Encontro marca Dia de Luta pela Saúde da Mulher em Campinas

24/05/2006

Para marcar o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Morte Materna, em 28 de maio, a Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da Coordenadoria da Saúde da Mulher, promove na próxima quinta-feira, 25 de maio, das 8h30 às 17h, no Salão Vermelho do Paço Municipal, um encontro de profissionais de saúde para refletir sobre o atendimento dado à mulher, bem como avaliar a situação atual da mortalidade materna.

O evento será dividido em duas etapas: das 8h30 às 12h será discutida a assistência à Saúde da Mulher em Campinas e das 14h às 17h será realizado o II Seminário de Vigilância dos Óbitos Maternos e Infantis.

Todos os óbitos maternos (durante a gravidez, parto e puerpério) e os óbitos em menores de um ano são investigados pelas unidades básicas de saúde e pelas vigilâncias dos Distritos de Saúde e discutidos pelo Comitê Municipal de Vigilância do Óbito Materno e Infantil.

Em 2005, em Campinas, ocorreram 10 óbitos maternos (coeficiente de 52 para cada 100 mil nascidos vivos), destes, 4 eram residentes no município, resultando num coeficiente de 29,3 por cada 100 mil habitantes nascidos vivos. No Brasil, em 2003 ocorreram 322 óbitos maternos.

“É importante investigar estes óbitos, pois na sua grande maioria são evitáveis, e a identificação dos fatores de evitabilidade ajuda a propor medidas de intervenção na assistência ao pré-natal, parto ou puerpério”, diz a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

Em 2005, ocorreram em Campinas 163 óbitos em crianças menores de um ano e 123 óbitos fetais - quando o óbito ocorre intra-útero. O coeficiente de mortalidade infantil em Campinas em 2005 foi de 11,93 para cada mil nascidos vivos, sendo que a maioria dos óbitos ocorreu em até 28 dias de vida do bebê.

Além de discutir os óbitos maternos e infantis ocorridos no município, também serão apresentados os resultados preliminares do Projeto Vigiomama, que foi realizado nas maternidades de Campinas durante os últimos três meses de 2005. O projeto consistiu na investigação dos óbitos maternos e perinatais (fetais e até sete dias de vida) e também nos casos onde não houve o óbito da mulher, mas situações de morbidade grave. Este projeto foi coordenado pelo Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp e os casos de residentes em Campinas foram discutidos no Comitê Municipal.

Mulher

De acordo como IBGE, em 2005 Campinas tinha uma população de 1.026.990 habitantes, dos quais 526 mil eram mulheres. A mulher campineira vem ampliando sua participação em vários planos da atuação político-social, econômico e cultural, deixando sua posição restrita à vida doméstica para atuar cada vez mais no destino da família e da sociedade.

Para acompanhar esta trajetória a SMS mantém programas de assistência à saúde para todas as fases da vida da mulher. “A Secretaria de Saúde tem investido em ações programáticas no sentido de contextualizar a saúde da mulher como um todo por meio de várias ações específicas”, explica o Coordenador Municipal da Saúde da Mulher, o médico mastologista Fernando Brandão.

Entre os trabalhos, Brandão destaca o programa de humanização do pré-natal e nascimento, acompanhamento e assistência ao pré-natal de alto risco, comitê municipal de vigilância epidemiológica da morte materna e infantil, planejamento familiar com disponibilidade de quase todos os métodos anticoncepcionais e assistência integral às mulheres vítimas de violência sexual e de doenças sexualmente transmissíveis e Aids.

Segundo o coordenador, questões de maior risco como câncer de colo do útero e câncer de mama são priorizadas com o objetivo de reduzir o índice de mortalidade das duas doenças. A Prefeitura mantém ações de prevenção de gravidez na adolescência, atenção à saúde da mulher menopausada com terapia de reposição hormonal, possui Centro de Lactação Municipal - Banco de Leite Humano e desenvolve trabalhos na área da saúde da mulher que se tornaram referência nacional e internacional e objeto de pesquisa acadêmica.

A Secretaria de Saúde também desenvolve ações intersetoriais na área da saúde da mulher com as secretarias municipais de Educação, Assistência Social, Cultura e Habitação e com Organizações Não Governamentais (ONGs) e, ainda, atua em parceria com o Caism da Unicamp, Maternidade de Campinas e Maternidade do Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade Católica (Puc-Campinas). “Temos como meta reforçar ainda mais as ações intersetorias e interinstitucionais”, diz Brandão.

Ele lembra ainda que está na fase final de planejamento o projeto de construção do Centro de Referência de Saúde da Mulher, que dará um grande salto para ampliar e melhorar a qualidade do atendimento à saúde da mulher na cidade.

Rede Mundial. O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi instituído em uma reunião da Rede Mundial de Mulheres pelos Direitos Reprodutivos (RMMDR), realizada no V Encontro Internacional sobre Saúde da Mulher, na Costa Rica, em maio de 1987.
Em 1988, o governo brasileiro determinou este mesmo dia como a data nacional para combate à morte materna, instituindo a comemoração neste mesmo 28 de maio, do Dia Nacional de Redução da Morte Materna.

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