avaliação de um projeto coletivo iniciado
há 18 anos", diz a psicóloga Carolina Helena Moraes
Sombini, da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo
Carolina, o principal desafio da luta antimanicomial é
consolidar os Caps enquanto serviços substitutivos dos
hospitais psiquiátricos.
A psicóloga
informa que o atendimento dos Caps é baseado na desospitalização
de pacientes e reforça a assistência extra-hospitalar
qualificada. "Os portadores de transtornos mentais
continuam recebendo atendimento especializado, sem que para
isso precisem ficar internados e afastados do convívio
familiar – condição que é, comprovadamente, fundamental
para o tratamento e recuperação dos pacientes. Além de
apresentar vantagens terapêuticas, o tratamento fora dos
hospitais assegura a defesa dos direitos de cidadania do
paciente", diz.
Rede.
Campinas dispõe hoje de uma rede de cuidados comunitários de
saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) constituída
por nove Caps, cinco deles com 40 leitos, em que psiquiatras,
psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros tratam os
pacientes em liberdade para reabilitá-los ao convívio social
e familiar.
Entre os nove
Caps, há uma unidade voltada ao atendimento de crianças (Caps-i
Cevi), uma para crianças e adolescentes dependentes químicos
(Caps-i/AD Craisa) e uma para pessoas que sofrem com
transtornos causados pelo uso de álcool e outras drogas
(Caps/AD Criad).
A cidade
conta também com sete Centros de Convivência. Nestes espaços,
as pessoas desenvolvem trabalhos em esquema de cooperativa e
participam das oficinas de dança, música, ginástica, ioga e
de outros momentos de convívio. "São espaços para
fomentar a convivência, a solidariedade, a reconstrução da
rede social de apoio que vem sendo ameaçada nos nossos tempos
violentos e difíceis", diz a coordenadora municipal da
área de Saúde Mental, a psicóloga Elza Lauretti Guarido.
O município
também disponibiliza 33 repúblicas ou residências terapêuticas
– chamadas moradias - com aproximadamente 130 pacientes
ex-moradores de hospitais psiquiátricos, além de várias
oficinas de geração de renda, além de integrar o De Volta
para Casa – um programa do Ministério da Saúde que destina
um benefício mensal de R$ 240 para ajudar no processo de
ressocialização de portadores de transtornos mentais.
Mais informações:
Denize Assis
Telefones:
(19) 3735-0176 ou 8137-8565
Endereço
eletrônico: denize.assis@campinas.sp.gov.br