Para
marcar o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher
e o Dia Nacional de Redução da Morte Materna, em 28 de
maio, a Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde e da Coordenadoria da Saúde da
Mulher, promove na próxima quinta-feira, 25 de maio, das
8h30 às 17h, no Salão Vermelho do Paço Municipal, um
encontro de profissionais de saúde para refletir sobre o
atendimento dado à mulher, bem como avaliar a situação
atual da mortalidade materna.
O evento
será dividido em duas etapas: das 8h30 às 12h será
discutida a assistência à Saúde da Mulher em Campinas e
das 14h às 17h será realizado o II Seminário de
Vigilância dos Óbitos Maternos e Infantis.
Todos os
óbitos maternos (durante a gravidez, parto e puerpério)
e os óbitos em menores de um ano são investigados pelas
unidades básicas de saúde e pelas vigilâncias dos
Distritos de Saúde e discutidos pelo Comitê Municipal de
Vigilância do Óbito Materno e Infantil.
Em 2005,
em Campinas, ocorreram 10 óbitos maternos (coeficiente
de 52 para cada 100 mil nascidos vivos), destes, 4 eram
residentes no município, resultando num coeficiente de
29,3 por cada 100 mil habitantes nascidos vivos. No
Brasil, em 2003 ocorreram 322 óbitos maternos.
“É
importante investigar estes óbitos, pois na sua grande
maioria são evitáveis, e a identificação dos fatores de
evitabilidade ajuda a propor medidas de intervenção na
assistência ao pré-natal, parto ou puerpério”, diz a
enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da
Coordenação de Vigilância em Saúde da Secretaria
Municipal de Saúde.
Em 2005,
ocorreram em Campinas 163 óbitos em crianças menores de
um ano e 123 óbitos fetais - quando o óbito ocorre
intra-útero. O coeficiente de mortalidade infantil em
Campinas em 2005 foi de 11,93 para cada mil nascidos
vivos, sendo que a maioria dos óbitos ocorreu em até 28
dias de vida do bebê.
Além de
discutir os óbitos maternos e infantis ocorridos no
município, também serão apresentados os resultados
preliminares do Projeto Vigiomama, que foi realizado nas
maternidades de Campinas durante os últimos três meses
de 2005. O projeto consistiu na investigação dos óbitos
maternos e perinatais (fetais e até sete dias de vida) e
também nos casos onde não houve o óbito da mulher, mas
situações de morbidade grave. Este projeto foi
coordenado pelo Centro de Atenção Integral à Saúde da
Mulher (Caism) da Unicamp e os casos de residentes em
Campinas foram discutidos no Comitê Municipal.
Mulher
De acordo
como IBGE, em 2005 Campinas tinha uma população de
1.026.990 habitantes, dos quais 526 mil eram mulheres. A
mulher campineira vem ampliando sua participação em
vários planos da atuação político-social, econômico e
cultural, deixando sua posição restrita à vida doméstica
para atuar cada vez mais no destino da família e da
sociedade.
Para
acompanhar esta trajetória a SMS mantém programas de
assistência à saúde para todas as fases da vida da
mulher. “A Secretaria de Saúde tem investido em ações
programáticas no sentido de contextualizar a saúde da
mulher como um todo por meio de várias ações
específicas”, explica o Coordenador Municipal da Saúde
da Mulher, o médico mastologista Fernando Brandão.
Entre os
trabalhos, Brandão destaca o programa de humanização do
pré-natal e nascimento, acompanhamento e assistência ao
pré-natal de alto risco, comitê municipal de vigilância
epidemiológica da morte materna e infantil, planejamento
familiar com disponibilidade de quase todos os métodos
anticoncepcionais e assistência integral às mulheres
vítimas de violência sexual e de doenças sexualmente
transmissíveis e Aids.
Segundo o
coordenador, questões de maior risco como câncer de colo
do útero e câncer de mama são priorizadas com o objetivo
de reduzir o índice de mortalidade das duas doenças. A
Prefeitura mantém ações de prevenção de gravidez na
adolescência, atenção à saúde da mulher menopausada com
terapia de reposição hormonal, possui Centro de Lactação
Municipal - Banco de Leite Humano e desenvolve trabalhos
na área da saúde da mulher que se tornaram referência
nacional e internacional e objeto de pesquisa acadêmica.
A
Secretaria de Saúde também desenvolve ações
intersetoriais na área da saúde da mulher com as
secretarias municipais de Educação, Assistência Social,
Cultura e Habitação e com Organizações Não
Governamentais (ONGs) e, ainda, atua em parceria com o
Caism da Unicamp, Maternidade de Campinas e Maternidade
do Hospital Celso Pierro, da Pontifícia Universidade
Católica (Puc-Campinas). “Temos como meta reforçar ainda
mais as ações intersetorias e interinstitucionais”, diz
Brandão.
Ele lembra
ainda que está na fase final de planejamento o projeto
de construção do Centro de Referência de Saúde da
Mulher, que dará um grande salto para ampliar e melhorar
a qualidade do atendimento à saúde da mulher na cidade.
Rede Mundial.
O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi
instituído em uma reunião da Rede Mundial de Mulheres
pelos Direitos Reprodutivos (RMMDR), realizada no V
Encontro Internacional sobre Saúde da Mulher, na Costa
Rica, em maio de 1987.
Em 1988, o governo brasileiro determinou este mesmo dia
como a data nacional para combate à morte materna,
instituindo a comemoração neste mesmo 28 de maio, do Dia
Nacional de Redução da Morte Materna.