O Ministério da Saúde
lançou nesta terça-feira (30) a campanha nacional de
incentivo ao parto normal e redução da cesárea
desnecessária. De acordo com os dados de 2004 do Sistema
de Nascidos Vivos (Sinasc) do ministério, 41,8% dos
partos realizados em todo o Brasil foram cirúrgicos. Em
Campinas, dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
mostram que dos 208 mil partos realizados nos últimos
dez anos, 122 mil, ou seja, 58% foram cesareanas.
O número
de cesarianas é maior na rede privada, de acordo com a
série histórica realizada entre 1996 e 2005, através do
Sinasc, pelo médico Fernando Brandão, coordenador do
programa saúde da mulher da SMS. Do 208 mil partos
realizados nos últimos dez anos, 113 mil foram pelo
Sistema Único de Saúde e destes apenas 41 mil, ou seja,
36% foram por cesarianas. Baseado nestes índices,
Brandão diz que em torno de 85% dos partos na rede
privada são cesareanas.
“Para
atingirmos níveis ideais de cesarianas, que variam entre
20 a 30%, tanto a rede de atendimento do SUS e
principalmente a medicina privada deverão realizar
esforços para sua adequação”, diz.
As
cesáreas aumentam riscos de morte, lesões acidentais,
reações à anestesia, infecções e hemorragias das
usuárias, e de prematuridade e desconforto respiratório,
de seus bebês.
Com a expectativa de reduzir este alto
índice, o governo federal distribuirá cerca de 90 mil
cartazes e de 3 milhões de fôlderes sobre os benefícios
do parto humanizado. Os alvos da campanha são mulheres
grávidas e profissionais dos serviços de saúde públicos
e privados que atendem gestantes e realizam partos.
O direito da mulher em
trabalho de parto à acompanhante na rede SUS,
recentemente garantido em lei e regulamentado pelo
ministério, também será abordado pela campanha.
Com a deflagração da
campanha, entre outras ações, o ministério celebra o Dia
Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia
Nacional de Redução da Mortalidade Materna, comemorados
no domingo (28).