Vigilância em Saúde divulga informe técnico sobre meningite

30/05/2005

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa), divulgou na última quarta-feira, 25 de maio, para todos os médicos e equipes das redes pública e privada de saúde informe técnico sobre doença meningocócica – que inclui meningite meningocócica e meningococcemia. O documento atualiza a situação da doença na cidade e apresenta padrão epidemiológico atual com dados de coeficiente de incidência, faixa etária e ocorrência por período.

Segundo o informe, este ano, de janeiro a 25 de maio, foram registrados nove casos, entre os quais quatro evoluíram para óbito, sendo dois entre os dias 14 e 16 de maio, o que configura letalidade de 44,4% no município. Do total, três casos eram só de meningococcemia, sem meningite, manifestação clínica da doença onde é esperada uma letalidade alta.

Em relação a faixa etária, 77,7% das ocorrências são em menores de cinco anos. O coeficiente de incidência total no município – para todos os sorogrupos – é de 0,86 casos por 100 mil habitantes. Para o sorogrupo C é de 0,19/100 mil e, para o sorogrupo B, é de 0,48/100mil.

"Analisando o que se apresenta até o momento, apesar da notificação de dois óbitos num intervalo curto de tempo e concentração de quatro casos em maio, a situação epidemiológica não difere de anos anteriores e não representa maior risco. Não evidenciamos até o momento situações de epidemia e surto", diz a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Visa Municipal.

De acordo com a sanitarista, as ações de controle indicadas no momento são diagnóstico e tratamento precoce, bloqueio ágil e criterioso e notificação rápida dos casos. "É importante identificar o tipo da meningite – agente etiológico - e o sorogrupo dos casos. Não há indicação de campanha de vacinação para a população", diz Brigina.

É importante destacar, segundo a sanitarista, que 100% dos casos diagnosticados este ano estão sorogrupados. "Isto indica a boa qualidade da investigação o que oferece maior consistência na análise da situação epidemiológica e dá mais segurança na indicação das medidas de controle", afirma.

Saiba mais. A doença meningocócica é uma infecção aguda causada por bactéria e que pode atingir todas as pessoas independente da faixa etária. No entanto, é mais comum nas crianças. Existe tratamento para a doença meningocócica e a maioria dos casos evolui para cura. Às vezes, pode deixar seqüelas. Ocorre durante todos os meses do ano. Mas, nas épocas mais frias e secas, como acontece com todas as doenças de transmissão respiratória, observa-se aumento nas ocorrências.

A doença meningocócica pode ser manifestar como uma meningite – infecção das meninges - e, na sua forma mais grave, a bactéria se espalha no organismo como uma septicemia – meningoccemia. Também podem aparecer casos em que há presença de meningite e meningococcemia associadas.

Brigina afirma que é necessário atenção para o sinal característico da doença meningocócica que é febre acompanhada de dor de cabeça, vômito, dor na região do pescoço e, nas crianças muito pequenas, irritabilidade, choro, gemido, e letargia entre outros. "Mediante estes sinais, a pessoa deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de saúde", diz. "No caso da meningococcemia, que pode ocorrer com ou sem sinais meníngeos – que são os descritos acima -, observa-se a presença de lesões ou manchas arroxeadas e avermelhadas na pele".

A sanitarista informa que a intervenção nas primeiras horas do início dos sintomas da meningite é fundamental para a boa evolução do caso. "Por isso, o diagnóstico e tratamento precoce, a notificação rápida e o esforço no sentido de identificar o agente etiológico são extremamente importantes", diz.

O informe técnico está disponível no portal da Secretaria Municipal de Saúde. 

Mais informações:
Denize Assis
Telefones: (19) 3735-0176 ou 8137-8565
Endereço eletrônico:
denize.assis@campinas.sp.gov.br

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