A Vigilância
em Saúde (Visa) de Campinas informou nesta terça-feira, 17
de maio, que foram notificados dois óbitos por meningite
meningocócica na cidade, um no sábado e outro na
segunda-feira, 14 e 16 de maio. O primeiro trata-se de um
menino de dois anos, morador da Região Leste. O segundo
refere-se a uma menina de um ano, moradora da Região Norte.
Os dois casos não estão relacionados.
Em 2004,
foram registrados vinte casos e 7 mortes por esta doença na
cidade. Este ano, desde janeiro, foram sete casos e quatro óbitos.
A enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância
em Saúde de Campinas, informa que a meningite meningocócica
se manifesta durante todos os meses do ano e apresenta maior
freqüência nos meses mais frios e secos (característica
sazonal). "Sua análise epidemiológica compreende avaliação
do número de casos, forma clínica, letalidade, faixa etária
e sorogrupo", afirma Carmo Ferreira
Em relação
aos dois óbitos dos últimos dias, a enfermeira sanitarista
Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde de Campinas, informa
que as equipes das Vigilâncias em Saúde Leste e Norte, em
conjunto com os Centros de Saúde Conceição (Leste) e São
Marcos (Norte), já desencadearam quimioprofilaxia (bloqueio)
para prevenir a ocorrência de novos casos oriundos destes
registros. "O bloqueio, feito com o antibiótico
rifampicina, é indicado nas pessoas que tiveram contato próximo
e prolongado com o doente, chamadas comunicantes", diz.
Segundo
Brigina, a meningite meningocócica é uma doença grave e
exige atenção dos centros de saúde e dos hospitais no
sentido de fazer o diagnóstico precoce e iniciar rapidamente
o tratamento. "Para a população em geral, informamos
que não há uma situação diferente de anos anteriores. Não
evidenciamos até o momento situações de epidemia e surto,
que colocam a população num risco maior que em anos
anteriores", diz a sanitarista.
A doença
meningocócica é uma infecção aguda causada por bactéria e
que pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária.
No entanto, é mais comum nas crianças. Existe tratamento
para a doença e a maioria dos casos evolui para cura. Às
vezes, pode deixar seqüelas. Ocorre durante o ano todo. Mas,
nos meses mais frios e secos, como acontece com todas as doenças
de transmissão respiratória, observa-se aumento nas ocorrências.
Brigina
afirma que é necessário atenção para o sinal característico
da doença meningocócica que é febre acompanhada de dor de
cabeça, vômito e, nas crianças muito pequenas,
irritabilidade, choro, gemido, e letargia entre outros, sendo
que estes sintomas podem não ocorrer ao mesmo tempo.
"Mediante febre mais algum dos sinais descritos
acima, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço
de saúde. Também orientamos que a automedicação seja
evitada porque esta prática pode dificultar o diagnóstico",
diz.
A sanitarista
reforça que a intervenção nas primeiras horas do início
dos sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução
do caso. "Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce e
a notificação rápida são extremamente importantes. Para ações
mais globais, é fundamental a identificação do tipo da
meningite – do agente etiológico", diz.
Mais informações:
Denize Assis
Telefones:
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