A Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde, mobilizou na tarde desta
segunda-feira, dia 30 de maio, mais de 100 profissionais e
gestores da área da saúde num simpósio que discutiu a
atual situação da saúde da mulher em Campinas, avanços
e desafios a serem enfrentados com o objetivo de
consolidar a política da saúde da mulher no município.
O evento, que ocorreu no Salão Vermelho do Paço
Municipal, marcou o Dia Internacional de Luta pela Saúde
da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Morte Materna,
comemorado em 28 de maio.
O simpósio teve quatro eixos temáticos: saúde da
mulher no Brasil, saúde da mulher em Campinas, violência
sexual e mortalidade materna. "A saúde da mulher é
a prioridade das prioridades na Secretaria Municipal de Saúde.
Neste sentido, o simpósio apontou indicadores, desafios,
investimentos e as políticas públicas que estão sendo
implementadas para aprimorar a assistência à saúde da
mulher em Campinas", afirmou Gilberto Selber, Secretário
Municipal de Saúde.
Segundo o médico Fernando Brandão, Coordenador
Municipal da Saúde da Mulher, a assistência à saúde da
mulher requer ações específicas para todas as fases da
vida desde a adolescência, passando pela fase
reprodutiva, até a menopausa e outras questões que
atingem a população feminina na velhice.
Em Campinas, segundo ele, um dos principais desafios é
reduzir a gravidez na adolescência. Do total de nascidos
vivos no município, 17% são filhos de mães entre 10 e
19 anos. Em 2004, foram 2,2 mil partos de mulheres na
faixa etária de 14 a 19 anos e 100 de mulheres entre 10 e
14 anos.
"Para atacar este problema, não basta somente
informação e distribuição de métodos contraceptivos.
É necessário juntar forças num grande trabalho conjunto
entre várias secretarias e instituições", diz.
Brandão citou o projeto Crescer Antes, desenvolvido pela
Prefeitura com o objetivo de prevenir a gravidez na
adolescência.
O coordenador citou ainda a assistência às gestantes
e os trabalhos que estão sendo desenvolvidos em busca da
humanização do parto e do nascimento, como os esforços
no sentido da captação precoce das gestantes e do número
adequado de consultas de pré-natal. "Atualmente, o
município garante, para mais de 80% das gestantes, sete
consultas durante a gestação, atenção à saúde bucal,
ações de educação em saúde, visita à maternidade,
presença do acompanhante durante o parto, visita do pai e
dos familiares em qualquer horário à mulher que deu à
luz e assistência no pós-parto, entre outras ações.
Também são oferecidas ações específicas para os casos
de pré-natal de alto risco", diz Brandão.
Outras questões prioritárias citadas por Brandão são
a prevenção e assistência ao câncer de colo de útero
e ao câncer de mama, sendo que este último consiste hoje
na principal causa de morte por câncer entre as
campineiras.
Segundo Brandão, são realizadas, anualmente, 70 mil
citologias oncóticas – papanicolau -, para prevenção
e diagnóstico de câncer de colo de útero. A mortalidade
por esta patologia em Campinas é baixa, segundo Brandão.
São 3,95 óbitos por 100 mil mulheres e uma incidência
de 19/100mil.
Também são realizadas, pela rede pública municipal
de saúde, 20 mil mamografias por ano, exame que permite
diagnóstico precoce do tumor de mama. Este número vai
aumentar em 30% a partir de amanhã, com a inauguração
de um novo mamógrafo no ambulatório do Complexo Ouro
Verde. A viabilização do novo aparelho está avaliada em
60 mil dólares, incluindo valor do equipamento, instalações,
além da contratação de um radiologista.
O simpósio foi encerrado com a explanação da situação
da mortalidade materna e neonatal em Campinas e medidas
adotadas para reduzir índices de óbitos de mulheres e de
bebês, a partir da identificação dos fatores de risco e
da melhoria da qualidade da assistência.
Dados da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, de
2004, apontam que 8 mulheres morreram em hospitais da
cidade por complicações na gravidez, no parto, no pós-parto
ou em decorrência de abortos. O número constitui taxa de
mortalidade materna de 37,5 por 100 mil nascidos vivos. Em
relação aos bebês, em 2004, ocorreram 154 óbitos em
crianças com menos de 1 ano de vida e 122 óbitos fetais
– aqueles em que o bebê já nasce morto -, o que dá
uma taxa de mortalidade infantil de 11 por mil nascidos
vivos.
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