Um
dos papas da Terapia Comunitária, o psiquiatra e antropólogo
Adalberto Barreto, está em Campinas onde ministra o curso
“Sensibilização para a Terapia Comunitária”, nas
dependências da Faculdade Comunitária de Campinas. Nesta
segunda-feira o curso é para profissionais dos municípios
vizinhos e amanhã, terça-feira, será para profissionais
da rede pública de Campinas.
Barreto
aplicou a Terapia Comunitária pela primeira vez há 20
anos, em uma comunidade carente da periferia de Fortaleza
(CE) conhecida como Pirambu. A terapia nasceu de um
projeto de extensão do Departamento de Saúde Comunitária
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
(UFC). Hoje, é utilizada em 27 unidades federativas do país
e conta com 8.500 terapeutas. Tanto que motivou o Ministério
da Saúde a pedir um estudo de impactos da aplicação da
terapia.
“A
terapia comunitária é uma forma simples, mas eficaz, de
atendimento às comunidades de baixa renda, que ganhou
grande repercussão nos serviços de saúde”, diz Elza
Lauretti Guarido, coordenadora do serviço de saúde
mental da Secretaria Municipal de Saúde. Partiu dela o
convite para Barreto relatar sua experiência para os
profissionais da região, com o apoio do Pólo de Educação
Permanente. E o resultado está de acordo com as
expectativas. “Percebemos um grande interesse pela
terapia e é provável que seja criado um curso em
Campinas para a formação de terapeutas”,diz Elza.
A
Terapia Comunitária funciona como um espaço para a troca
de experiências. Um grupo se reúne para partilhar
sofrimentos, contar dores, dividir angústias, relatar dúvidas
e possivelmente sair com alguma solução ou ao menos alívio.
A terapia permite à comunidade buscar nela mesma as soluções
para problemas que, isoladamente, a pessoa, sua família,
e o poder público não foram capazes de sanar.
O
trabalho é mediado por um terapeuta comunitário que pode
ser um profissional de outras áreas e leigos treinados
para desempenhar a função de terapeutas comunitários.