Sessão na Câmara abre Semana de Luta Antimanicomial em Campinas

11/05/2005

Campinas inicia às 18h de hoje, 11 de maio, com uma sessão na Câmara dos Vereadores, uma série de atividades para marcar a Semana de Luta Antimanicomial, instituída por lei municipal em 2003, e que este ano tem como tema A mudança acontece no cotidiano: construindo territórios e serviços.

O evento vai contar com participação da coordenadora municipal da área de Saúde Mental, a psicóloga Elza Lauretti Guarido, do diretor clínico do Serviço de Saúde Cândido Ferreira, o psiquiatra Cláudio Hideyo Assato, e de seis usuários representantes dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Novo tempo, David Capistrano, Integração, Toninho, Esperança e Estação.

As ações, programadas para acontecerem até dia 24 de maio, incluem atividades esportivas, gincanas e recreação, sarau, apresentações de grupos de dança e expressão corporal, exposição de artesanatos, torneio inter-Caps com participação de times de outras cidades, exposição e lançamento de livro entre outras.

Entre os destaques da semana consta uma caminhada no Centro de Campinas e que vai mobilizar gestores, profissionais dos serviços de saúde mental, pacientes dos Caps e seus familiares, na quarta-feira, 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Outra atração especial acontece dia 20 com a comemoração pelos três anos do programa Maluco Beleza, transmitido mensalmente pela Rádio Educativa, da Prefeitura.

A Luta Antimanicomial é um movimento mundial e começou no Brasil na década de 80. O principal objetivo é substituir hospitais psiquiátricos por uma rede substitutiva de cuidados, além de buscar a garantia dos direitos dos pacientes com transtornos mentais. "É também um momento de reflexão, troca de experiências e de avaliação de um projeto coletivo iniciado há 18 anos", diz a psicóloga Carolina Helena Moraes Sombini, da Secretaria de Saúde de Campinas. Segundo Carolina, o principal desafio da luta antimanicomial é consolidar os Caps enquanto serviços substitutivos dos hospitais psiquiátricos.

A psicóloga informa que o atendimento dos Caps é baseado na desospitalização de pacientes e reforça a assistência extra-hospitalar qualificada. "Os portadores de transtornos mentais continuam recebendo atendimento especializado, sem que para isso precisem ficar internados e afastados do convívio familiar – condição que é, comprovadamente, fundamental para o tratamento e recuperação dos pacientes. Além de apresentar vantagens terapêuticas, o tratamento fora dos hospitais assegura a defesa dos direitos de cidadania do paciente", diz.

Rede. Campinas dispõe hoje de uma rede de cuidados comunitários de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS) constituída por nove Caps, cinco deles com 40 leitos, em que psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros tratam os pacientes em liberdade para reabilitá-los ao convívio social e familiar.

Entre os nove Caps, há uma unidade voltada ao atendimento de crianças (Caps-i Cevi), uma para crianças e adolescentes dependentes químicos (Caps-i/AD Craisa) e uma para pessoas que sofrem com transtornos causados pelo uso de álcool e outras drogas (Caps/AD Criad).

A cidade conta também com sete Centros de Convivência. Nestes espaços, as pessoas desenvolvem trabalhos em esquema de cooperativa e participam das oficinas de dança, música, ginástica, ioga e de outros momentos de convívio. "São espaços para fomentar a convivência, a solidariedade, a reconstrução da rede social de apoio que vem sendo ameaçada nos nossos tempos violentos e difíceis", diz a coordenadora municipal da área de Saúde Mental, a psicóloga Elza Lauretti Guarido.

O município também disponibiliza 33 repúblicas ou residências terapêuticas – chamadas moradias - com aproximadamente 130 pacientes ex-moradores de hospitais psiquiátricos, além de várias oficinas de geração de renda, além de integrar o De Volta para Casa – um programa do Ministério da Saúde que destina um benefício mensal de R$ 240 para ajudar no processo de ressocialização de portadores de transtornos mentais.

Mais informações:
Denize Assis
Telefones: (19) 3735-0176 ou 8137-8565
Endereço eletrônico:
denize.assis@campinas.sp.gov.br 

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